FRAGMENTAÇÕES
MORAIS
Cap.2
Na condição de
Psicoterapeuta excepcional, Jesus utilizou-se dos símbolos, nobres arquétipos
da época, a fim de imortalizar as Suas propostas de saúde e de bem-estar.
Trazendo as Boas novas de alegria, para uma época atormentada,
assinalada por criaturas aturdidas na ignorância, todo o Seu ministério
revestiu-se de propostas libertadoras do primitivismo, de respeito pela vida e
em favor da harmonia dos sentimentos, em incomparável diretriz de identificação
entre o ego e o Self.
Compreendendo os tormentosos
conflitos dos indivíduos e das massas que constituíam, do inconsciente
individual e coletivo referto de heranças ancestrais primitivas, perturbadoras,
sem vislumbres próximos de um superconsciente rico de harmonia, sabia que a
única e mais eficaz maneira de proporcionar a libertação dos pacientes
algemados ao egoísmo e ao imediatismo, somente seria possível por intermédio do
autoconhecimento.
Em face da cultura religiosa
fanática e atrasada – a sombra dominadora
– bem como da ausência dos conhecimentos sobre a vida, somente facultados na
intimidade dos santuários esotéricos, onde poucos iniciados tinham a
oportunidade de conhecê-la, identificando a estrutura complexa do ser e as suas
afortunadas possibilidades amortecidas pela matéria, Ele propôs a ruptura do
obscurantismo com as claridades da razão, utilizando-se de imperecíveis
símbolos que passaram à posteridade e prosseguem perfeitamente atuais.
Narrando parábolas,
facultava o acesso ao ignorado Self e
despertava-o de maneira hábil, embora simples, para que dominasse o ego, nada
obstante as injunções perversas do Seu tempo.
Vivendo para todas as épocas
atemporais, legou as gerações do futuro os memoráveis ensinos, superando as
linguagens dos antigos mitos, por serem psicoterapêuticos, embora o objetivo
aparentemente moral, social e religioso que ocultavam.
Por isso, foi enfático, ao
afirmar a respeito dos Seus ensinamentos que a letra mata, mas o espírito vivifica, produzindo a perfeita
vinculação do eixo ego-Si mesmo, expressando
que, além da forma tosca sempre havia o conteúdo saudável e vivo para o
processo da cura real de todas as enfermidades.
Dentre as reveladoras
contribuições psicológicas, desse gênero, para a posteridade, narrou a parábola do Filho Pródigo, conforme as
admiráveis anotações de Lucas, no capítulo 15 do seu Evangelho, versículos
11-32.
Em síntese, trata-se de uma
história que bem expressa a fragmentação da psique em torno dos arquétipos dos
valores morais no ser humano, nesse embate sem quartel entre o ego imediatista e dominador e o Self harmônico e totalizante.
Do livro Em busca da verdade
- Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Pereira Franco - pp. 29-30
Postado em 19-04-2013
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