sexta-feira, 5 de abril de 2013


postado dia 05-04-2013
UMA PSICOLOGIA COM ALMA: A PSICOLOGIA ESPÍRITA DE JOANNA DE ÂNGELIS 

A princípio pode parecer estranho falar em “Psicologia com Alma”, tendo em vista que a palavra grega – Psique – significa alma, e que Psicologia deveria ser efetivamente o “estudo da alma”.  No entanto, como constatou Carl Gustav Jung (1990, p.18), “a onda de materialismo que dominou as mentes no final do século XIX” deixou fortes marcas no campo da Psicologia, que àquela época começava a ganhar autonomia científica.  

É certo que, desde o principio, homens e mulheres notáveis trouxeram contribuições importantes no campo das Ciências do Comportamento humano, não se limitando à observação puramente materialista.  Dentre eles podemos citar o pensamento de Williams James (1842-1910), que considerava não existir outra causa para o fracasso humano senão a falta de fé do homem em seu verdadeiro ser.  Foram vozes quase solitárias, no entanto, ante as outras correntes e conceitos que ganharam campo na análise psicológica.

Mas, mesmo os considerados “materialistas”, surgiram teorias e conceitos que ajudaram o ser a compreender melhor os complexos mecanismos da psique.  Poderíamos citar muitos, destacando o pai da psicanálise, Sigmund Freud, que aprofundando o olhar sobre o inconsciente permitiu que a Psicologia avançasse significativamente.

Após quase um século de longas pesquisas, estudos valiosos em torno dos estados alterados de consciência possibilitaram o advento da Psicologia transpessoal, que ganhou força a partir de 1966, nos EUA.  Essa corrente de pensamento facultou “a introdução de alguns ensinamentos e experiências orientais, graças aos quais se abrem espaços para uma visão espiritualista do ser humano em maior profundidade.” (2006b, p.11)  Dentro dessa ótica, não somente a carga genética e os traumas de uma existência seriam os responsáveis pelos conflitos da personalidade, mas toda a vivência do Ser que somos, em toda sua variada gama de experiências existenciais.

A partir da consolidação da 4ª força, embora predominasse ainda certo preconceito acadêmico em torno dos seus postulados, a benfeitora Joanna de Ângelis passou a escrever sua Série Psicológica, estabelecendo as bases para consolidação da Psicologia espírita.

Mas se existe a Psicologia transpessoal, questionaram alguns, o que a ótica espírita da Psicologia pode apresentar de novo? É que o Espiritismo, analisa Joanna de Ângelis (2006b, p.11):

“sintetizando diversas correntes de pensamento psicológico e estudando o homem na sua condição de Espírito eterno, apresenta a proposta de um comportamento filosófico idealista, imortalista, auxiliando-o na equação dos seus problemas, sem violência e com base na reencarnação, apontando-lhe os rumos felizes que deve seguir.”

O Espiritismo, na condição de uma doutrina muito bem consolidada, embora relativamente nova (tomando como base doutrinas milenares), traz postulados e conceitos bem-definidos.  Esse novo olhar não descarta todo o caminhar da Ciência, o que seria um contrassenso, mas vem ao seu encontro para apontar novas percepções; algumas convergentes, outras ainda não codificadas pela ciência acadêmica, mas sempre visando a possibilitar ao ser entender um pouco mais a respeito da sua própria natureza.

Dentro dessa perspectiva, a autora espiritual conclui que:

a tarefa da Psicologia espírita é tornar-se ponte entre os notáveis contributos dos estudos ancestrais dos eminentes psicólogos, oferecendo-lhes uma ponte com o pensamento espiritista, que ilumina os desvãos e os abismos do inconsciente individual e coletivo, os arquétipos, os impulsos e tendências, os conflitos e tormentos, as aspirações de beleza, do ideal, da busca da plenitude, como decorrência dos logros íntimos de cada ser, na sua larga escalada reencarnacionista.” (2006, p. 15) 

OS PILARES DA PSICOLOGIA ESPÍRITA DE JOANNA DE ÂNGELIS 

A Psicologia apresentada por Joanna de Ângelis tem como base os princípios fundamentais da Doutrina Espírita, que são: a crença em Deus, na imortalidade da alma, na comunicabilidade dos Espíritos, na reencarnação e na pluralidade dos mundos habitados (grifo nosso). Partindo desses princípios, ela estabelece pontes com o pensamento das diversas correntes da Psicologia.

E toda essa base de análise, centrada no Espírito imortal, converge em alguns pilares que, apenas de forma didática, e sem a pretensão de esgotar a gama de conteúdos propostos pela autora espiritual, dividimos em:

1 – Aprender a se Conhecer;
2 – Aprender a Viver;
3 – Aprender a Ser; e
4 Aprender a Amar.

Artigo escrito por Cláudio Sinoti  – Do livro Refletindo a Alma – A Psicologia Espírita de Joanna de Ângelis – Núcleo de Estudos Psicológicos Joanna de Ângelis. Da pp.29-32.

 

Nenhum comentário: