sexta-feira, 19 de abril de 2013


Aprender a amar

Continuação do cap. 2 do livro Refletindo a Alma

Na perspectiva da Psicologia espírita, “aprender a amar” torna-se uma necessidade para estruturação saudável do psiquismo, “porquanto amar também se aprende.” (ÂNGELIS, 2006c, p. 249)

Trata-se da mais alta conquista do desenvolvimento psicológico porquanto a vigência do amor “surge como experiência do sentimento que se concretiza em emoções profundamente libertadoras, que facultam a compreensão dos objetivos essenciais da existência humana.”(ÂNGELIS, 2006c,p.249)

A própria psiquiatria já comprova que inúmeros distúrbios do comportamento têm na afetividade patológica a sua base. Relações familiares traumatizantes, abusos, castração e indiferença estabelecem matrizes perturbadoras, gerando dificuldades nesse aprendizado do amor.

Ao avaliar os recursos de que dispõem as modernas terapias psicológicas, psicanalíticas e psiquiátricas, Joanna de Ângelis (2006c, p.11) reconhece que essas “dispõem de valioso arsenal de recursos que, postos em prática, liberam as multidões de enfermos, gerando equilíbrio e paz.” No entanto, prossegue a benfeitora, “o amor é de inexcedível resultado, por direcionar-se ao Si profundo, restabelecendo o interesse do paciente pelos objetivos saudáveis da vida, de que se dissociara.”

Recordo-me de um jovem que foi levado pela mãe ao consultório, por conta da relação entre eles passar por momentos difíceis. Os pais eram separados, e ele vivia com a mãe. Naquela fase, o jovem estava sendo cada vez mais agressivo com ela, a ponto de ela temer que a violência física se concretizasse.

Dentre os recursos terapêuticos de que me utilizei, propus, numa das sessões, que ele fechasse os olhos e, ao final, se abraçassem. Algo que parece simples para maioria das pessoas, mas que nele ocasionou uma profunda crise de choro, na qual dizia que simplesmente não conseguia. Não se achando merecedor do próprio afeto, a violência tornava-se uma máscara para se proteger do amor da própria mãe, que ele temia não possuir.

É no mínimo enigmático constatar que a força que nos pode curar fica escondida nos recantos sombrios do nosso psiquismo, simplesmente porque não aprendemos a expressá-la de uma forma saudável.

Transcrito do artigo Uma Psicologia com Alma: A Psicologia Espírita de Joanna de Ângelis escrito por Cláudio Sinoti no livro  REFLETINDO A ALMA  pp.45-46.

Atente para a continuação do cap. ll.

Postado em 19-04-2013

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