segunda-feira, 16 de setembro de 2013


SOMBRA

Texto do cap.6 – A Psicologia Analítica de Carl Gustav Jung - Iris Sinoti-

Do livro REFLETINDO A ALMA.

A sombra é o arquétipo que maior influência exerce sobre o ego. Ela se desenvolve em oposição à persona. Normalmente escondemos e afastamos de nossa consciência e também das outras pessoa tudo o que consideramos negativo em nós: sentimentos e ideias cruéis, ânsia de poder, impulsos violentos e ações moralmente reprováveis, ou ainda, aquilo que a cultura e/ou sociedade consideram negativo e inadequado; nossas fraquezas, ciúmes, raiva, impotência, solidão e medo, dentre outros.

A sombra não é apenas o que se encontra no inconsciente, é também o que perturba nosso desejo de tornarmo-nos mais conscientes; ela não é totalmente maligna, embora assim nós e a sociedade a consideremos. Nela se esconde o que há de melhor e pior no ser. Ela não desaparece à nossa súplica nem se dilui com a nossa vontade de fazer o bem, ela penetra em nossa vida quanto mais estejamos alheios à sua existência.

Sempre que dreprimimos conteúdos inconscientes estes podem irromper de maneira destrutiva sob a forma de emoções negativas; as guerras, o massacre dos judeus em Auschwitz são exemplos disso. O conflito entre o ego e a sombra era chamado por Jung (O homem e seus Símbolos, p. 154) de a “batalha pela libertação”, pois na luta para alcançar a consciência o ego (representado pelo herói) trava uma batalha contra a sombra (dragão).

O que dificulta o trabalho com a sombra é que, ao invés de recohecermos nossas mazelas e deficiências, tentamos prdeservar a nossa imagem idealizada (persona). Então, o primeiro passo para trabalharmos a sombra é acreditar na sua existência; o segundo passo é aceitá-la como parte importante da personalidade. Feito isso, teremos um roteiro para investigar suas más intenções e quais as qualidade agregadas a ela. Esse é o começo de um trabalho por vezes longo e difícil, mas que nos levará a uma condição plena de felicidade, pois como afirmava Jung “uma pessoa não se ilumina simplesmente imaginando figuras de luz mas iluminando a escuridão.” JUNG apud GRINBERG, Jung – o homem criativo.

Continuará na próxima postagem

Postado em 16.09.2013.

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