domingo, 20 de julho de 2014


 

EQUIPAMENTOS PSICOLÓGICOS PARA O SER
A conquista do sentido e de significado na existência humana é muito importante, pois, do contrário, não se vive, apenas se vegeta, segundo o dito popular.
A constituição do Self como energia pensante, como princípio inteligente do universo, como define o Espírito pelos Benfeitores da Humanidade, impõe por princípio um arsenal de equipamentos psicológicos para o desempenho da tarefa que deve executar – a autoiluminação.
Procedente do Psiquismo Divino, traz, em germe, todas as potencialidades provenientes da sua causalidade, sendo-lhe necessário o despertar das mesmas e o desenvolvê-las através das experiências sucessivas.
O ser psicológico que é, coloca-se como  fundamental em todo processo evolutivo, são necessários recursos psíquicos que propiciem alcançar os seus objetivos.
Localizadas as aspirações no superconsciente e guardando as realizações no inconsciente coletivo, o seu envoltório perispiritual é o reservatório onde estão todos os valores amealhados, dignificantes ou inquietadores, e que frequentemente ressurgem, conforme as emoções, os acontecimentos que fazem parte do processo da evolução, auxiliando-o na ascensão ou levando-o ao sofrimento.
Consequentemente, as suas  necessidades são de ordem ética, estética, transpessoal, a fim de manter o equilíbrio e os impulsos e avançar na vereda libertadora dos atavismos negativos que interferem no comportamento que opta pelo bem-estar.
Alegria de viver, é um dos mais importantes equipamentos psicológicos para a vitória no empreendimento humano, pois, com esse sentimento, todas as experiências adquirem significado, escolhendo as que promovem com a superação tranquila em relação às que trazem angústia e  aflição.
Para haver alegria de viver, é necessário condições emocionais específicas, como: os procedimentos mentais saudáveis, em que o pensamento e a imaginação ativa trabalham as aspirações da ordem e do dever, da ação nobre e da solidariedade, do progresso e da abnegação, mantendo o clima superior que leva ao entusiasmo, sem as fugas causadas pelos conflitos; a reflexão antes de qualquer atitude, a fim de evitar a culpa que transtorna, escolhendo as condutas que tragam bem estar interior; as atividades representativas da caridade, da compaixão; a autoanalise frequente, de modo a detectar os erros e reabilitar-se deles, os acertos e seus prosseguimentos...
Isto porque, segundo a opinião de Jung ...dentro da alma, desde suas origens primordiais, tem havido um desejo de luz e uma ânsia incontida para debelar as sombras primordiais... a noite psíquica primordial...é hoje a mesma de incontáveis milhões de anos passados. O anseio pela luz é o anseio pela consciência.
Buscar essa consciência profunda transforma-se em meta que leva à plenitude psicológica, quando o sofrimento não encontra lugar para instalar-se, ou quando ali presente, ser superado. Embora o sofrimento se encontre no mundo e nas criaturas como uma fatalidade do seu processo de evolução, mediante os equipamentos sociológicos da busca da luz, torna-se factível diluí-lo na claridade do amor indefinível.
O sonho alquimista era transmutar os metais comuns em ouro de alto valor, que não foi conseguido. No entanto, psicologicamente, é possível essa alquimia no ser, quando transforma a sombra em luz e os conflitos com as suas marcas de perturbação no ouro da harmonia.
Para isso, os recursos a serem utilizados serão os internos e são parte da construção da consciência, pois só por meio deles, é possível atingir a sabedoria, o discernir o que é necessário e o que é inútil na existência, de real ou de aparente valor...
Enquanto isso, a luta interior em relação ao sofrimento continua. Conforme Jung, o oriental busca vencer o sofrimento expulsando-o como uma coisa, o ocidental quer libertar-se dele através dos medicamentos. Mas nenhum medicamento, pode eliminar os sofrimentos que se derivam da consciência de culpa, dos fenômenos psicológicos da afetividade não correspondida, das ansiedades não concretizadas, do desejo do belo e da paz não conseguidos...
Por exemplo, o dinheiro, pode oferecer  farta alimentação, mas não provoca o apetite; pode dar conforto, não a paz de quem vive em lugar agradável; favorece a presença de pessoas, sem que lhe ofereçam o amor... a morte de um ser querido apaga os sorrisos que o poder do mundo não o pode devolver, embora possa mobilizar praticamente tudo e todos...
Esses acontecimentos trazem sofrimentos,  que não podem ser expulsos pela insistência mental nem socorridos com medicamentos. Precisam serem enfrentados pacientemente pela psique, pelo estado autoconsciente do Self.
É natural que o sofrimento e a felicidade caminhem lado a lado, em aparente oposição, que os equipamentos psicológicos da compreensão possam fundir-se em harmonia, quando se compreenda que através do primeiro se pode alcançar a segunda, bastando, a compreensão das suas origens e da sua permanência. Diluindo-se as marcas no inconsciente individual e do coletivo, anulando-se a desventura e despertando-se a criança maltratada, latente,   é possível conciliar um e a outra, desde que transformando o primeiro em caminho que conduz à plenitude.
Não havendo censura, nem mágoa pelos acontecimentos desagradáveis que trazem sofrimento, não tem vigor as marcas psicológicas doentias, surgem perspectivas favoráveis à superação dos mesmos, porque outros fatores tomam-lhe o lugar, como: a paz de consciência, o desejo para alcançar as metas programadas, os ideais abraçados.
Quando a mente se volta para o cultivo de elevação moral, social, espiritual, artística ou de qualquer outro tipo, as expressões do sofrimento perdem a preponderância na emoção e, naturalmente, deixam de influenciar o comportamento.
A melhor forma para superar o sofrimento e conquistar a felicidade é trabalha-lo, ultrapassando seus limites e  determinações.  Com esse comportamento, o sofrimento passa a ser dínamo gerador de energia que se desenvolve e produz recursos para a conquista da individuação.
Como equipamento psicológico, é justo ainda insistir-se no relacionamento criatura-Criador, pensamento-oração, mente-esperança, que favorecem a sintonia com as forças cósmicas onde tem origem todas as coisas materiais, e em forma de energia vitaliza e acalma todos que se utilizam desse comportamento.
Vivendo-se no mundo onde tudo é energia sob diferentes aspectos de aglutinação de moléculas, o pensamento pode e deve engendrar mecanismo que façam surgir forças psíquicas que trabalham o bem-estar e superam as construções do sofrimento.
Enfim, encontra-se na pauta do querer corretamente, para conseguir-se retamente.
Pensando-se com equidade e justiça, agindo-se com bondade e compaixão, vivendo-se com esperança e alegria, a iluminação ocorre naturalmente, ampliando a capacidade no Self para gerar o estado numinoso permanente.

Texto trabalhado com base no livro EM BUSCA DA VERDADE, escrito por Divaldo Pereira Franco, ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.

Postado no dia 19/07/2014.

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