EGO+ISMO
Joanna de Ângelis nos
explica que:
Em face da ilusão sobre a
permanência do
Conjunto somático em que o
Espírito se movi-
menta sobre a Terra,
fixam-se-lhe equivocadas
Impressões de perenidade em
torno de tudo
quanto, afinal, é
transitório. A ideia falsa em
torno do prazer e o desejo
da própria satisfação
estimulam a ambição pela
posse e a consequente
conduta que impõe o
amealhar de coisas
a que se atribui exagerado
valor. (ANGELIS, Atitudes Renovadas, p.127/128)
Incluem-se aí todas as
exterioridades terrenas que dão a sensação de preenchimento interno como os
cargos, o status social ou religioso, os rendimentos financeiros, a posse em
geral.
O ego é o centro da consciência,
e até determinada fase da vida, é natural que se coloque como o centro de tudo.
Retomando a imagem do inconsciente oferecida pela psicanalise, como um iceberg e a ponta da superfície como a consciência,
diríamos que o ego ‘desinformado ‘ elege-se autoritariamente como o “dono”
daquela grande pedra de gelo, se projetando como dono do oceano sem sequer
cogitar o imenso mundo do qual ele mesmo faz parte e que em verdade o constitui
e certamente o direciona sem o saber.
No livro Vida:
Desafios e Soluções, a mentora afirma que “invariavelmente o eu (ego) pensa
somente em si, não compreendendo a imensidade do Inconsciente que é o eu total.”
(P.85.)
Ante a imagem do iceberg, poderíamos imaginar que o ego é
um pequeno aventureiro que “domina” a parte externa (superficial) da pedra. Todos
nós que olhamos de fora sabemos que ele se ilude com uma parte quase
insignificante, diante da magnitude daquela pedra de gelo ou do oceano. Mas ele,
em sua ingenuidade, ignorância ou medo, acha que aquele seu território é o
mundo, todo o seu mundo, e ele ali governa.
Qualquer um que chegar até
ele para lhe dizer que seu reino é apenas uma pequenina parte de tudo que
constitui aquela pedra, não será por ele compreendido. Se perguntarmos se ele
vai para onde ele quer, ele dirá que sim. Se perguntarmos se ele tem domínio
daquele mundo, ele afirmará certamente que sim, sem ter a menor noção de que muito
menos do que possuir o iceberg, é o imenso
oceano que o possui.
Isto somos nós em relação à
psique e em relação ao todo que somos. Temos contato, conhecimento de uma
pequena parte de nós, mas devido a nossa limitação existencial, achamos que
aquilo que sabemos é tudo. Achamos que possuímos um inconsciente, mas na
verdade é ele que nos possui. Somos produtos de milhares de anos, de experiências
multifacetárias como se o hoje fosse somatório de tudo o que já vivemos, e que
o ego tenta ignorar.
No livro Em Busca da Verdade, p.21,a mentora
afirma que “o ego exige destaque, compensação, aplauso, originando-se nele um
tipo de sede de água do mar, que não é saciada por motivos óbvios.”
Esta afirmativa permite-nos
definir melhor o tipo de adoecimento que estamos tratando, afinal o processo de
busca de prazer é saudável, assim como o de saciar a sede, no entanto a água do
mar não produz saciedade, assim como os prazeres egóicos não proporcionam
satisfações verdadeiras.
Falamos de adoecimento do
ego tendo em vista que ele se mantém fixado na aparência das coisas,
esquecendo-se da essência, do conteúdo de tudo, da finalidade existencial que é
maior do que a transitória jornada física.
Joanna explica que estimar
as coisas sem as supervalorizar, considerando que o tempo as modifica, as
destrói, as consome, é a melhor conduta. Quando se está fixado somente nas
coisas, ainda se estagia na infância espiritual. É a ilusão que se mantém em
torno das posses, que se transforma em dor e angústia, quando a realidade se
apresenta. Não apenas em relação ao ter, mas também no que diz respeito a
determinadas sensações do prazer nos relacionamentos, nas afeições, nas posições
de destaque, na exibição de títulos e valores, no apego ao eu transitório.
Quando o ego vivencia este
desvirtuamento, este desencontro em relação à vida, identificando-se como o
mais importante, o preferencial, dizemos que está adoecido, pois não consegue
perceber seu papel como partícipe da vida e da necessidade da presença dos
outros e de Deus no homem.
Responde assim por
incontáveis conflitos e problemas pessoais e sociais, por agir impensadamente,
no sentido ético, tendo em vista a autovalorização em detrimento das demais
criaturas do círculo no qual se movimenta.
Ao retomarmos a resposta que
os Espíritos superiores deram a Kardec, encontramos no egoísmo, ou seja, no ego
adoecido, a nascente de todos os males.
Final do texto, porém o cap.10,
A NASCCENTE DOS SOFRIMENTOS: UMA ANÁLISE DO EGO, escrita por Marlon Reikdal, no
livro Refletindo a ALMA, continuará
na próxima postagem. Postado dia10/12/13.
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