EQUIPAMENTOS PSICOLÓGICOS
PARA O SER
A conquista do sentido e de
significado na existência humana é muito importante, pois, do contrário, não se
vive, apenas se vegeta, segundo o dito
popular.
A constituição do Self como energia pensante, como princípio inteligente do universo, como define
o Espírito pelos Benfeitores da Humanidade, impõe por princípio um arsenal de
equipamentos psicológicos para o desempenho da tarefa que deve executar – a
autoiluminação.
Procedente do Psiquismo
Divino, traz, em germe, todas as potencialidades provenientes da sua
causalidade, sendo-lhe necessário o despertar das mesmas e o desenvolvê-las através
das experiências sucessivas.
O ser psicológico que é,
coloca-se como fundamental em todo processo evolutivo, são
necessários recursos psíquicos que propiciem alcançar os seus objetivos.
Localizadas as aspirações no
superconsciente e guardando as realizações no inconsciente coletivo, o seu envoltório perispiritual é o
reservatório onde estão todos os valores amealhados, dignificantes ou
inquietadores, e que frequentemente ressurgem, conforme as emoções, os acontecimentos
que fazem parte do processo da evolução, auxiliando-o na ascensão ou levando-o
ao sofrimento.
Consequentemente, as suas necessidades são de ordem ética, estética,
transpessoal, a fim de manter o equilíbrio e os impulsos e avançar na vereda
libertadora dos atavismos negativos que interferem no comportamento que opta
pelo bem-estar.
Alegria de viver, é um dos
mais importantes equipamentos psicológicos para a vitória no empreendimento
humano, pois, com esse sentimento, todas as experiências adquirem significado, escolhendo
as que promovem com a superação tranquila em relação às que trazem angústia e aflição.
Para haver alegria de viver,
é necessário condições emocionais específicas, como: os procedimentos mentais
saudáveis, em que o pensamento e a imaginação ativa trabalham as aspirações da
ordem e do dever, da ação nobre e da solidariedade, do progresso e da
abnegação, mantendo o clima superior que leva ao entusiasmo, sem as fugas causadas
pelos conflitos; a reflexão antes de qualquer atitude, a fim de evitar a culpa
que transtorna, escolhendo as condutas que tragam bem estar interior; as
atividades representativas da caridade, da compaixão; a autoanalise frequente,
de modo a detectar os erros e reabilitar-se deles, os acertos e seus
prosseguimentos...
Isto porque, segundo a
opinião de Jung ...dentro da alma, desde
suas origens primordiais, tem havido um desejo de luz e uma ânsia incontida
para debelar as sombras primordiais... a noite psíquica primordial...é hoje a
mesma de incontáveis milhões de anos passados. O anseio pela luz é o anseio
pela consciência.
Buscar essa consciência
profunda transforma-se em meta que leva à plenitude psicológica, quando o
sofrimento não encontra lugar para instalar-se, ou quando ali presente, ser
superado. Embora o sofrimento se encontre no mundo e nas criaturas como uma
fatalidade do seu processo de evolução, mediante os equipamentos sociológicos
da busca da luz, torna-se factível diluí-lo na claridade do amor indefinível.
O sonho alquimista era transmutar
os metais comuns em ouro de alto valor, que não foi conseguido. No entanto,
psicologicamente, é possível essa alquimia no ser, quando transforma a sombra em luz e os conflitos com as suas
marcas de perturbação no ouro da
harmonia.
Para isso, os recursos a serem utilizados
serão os internos e são parte da construção da consciência, pois só por meio
deles, é possível atingir a sabedoria, o discernir o que é necessário e
o que é inútil na existência, de real ou de aparente valor...
Enquanto isso, a luta
interior em relação ao sofrimento continua. Conforme Jung, o oriental busca
vencer o sofrimento expulsando-o como uma coisa, o ocidental quer libertar-se
dele através dos medicamentos. Mas nenhum medicamento, pode eliminar os
sofrimentos que se derivam da consciência de culpa, dos fenômenos psicológicos
da afetividade não correspondida, das ansiedades não concretizadas, do desejo
do belo e da paz não conseguidos...
Por exemplo, o dinheiro, pode
oferecer farta alimentação, mas não
provoca o apetite; pode dar conforto, não a paz de quem vive em lugar
agradável; favorece a presença de pessoas, sem que lhe ofereçam o amor... a morte de um
ser querido apaga os sorrisos que o poder do mundo não o pode devolver, embora
possa mobilizar praticamente tudo e todos...
Esses acontecimentos trazem
sofrimentos, que não podem ser expulsos pela
insistência mental nem socorridos com medicamentos. Precisam serem enfrentados
pacientemente pela psique, pelo estado autoconsciente do Self.
É natural que o sofrimento e
a felicidade caminhem lado a lado, em aparente oposição, que os equipamentos
psicológicos da compreensão possam fundir-se em harmonia, quando se compreenda que
através do primeiro se pode alcançar a segunda, bastando, a compreensão das suas
origens e da sua permanência. Diluindo-se as marcas no inconsciente
individual e do coletivo, anulando-se a desventura e despertando-se a criança maltratada, latente, é
possível conciliar um e a outra, desde que transformando o primeiro em caminho
que conduz à plenitude.
Não havendo censura, nem
mágoa pelos acontecimentos desagradáveis que trazem sofrimento, não tem vigor as
marcas psicológicas doentias, surgem perspectivas favoráveis à superação
dos mesmos, porque outros fatores tomam-lhe o lugar, como: a paz de consciência,
o desejo para alcançar as metas programadas, os ideais abraçados.
Quando a mente se volta para
o cultivo de elevação moral, social, espiritual, artística ou de qualquer outro
tipo, as expressões do sofrimento perdem a preponderância na emoção e,
naturalmente, deixam de influenciar o comportamento.
A melhor forma para superar
o sofrimento e conquistar a felicidade é trabalha-lo, ultrapassando seus
limites e determinações. Com esse comportamento, o sofrimento passa a
ser dínamo gerador de energia que se desenvolve e produz recursos para a
conquista da individuação.
Como equipamento
psicológico, é justo ainda insistir-se no relacionamento criatura-Criador,
pensamento-oração, mente-esperança, que favorecem a sintonia com as forças
cósmicas onde tem origem todas as coisas materiais, e em forma de energia
vitaliza e acalma todos que se utilizam desse comportamento.
Vivendo-se no mundo onde tudo
é energia sob diferentes aspectos de aglutinação de moléculas, o pensamento pode
e deve engendrar mecanismo que façam surgir forças psíquicas que
trabalham o bem-estar e superam as construções do sofrimento.
Enfim, encontra-se na pauta
do querer corretamente, para conseguir-se retamente.
Pensando-se com equidade e
justiça, agindo-se com bondade e compaixão, vivendo-se com esperança e alegria,
a iluminação ocorre naturalmente, ampliando a capacidade no Self para gerar o estado numinoso
permanente.
Texto
trabalhado com base no livro EM BUSCA DA
VERDADE, escrito por Divaldo Pereira Franco, ditado pelo Espírito Joanna de
Ângelis.
Postado
no dia 19/07/2014.
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