GRATIDÃO A CURTO E A LONGO
PRAZO
As emoções são reflexos do self, exteriorizando as construções e
ideações mentais.
Quanto mais diluída a sombra
que se lhe integra através da evolução, mais fortes emoções serão possíveis.
Vindo a tona as fixações perturbadoras
do inconsciente pessoal e do coletivo, mais necessário se torna administrá-las pela
sua substituição através de formulações opostas, que irão sendo superadas no
transcurso do tempo, através da repetição. O exercício de qualquer função é
sempre o meio mais hábil para que se faça a sua necessária fixação, tornando-se
um hábito novo que se desenha no comportamento.
Sendo essa a educação mental
que proporciona renovação moral.
A saúde emocional, torna-se
assim, consequência do esforço do self, quando
se resolve pela mudança de atitude diante da vida não mais aceitando os
condicionamentos perniciosos, os vícios morais, as atitudes de agressividade e
de perturbação.
Os conflitos, que são as
heranças doentias do ego e da sombra, quando delinquiram, são
psicoterapeuticamente transformados em segurança pessoal, em harmonia do
comportamento – mente e emoção -, pelo empenho do self dando lugar ao bem-estar que se apresenta como saúde interior.
Por isso os velhos refrões: pensa no bem e o bem te acontecerá, tanto
quanto pensa no mal e o pior te tornarás tornam-se
fenômenos da conduta do self na
manutenção dos equipamentos delicados da emoção.
O pensamento é assim um
dínamo gerador de ondas que movimentam a maquinaria orgânica, exteriorizando-se
dos neurônios cerebrais em direção ao sistema nervoso central, que as envia às
glândulas endócrinas, e, por fim, vibrando no sistema imunológico, por
extensão, repercutindo no emocional e dando lugar a efeitos perfeitamente
equivalentes.
Pensamento é força dinâmica
e vital.
O que se fixa no pensamento,
a vida responde em forma de ideoplastia ou concretiza-se inconscientemente,
desde que o automatismo da repetição na mente faz-se responsável pela condução
a que o indivíduo se entrega.
No que diz respeito aos
fenômenos psicológicos de pequena ou de grande monta, ei-los que se traduzem
como sentimentos de variada expressão, desde aqueles que consomem as energias,
resultando em depressões, distúrbios do pânico, pavores diversos, síndromes de
Parkinson e de Alzheimer ou esperança, alegria, equilíbrio, gratidão...
A gratidão moral é de suma
importância para o engrandecimento do self.
Isto é: a lúcida compreensão da
conduta irregular de outrem, ao lado da tolerância e da humildade pessoal
proporcionam o reconhecimento de que cada qual se comporta de acordo com o seu
nível de consciência e o seu estágio intelecto-moral.
Compreende-se,
desse modo, que um gênero de gratidão desconhecido é o perdão real.
Para que se expresse esse sentimento
nobre – o perdão! -, é imprescindível maturidade emocional, compreensão da
realidade da existência, respeito ético pelo próximo, cultura de compaixão, sem
o que muito dificilmente pode ser exercido.
Quando o amor se expande, o
perdão torna-se natural, pois quando se
espalha a afetividade supera qualquer limite imposto pelas convenções e se
transforma num oceano de generosidade.
Quando alguém preserva o
ressentimento em relação a outrem que não lhe correspondeu à expectativa, crendo-se
em postura melhor, supondo-se merecedor de mais especial consideração, na realidade
se encontra no mesmo nível, porque a mágoa é escara moral de inferioridade e de
presunção...
A diferença, entre o que perdoa e o que é
perdoado é que o primeiro se encontra em patamar superior de evolução, podendo estar aberto ao retorno
do ofensor, sem nenhuma censura ou reprimenda, o que corresponde ao legítimo
esquecimento do mal para somente recordar do bem edificante.
O perdão dignifica aquele
que o favorece, como necessidade de conceder ao outro o pleno direito de
caminhar conforme as próprias possibilidades.
A luz sempre dilui sem
alarde a sombra da ignorância, da maldade, da perversidade...
A gratidão a curto prazo
logo se faz um verdadeiro automatismo, no receber e no retribuir, no oferecer
antes de conseguir, no ato de estar-se livre para a vida.
Quando, ao contrário,
espera-se a retribuição, vive-se a síndrome de Peter Pan, mantendo-se
interessado em coisas e negando-se ao amadurecimento, à reflexão, à autodoação
que dignificam.
A largo prazo, a gratidão
irisa-se de sabedoria para enriquecer a sociedade com as bênçãos do
conhecimento e do amor, como resultado de um grande esforço para atingir a meta
que lhe faculte servir com abnegação e devotamento.
O profissional de qualquer
área que aplica largo período da existência preparando-se para adquirir
conhecimentos e habilidades específicas para serem aplicadas posteriormente,
alcança o patamar da gratidão que ajuda a satisfação pessoal, o progresso dos
demais indivíduos e, por extensão, da humanidade.
De maneira pessimista,
alguém enunciou que a Terra é um grande
hospital, sem perceber que essa conclusão resulta de uma ótica
moral distorcida a respeito da realidade, que é sempre promissora e rica de
oportunidades felizes.
Podemos dizer que a Terra é uma escola de bênçãos, onde
ocorre o aprimoramento moral e espiritual do ser na direção do estado numinoso
que o aguarda.
Esse estado é o nível
superior de integração do eixo ego-self alcançando
a sua plenitude.
Todo esforço, dirigido para
a conquista do padrão de equilíbrio emocional através dos sentimentos
edificantes deve ser considerado para o encontro com o si profundo,
transmudando as experiências perturbadoras em conquistas relevantes, capazes de
alterar toda estrutura do comportamento.
O self traz condições inatas para essa realização, porque vem de
conquistas contínuas no longo processo de desenvolvimento das suas
possibilidades de realização plena.
Texto trabalhado do livro PSICOLOGIA DA GRATIDÃO, escrito por
Divaldo Pereira Franco, ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.
Postado dia 05/07/2014.
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