quarta-feira, 25 de setembro de 2013


 

Individuação

Cap.6, A PSICOLOGIA ANALÍTICA DE CARL GUSTAV JUNG, escrito por Iris Sinoti, no livro REFLETINDO A ALMA

“(...) o desenvolvimento da personalidade (...) é uma questão de dizer sim a si mesmo, de se considerar como a mais importante das tarefas, de ser consciente de tudo o que se faz, mantendo-se constantemente diante dos olhos em todos os nossos dúbios aspectos. “ (JUNG, O Eu e o Inconsciente).

Começamos a vida num estado de totalidade indiferenciada, ou seja, assim como a semente cresce e se transforma em árvore, nós nos desenvolvemos para chegarmos a ser uma personalidade plenamente diferenciada, equilibrada e unificada. A individuação é um processo autônomo e inato. Mas além de um processo natural, como sinalizava Jung, é um processo que precisa ser experimentado conscientemente, isto é, com conhecimento. Caminhamos para a inteireza quando começamos o processo de nos conhecer. Este conhecimento depende de um relacionamento vital, de um diálogo constante entre o ego e o inconsciente.

A personalidade do indivíduo está destinada a individuar-se, tão fatalmente quanto o corpo está destinado a crescer. É o momento que percebemos que em nosso caminhar na estrada da vida existe uma força impulsionadora, um objetivo maior a ser alcançado: a realização da nossa totalidade.

Tornar-se diferente de outras pessoas, ter uma identidade própria e independente, tudo isso é parte do processo chamado por Jung de individuação, tornar-se um “indivíduo”, aquele que não se divide. A individuação desempenha um papel primordial no desenvolvimento psicológico do ser humano.

Esse processo garante ao indivíduo uma relação mais ampla e plena consigo mesmo e com o coletivo, pois a cultura também se desenvolve e se transforma conforme a conscientização das individualidades; se nos comprometemos com a mudança individual germinaremos o novo na coletividade, garantindo uma nova forma de comportamento, o que diferencia o processo de individuação da ideia de individualismo.

Para Jung, a meta não é ser perfeito e, sim, ser inteiro. O que significa um conhecimento de todos os aspectos da nossa personalidade, até mesmo aquelas características que reprovamos e não desejaríamos para nós. Jung,(apud Sharp, Lexico Junguiano – Dicionário de Termos e Conceitos) observou: “A meta não é superar nossa psicologia, tornar-se perfeito, mas familiarizar-se com ela. Assim, a individuação inclui um conhecimento crescente da própria realidade psicológica singular, inclusive de forças e limitações pessoais, e ao mesmo tempo uma profunda apreciação da humanidade em geral”.

A meta da individuação é conhecer a si mesmo tão completamente quanto possível, integrar a consciência e o inconsciente, realizar o vir-a-ser; tornar-se autoconsciente, ser a pessoa que nascemos para ser, tornar-se Si-mesmo, era essa a proposta de Jung.

Final do texto Individuação, porém o cap.6 A PSICOLOGIA ANALITICA DE CARL GUSTAV JUNG escrita por Iris Sinoti,continuará na próxima postagem.

Postagem feita dia 25/09/2013.

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