sábado, 28 de dezembro de 2013


FRAGMENTAÇÕES MORAIS

Como Psicoterapeuta excepcional, Jesus utilizou-se dos símbolos, nobres arquétipos da época, para imortalizar as Suas propostas de saúde e bem-estar.

Trazendo as Boas novas de alegria, para uma época sofrida, marcada por criaturas perturbadas na ignorância, todo o Seu ministério revestiu-se de propostas libertadoras do primitivismo, de respeito pela vida e em favor da harmonia dos sentimentos, em incomparável diretriz de identificação entre o ego e o Self.

Compreendendo os tormentosos conflitos dos indivíduos e das massas que constituíam, do inconsciente individual e coletivo repleto de heranças ancestrais primitivas, perturbadoras, sem possibilidades próximos de um superconsciente rico de harmonia, sabia que a única e mais eficaz maneira de proporcionar a libertação dos pacientes prisioneiros do egoísmo e do imediatismo, apenas seria possível pelo autoconhecimento.

Diante da cultura religiosa fanática e atrasada – a sombra dominadora – como da falta dos conhecimentos sobre a vida, somente possíveis na nos santuários esotéricos, onde poucos iniciados tinham a oportunidade de conhecê-la, identificando a estrutura complexa do ser e as suas afortunadas possibilidades amortecidas pela matéria, Ele propôs a romper o obscurantismo com as claridades da razão, utilizando-se permanentes símbolos que passaram à posteridade e continuam atuais.

Narrando parábolas, era possível chegar ao desconhecido Self e despertava-o de forma hábil, embora simples, para que dominasse o ego, apesar as imposições perversas do Seu tempo.

Vivendo para todas as épocas atemporais, deixou para as gerações do futuro os inesquecíveis ensinos, superando os ditos dos antigos mitos, por serem psicoterapêuticos, embora o objetivo aparentemente moral, social e religioso que ocultavam.

Por isso, foi veemente, quando falou dos Seus ensinos de que a letra mata, mas o espírito vivifica, produzindo o vinculo perfeito do eixo ego-Si mesmo, dizendo que, além da forma tosca sempre havia o conteúdo saudável e vivo para o processo da cura real de todas as doenças.

Entre as contribuições psicológicas, desse gênero, para o futuro, narrou a parábola do Filho Pródigo, conforme Lucas, no capítulo 15 do seu Evangelho, versículos 11-32.

É uma história que fala da fragmentação da psique a respeito dos arquétipos dos valores morais no ser humano, nessa luta sem quartel entre o ego imediatista e dominador e o Self harmônico e totalizante.

Um homem tinha dois filhos – narrou Jesus - Disse o mais moço a seu pai: - Meu pai dá-me a parte dos bens que me toca. Ele repartiu os seus haveres entre ambos. Poucos dias depois o filho mais moço, ajuntando tudo o que era seu, partiu para um país longínquo, e lá dissipou todos os seus bens, vivendo dissolutamente. Depois de ter consumido tudo, sobreveio àquele país uma grande fome e ele começou a passar necessidades. Foi encontrar-se com um dos cidadãos daquele país e este o mandou para os seus campos guardar porcos. Ali desejava ele fartar-se das alfarrobas que os porcos comiam, mas ninguém lh’as dava. Caindo, porém, em si, disse: Quantos jornaleiros de meu pai têm pão com fartura, e eu aqui estou morrendo de fome! Levantar-me-ei, irei a meu pai e dir-lhe-ei: - Pai pequei contra o céu e diante de ti. Já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus jornaleiros. Levantando-se, foi para seu pai. Estando ele ainda longe, seu pai viu-o e teve compaixão dele, e, correndo, o abraçou, e o beijou. Disse-lhe o filho: - Pai pequei contra o céu e diante de ti. Já não sou digno de ser chamado teu filho. O pai, porém, disse aos seus servos: - Trazei-me depressa a melhor roupa e vesti-lh’a, e ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés; trazei também o novilho cevado, matai-o, comamos e regozijemo-nos, porque este meu filho era morto e reviveu, estava perdido e se achou. E começaram a regozijar-se. Seu filho mais velho estava no campo. Quando voltou e foi chegando a casa, ouviu a música e a dança, e chamando um dos criados, perguntou-lhe o que era aquilo. Este lhe respondeu: - Chegou teu irmão, e teu pai mandou matar o novilho cevado, porque o recuperou com saúde. Ele se indignou e não queria entrar; e saindo seu pai, procurava conciliá-lo. Mas ele respondeu a seu pai: - Há tantos anos que te sirvo, sem jamais transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito para eu me regozijar com os meus amigos, mas quando veio este teu filho, que gastou os teus bens com meretrizes, tu mandas-te matar para ele o novilho cevado. Disse-lhe o pai: - Filho, tu sempre estás comigo, e tudo que é meu é teu; entretanto, cumpria regozijarmo-nos e alegrarmo-nos, porque este teu irmão era morto e reviveu, estava perdido e se achou. (tradução segundo o original grego pelas Sociedades Bíblicas Unidas. Rio de Janeiro, Londres, New York.)

Os arquétipos do bem e do mal, da sombra densa e suave, do ego e do Self conflitam-se, nessa narrativa, enfrentando-se, lutando ferozmente, e uma quantidade imensa de transtornos psicológicos surge, como a promiscuidade de conduta, a perversão, a fuga, o ressentimento, a ira e o desencanto, marcando o comportamento dos dois irmãos, enquanto o pai generoso exterioriza a saúde pelo entendimento e pela compreensão com relação às quedas morais e à ignorância dos filhos, utilizando-se da compaixão e do perdão, da gratidão e do afeto.

O pai propicia o encontro com o arquétipo primordial possibilitando um reencontro terapêutico entre os dois irmãos, única forma de tornar possível o entendimento entre ambos, a fraternidade plena, a saúde geral.

Trabalho feito com base no cap.ll, FAGMENTAÇÕES MORAIS, do livro em Busca da Verdade, escrito por Divaldo Franco, ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.  Postado dia 28/12/13

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