sexta-feira, 12 de abril de 2013


Continuação da postagem de 10/04/2013 - Crença em Deus, religiosidade e inteligência espiritual

Aprender a se conhecer

Desde os recuados tempos da Grécia Antiga, o homem e a mulher mostravam-se curiosos quanto ao seu “destino”.  A partir da mitologia, na qual pautavam suas crenças, os gregos estabeleciam que três Moiras – Cloto, Láquesis e Átropos – seriam as responsáveis pelo destino humano, desde o nascimento, a sorte e o revés da vida, assim como o tipo de morte que caberia a cada um.

Na tentativa de obterem informações acerca desse destino acorriam aos oráculos, onde acreditavam que os deuses mandavam suas mensagens através das sacerdotisas ou pitonisas, esse ultimo nome derivado de Píton, um monstro enorme que foi derrotado no Oráculo de Apolo – em Delfos.

Curioso, no entanto, que no início da jornada ao Oráculo de Delfos, antes de obterem suas respostas, o visitante passava pelo pórtico da entrada, no qual estava escrita a frase que ficou imortalizada pelo filosofo Sócrates, embora não fosse de autoria desse:

-“Tv0t” oavtóv” – Conhece a ti mesmo.

Esse importante pilar do autoconhecimento, resgatado pelo Espiritismo, permeia toda a Psicologia espirita, propondo ferramentas para um projeto consciente de crescimento, em que cada qual se torna responsável por analisar e desenvolver as potencialidades que lhe são inerentes. O autoconhecimento, frisa a benfeitora em sua obra, é o grande desafio contemporâneo de todos os seres.

Existe uma sede muito grande pela realização externa, pelas metas do ego, e normalmente são negligenciadas as metas internas de crescimento. É exatamente esse foco, essa forma de olhar a vida, que se pode mudar através do autoconhecimento. É como se saíssemos da percepção limitada, focada na base das necessidades, muito bem analisadas por Maslow em sua conhecida pirâmide, e partíssemos para as “metanecessidades”, ou seja, aquelas que vão além do ego, que podem ser identificadas como as necessidades da alma, e que, enquanto esquecidas ou não abordadas em nossa jornada existencial, continuam sendo motivo de conflitos e neuroses.

Por isso mesmo, “o autodescobrimento tem por finalidade conscientizar a pessoa a respeito do que necessita, de como realizá-lo e quando dar início à nova fase.” (ANGELIS, 1999,p.48)

Mas a pergunta natural que ocorre quando se fala em autoconhecimento e:

- “Mas de que forma fazê-lo?”

Claro que não existe uma resposta pronta, um caminho único a seguir. Existem, entretanto, diversas ferramentas que podem propiciar o autoencontro. Dentre outras observações desse largo percurso rumo ao encontro de si mesmo, a benfeitora (2006b, p.21) sugere que todo o processo significa “...não apenas identificação das suas necessidades, mas, principalmente, da sua realidade emocional, das suas aspirações legítimas e reações diante das ocorrências do cotidiano.”

Artigo escrito por Cláudio Sinoti  – Do livro Refletindo a Alma – A Psicologia Espírita de Joanna de Ângelis – Núcleo de Estudos Psicológicos Joanna de Ângelis. Da pp.35-36.

Postado em 12/04/2013

Continua...

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