A
amizade entre Jung e Freud
Continuação do cap.6 – A
Psicologia Analítica de Carl Gustav Jung
Durante algum tempo Freud
acreditava que Jung seria o seu herdeiro natural, e que seria fiel à teoria da
sexualidade, mantendo-se distante da “onda negra do ocultismo.” (JUNG, 1975, p.136)
Jung jamais concordaria com essa posição, pois enxergava nesse ponto uma vontade
de poder pessoal, na qual tudo que se referisse à alma tivesse que ser
repelido, e essa não era a sua verdade, mas a de Freud.
Quando viajavam juntos
tinham o costume de analisar os sonhos entre si. E num encontro que tiveram nos
Estados Unidos, Jung percebeu que a amizade dos dois não perduraria. Após ouvir
um sonho de Freud, cujo conteúdo Jung sempre se negou a revelar por motivos
éticos, solicitou ao pai da psicanálise alguns detalhes a mais, para poder
compreendê-lo melhor. Ouviu de Freud o seguinte comentário: - “não posso
arriscar a minha autoridade.” E como revelou Jung (1975, p.142), neste momento ele já a perdera...
Esse fato fez com que a
relação entre os dois ficasse abalada, pois Freud colocara a sua autoridade
pessoal acima da verdade. O que reforçou essa convicção foi que Jung percebeu
que Freud, por suas convicções pessoais, não conseguia penetrar em muitos
elementos simbólicos dos próprios sonhos que ele narrava. Isso foi o ponto de
partida para a obra “Metamorfoses e Símbolos
da Libido”, lançada por Jung.
Jung sabia que a publicação
dessa obra iria custar sua relação com Freud, na qual reconhecia ter projetado
muito da sua relação paterna, o que ajudou a colocá-lo numa posição de superioridade.
Ao colocar no capítulo “Sacrifício” a sua própria visão sobre incesto, libido e
outras ideias, entrou em choque com a teoria psicanalítica de Freud.
Em 1912, Jung recebeu uma
carta de Freud, que propunha que abandonassem suas relações pessoais. Começava então
um novo Sacrifício. A partir de então
Jung ficaria praticamente isolado no mundo acadêmico; se por um lado isso foi
extremamente doloroso e difícil, por outro, livre das “amarras” da psicanálise,
embora reconhecesse o valor desta, pode desenvolver de forma livre suas
pesquisas e apresentar suas próprias ideias, que culminaram em profundas
descobertas a respeito da estrutura da psique.
Atente para a continuação do
texto na próxima postagem desse capítulo...
Transcrito do artigo A
PSICOLOGIA ANALÍTICA DE CARL GUSTAV JUNG escrito por Iris Sinoti – no livro
REFLETINDO A ALMA. pp.134-135.- dia 18-04-2013.
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