terça-feira, 10 de dezembro de 2013


 

A FATALIDADE DA MORTE

O fenômeno biológico da morte faz parte do equivalente em relação ao nascimento: aglutinação de moléculas que se reúnem e se desarticulam quando ocorre a anóxia cerebral.

Pode-se afirmar, no entanto, que o oposto de morte não é vida, mas renascimento, como afirmou Buda, porquanto, sempre se está na vida, quer no corpo físico, quer no corpo espiritual.

Sendo o Sellf mortal e imortal na visão transcendente de Jung, ei-lo transferindo-se de vibração, pelo fenômeno da morte, ou mergulhando no corpo através do impositivo da reencarnação.

A morte é, portanto, o término do fenômeno biológico, encerramento de uma etapa orgânica, na qual todos os elementos constitutivos do corpo físico se diluem e se transformam sob a ação poderosa da química  presente em a natureza...

Desse modo, o significado psicológico mais valioso da existência corporal é a conquista valiosa da imortalidade, na qual se está mergulhado, mas que se torna lúcida e plena após a desencarnação.

Nesse período, após a ocorrência breve ou longa de obnubilação da consciência, agora sem o envoltório cerebral, o ser, lentamente, de acordo com as suas construções morais e mentais, retorna ao estágio de energia ou princípio inteligente, sem as intercorrências do aprisionamento no casulo material.

A jornada humana no corpo deve constituir a meta plena para o reencontro com a vida total. Portanto, todos os investimentos mentais, morais e psicológicos necessitam voltar-se para essa realidade, tendo em vista a impermanência do corpo físico.

Considerando-se a imortalidade como a grande meta, definitiva, cada instante da viagem corporal representa oportunidade valiosa de crescimento iluminativo, investimento psicológico precioso para a conquista da saúde integral, aquela que procede do interior para o exterior.

Esse nascer e morrer na esfera física propicia ao Espírito a conquista da incomparável plenitude, etapa a etapa, conforme responderam os Benfeitores espirituais a uma indagação de Allan Kardec, demonstrando que tudo evolve no Universo:... É assim que tudo serve, que tudo se encadeia na Natureza, desde o átomo primitivo até o arcanjo, que também começou por ser átomo...

Desde os primórdios do Self, quando surge nas formas primárias, o seu despertamento ocorre através do encadeamento das experiências carnais, em sucessivos renascimentos corporais, permitindo que se agigantem a pouco e pouco as potencialidades nele adormecidas, que são inerentes à Divindade da qual procede...

Não fosse dessa forma, a existência corporal, em razão da sua brevidade, não teria o menor sentido de lógica ou de finalidade, quando se considera o tempo indimensional e o infinito, logo dissolvendo-se o pensamento no nada, no aniquilamento. A sobrevivência do ser espiritual é crucial para que a vida física tenha justificativa e sentido psicológico que o digam aqueles que nasceram sob injunções coercitivas dos sofrimentos quase inconcebíveis, sem lhes haver concedido direito à comunicação, ao pensamento, à razão...

Muitos outros, atrelados às necessidades socioeconômicas, dão início à existências nas palhas da miséria e transitam nos meios escabrosos onde vivem sem a mínima claridade do amor, nem da solidariedade, misturando-se o crime com a adversidade...

Incontáveis seres que deliram na loucura sob maltratos inumanos, enquanto inúmeros atoleimados perdem-se nos descaminhos do esquecimento humano...

Devido a sua extensão o presente texto terá continuidade na próxima postagem.
Postado dia, 10/12/13.  

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