Aprender
a amar
Continuação do cap. 2 do
livro Refletindo a Alma
Na perspectiva da Psicologia
espírita, “aprender a amar” torna-se uma necessidade para estruturação saudável
do psiquismo, “porquanto amar também se aprende.” (ÂNGELIS, 2006c, p. 249)
Trata-se da mais alta
conquista do desenvolvimento psicológico porquanto a vigência do amor “surge
como experiência do sentimento que se concretiza em emoções profundamente
libertadoras, que facultam a compreensão dos objetivos essenciais da existência
humana.”(ÂNGELIS, 2006c,p.249)
A própria psiquiatria já comprova
que inúmeros distúrbios do comportamento têm na afetividade patológica a sua
base. Relações familiares traumatizantes, abusos, castração e indiferença estabelecem
matrizes perturbadoras, gerando dificuldades nesse aprendizado do amor.
Ao avaliar os recursos de
que dispõem as modernas terapias psicológicas, psicanalíticas e psiquiátricas,
Joanna de Ângelis (2006c, p.11) reconhece que essas “dispõem de valioso arsenal
de recursos que, postos em prática, liberam as multidões de enfermos, gerando equilíbrio
e paz.” No entanto, prossegue a benfeitora, “o amor é de inexcedível resultado,
por direcionar-se ao Si profundo, restabelecendo o interesse do paciente pelos objetivos
saudáveis da vida, de que se dissociara.”
Recordo-me de um jovem que
foi levado pela mãe ao consultório, por conta da relação entre eles passar por
momentos difíceis. Os pais eram separados, e ele vivia com a mãe. Naquela fase,
o jovem estava sendo cada vez mais agressivo com ela, a ponto de ela temer que
a violência física se concretizasse.
Dentre os recursos terapêuticos
de que me utilizei, propus, numa das sessões, que ele fechasse os olhos e, ao
final, se abraçassem. Algo que parece simples para maioria das pessoas, mas que
nele ocasionou uma profunda crise de choro, na qual dizia que simplesmente não
conseguia. Não se achando merecedor do próprio afeto, a violência tornava-se
uma máscara para se proteger do amor da própria mãe, que ele temia não possuir.
É no mínimo enigmático constatar
que a força que nos pode curar fica escondida nos recantos sombrios do nosso
psiquismo, simplesmente porque não aprendemos a expressá-la de uma forma saudável.
Transcrito do artigo Uma
Psicologia com Alma: A Psicologia Espírita de Joanna de Ângelis escrito por
Cláudio Sinoti no livro REFLETINDO A
ALMA pp.45-46.
Atente para a continuação do
cap. ll.
Postado em 19-04-2013
Nenhum comentário:
Postar um comentário