A VIDA HARMONICA
(continuação)
Aprofundando a sonda na
complexidade do ser humano, a psicologia analítica oferece valiosos recursos
para a autoidentificação, para a descoberta dos limites das possibilidades
inimaginadas, para a construção da plenitude, libertando o paciente de todo grilhão
retentivo na ignorância, na enfermidade, nos transtornos de comportamento...
Quando o individuo puder
olhar-se com serenidade, sem culpa nascida no passado, sem saudades dele ou
ansiedades pelo futuro, na expectativa da vir-a-ser,
nada obstante os conflitos que lhe permaneçam, terá conseguido avançar
decisivamente no rumo da autorrealização, portanto, de uma vida harmônica. Essa
conquista não impede a luta contínua, porque a evolução não tem limite, e
quanto mais se adquire conhecimento mais se ampliam os horizontes do saber e as
indagações em torno do existir, do Cosmo, da vida em si mesma.
Para o êxito desse
cometimento, a autoterapia do amor e do sentimento de dever contribui para o
prosseguimento do esforço de crescimento interior, de realização enobrecida, de
harmonia, desaguando no estado numinoso.
O ser numinoso exala equilíbrio, segurança,
autoconquista. Transforma-se em um polo de atração que beneficia todos aqueles
que se lhe acercam, porque a sua exteriorização é benéfica e enriquecedora.
De igual maneira, o
indivíduo voluptuoso, vulgar, insensato, mesmo que se apresentando bem-vestido
e com a persona bem trabalhada,
cuidadosamente maquilada para a vida social, exterioriza o bafio pestilencial
do seu estado interior. Basta uma aproximação, um contato, para que sinta o
perigo do contágio da sua condição moral e espiritual. Logo ocorre uma falta de
empatia entre aquele que é saudável e o enfermo, produzindo fenômenos psicológicos
de antipatia e distanciamento.
Cada qual é aquilo que
cultiva interiormente, suas aspirações e pensamentos, seus cuidados ou
desastres emocionais, não podendo ocultá-los de tal forma que psiquicamente os
mesmos não se manifestem.
Nesse capítulo, pode-se
inferir que as existências pregressas impuseram o seu selo representativo da
conduta que cada qual se permitiu.
É comum ouvir-se dizer que
os discípulos de determinados mestres iogues asserenam-se junto deles, sem
necessidade de qualquer verbalização... O mesmo ocorre com muitos pacientes que
chegam aos seus médicos, enfermeiros ou assistentes, sendo generalizada a ocorrência
em relação às pessoas portadoras de sentimentos elevados que produzem alegria e
geram harmonia a sua volta.
De igual maneira, aqueles
que são temperamentos rebeldes, instáveis, comportamentos doentios, sentimentos
avaros e mesquinhos, turbulentos e perversos, fazem-se identificar facilmente,
mesmo que o não queiram, sem qualquer manifestação exterior.
O ser psíquico-moral é o
verdadeiro indivíduo.
A nobre tarefa da
psicoterapia é trabalhar esse Self que
centraliza todas as atenções e cuidados, nele descobrindo os registros das
aflições defluentes das experiências malogradas, dos comprometimentos
desastrosos, do que poderia haver realizado de meritório e ficou na
expectativa...
Onde se encontre o enfermo psicológico
ou físico, ou mental, aí está a totalidade dos seus atos em reencarnações
anteriores agora refletidos na conduta angustiosa ou aflitiva que o aturde.
Imprescindível trabalhar-lhe
o inconsciente coletivo, buscando os arquétipos portadores de desintegração e
sofrimento que nele ressumam com frequência.
Os primeiros passos para a
conquista da vida harmoniosa, são aqueles que liberam o despertar da consciência
de si, ao lado da responsabilidade assumida em favor das mudanças que se fazem
necessárias na ementa existencial.
Desmascarar a ignorância e
diluir a sombra onde quer que se
refugiem, constituem o segundo passo da lucidez para alcançar-se o objetivo
anelado.
Assumindo facetas
desculpistas, ensejando processos de transferência de responsabilidade, o ego engenhoso e insubordinado procura
sempre manter-se no comando, disfarçando a aparência e mantendo os conteúdos
doentios.
Outras terapias, denominadas
alternativas, também são muito úteis para a conquista dessa vida harmônica sempre
buscada.
Desde os procedimentos de
cromoterapia, como os de massoterapia, os de meditação e ioga para atingir o mocsa, os de fluidoterapia especialmente
através dos passes e outros tantos valiosos recursos à disposição dos
interessados, o importante é alcançar a individuação, a sukha...
Muitos outros indivíduos,
entretanto, preferem ficar vitimados pela síndrome
do mundo cruel, conforme a denominam os sociólogos, em face da alta carga
de informações negativas, de desastres e infortúnios de que são vítimas,
informando a impossibilidade de as superar ou pelo menos digeri-la mentalmente.
Sem dúvida, é um disfarce
para evitar assumir a responsabilidade pelo que está ocorrendo no mundo,
porquanto, ao lado das misérias e vicissitudes, também se encontram os exemplos
de dignificação e sacrifício de verdadeiras multidões que permanecem no
anonimato ou se tornam conhecidas, sem darem importância ao lado infeccioso da
sociedade, que se apresenta em forma de doença pandêmica e constante.
A predominância dos bons e
dos portadores de sentimentos elevados proporciona à vida uma paisagem de
esperança e de significação, qual um amanhecer de bonança após a violência da
tormenta.
A aquisição, portanto, de
uma vida harmônica, está na dependência da eleição que cada um faz em torno dos
objetivos existenciais, sendo factível anelá-la e trabalhar por conquistá-la.
... E o filho pródigo voltou
para os braços paternos...
Final do texto, porém o cap.
10, A VIDA E A MORTE, do livro EM BUSCA DA VERDADE, escrito por Divaldo Franco,
ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis, continuará na próxima postagem
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