EXPERIÊNCIAS
VISIONÁRIAS
Na aplicação da imaginação ativa há um período que o
indivíduo que aspira à individuação, tendo atingido maior grau de interpretação
das experiências e vivências não fruídas, após desfrutá-las, pode avançar com
mais coragem e esperar que ocorram as experiências
visionárias.
A vivência dessas vidas não vividas traz uma
ressignificação à vida terrena, eliminando do inconsciente as frustrações e
inseguranças surgidas do não as haver experienciado, nem pela imaginação
criativa.
As experiências visionárias acontecem em duas etapas: a primeira
quando o aprendiz está preparado,
conforme a tradição esotérica, o mestre
aparece; a segunda, quando fenômenos paranormais ocorrem, chamando-lhe a
atenção para outra dimensão da vida não exclusiva da jornada material.
Nos dois casos alguns
psicólogos dizem que podem ser delírio do inconsciente ou de fantasias
místicas. No entanto, são reais, demonstrando a indestrutibilidade do Espírito,
expressando-se como o self.
Existem sim aquelas que tem caráter
psicopatológico, englobadas como fenômenos mediúnicos de obsessão, e as condutoras
de iluminação para o sensitivo que se torna instrumento do mundo invisível,
demonstrando que o significado da vida continua após o túmulo, onde a vida não
é consumida.
Numa visão unilateral
materialista da psicologia, Deus – como figura mitológica ou transferência
neurótica do pai fisiológico para o transcendental – utilizou-Se de muitas
representações humanas para encarar a Sua
criação, como a escada de Jacó no
estado onírico, que a construiu para servir de subida ao céu e descida para a Terra. Dessa forma, o
inconsciente coletivo da humanidade construiria essa escada em forma de visões humanas, atendendo assim à necessidade de
entendimento dos mistérios da própria
vida.
Sem dúvida ocorrem fenômenos
dessa ordem, catalogados como de
natureza anímica, por se originarem no próprio sensitivo, outros, porém,
transcendem-lhe a psique e revelam-se procedentes de outra dimensão, como nos
casos da psicografia com duas mãos, das correspondências cruzadas, do
profetismo, da xenoglossia – ou faculdade de comunicar-se em idioma desconhecido
do paciente, incluindo línguas mortas e às vezes extintas -, nas manifestações
ectoplásmicas ou de materializações.
Sendo a sua importante finalidade
despertar o ser humano para a sua imortalidade, para os deveres com a própria
iluminação, para a conquista da saúde integral, PARA A EXCELSA GRATIDÃO PELA HONRA DE VIVER NO CORPO E PODER
LIBERTAR-SE DELE, PROSSEGUINDO VIVO.
Produzem grandes mudanças no
comportamento para melhor, por libertar inicialmente o paciente de situações
espirituais danosas, como nos transtornos obsessivos, na culpa, por se
pacificar com aquele a quem afligiu ou infelicitou em experiência anterior, trazendo-lhe
alegria de viver, após superar o fantasma da morte como aniquilamento da vida.
Essas experiências
mediúnicas sucedem-se com a vontade ou não daquele que lhe é instrumento desde
a infância ou surgem nos mais diferentes períodos da vida física.
Podem surgir durante processos
de enfermidade, ou em fase de saúde e de harmonia psicofísica.
Dilatando a percepção
psíquica constitui um sexto sentido
conforme definiu o Prof. Charles Richet, que as estudou por mais de quarenta anos...
Surgem às vezes suavemente,
como uma brisa emocional ou como tempestades que causam preocupação, pedindo
cuidadosos procedimentos especializados, para que se tornem condutoras de
equilíbrio e de utilidade.
Allan Kardec estudou-as por longo
tempo, realizando observações práticas e cuidadosas com mais de mil portadores
da peculiar faculdade, classificando todas as suas manifestações e
catalogando-as como de natureza orgânica, por sediar-se no cérebro, tal como
ocorre com a inteligência, a memoria, as aptidões artísticas e culturais,
religiosas e científicas...
O preconceito vigente do
século XIX com tudo quanto transcendesse aos padrões estabelecidos e às superstições
em que se baseavam algumas crenças religiosas castradoras e punitivas procurou
erradicar dos seus estudos nas áreas acadêmicas tudo quanto pudesse parecer
místico, como fez Sigmund Freud. A sua
intolerância foi tamanha, quando abraçou a ditadura
da libido, que cortou o relacionamento com Jung, a partir da visita deste à sua residência em Viena quando
ao registrar os estalidos produzidos na estante de livros, procurou esclarecer
que era uma emanação catalíptica e
que se iriam repetir, como aconteceu...
O mestre, receoso de que os
misticismos pudessem incorporar-se à nascente psicanálise, procurou livrá-la de
qualquer futura confusão, mantendo-se adversário inclemente inclusive da
religião, que considerava como neurose da
sociedade.
Quando em Paris,
participando das experiências hipnológicas feitas pelo eminente
anatomopatologista Jean-Martin Charcot, recebeu de Charles Richet, auxiliar do
mestre, o Tratado de metapsíquica humana,
que era a síntese das pesquisas do sábio fisiologista, não a examinando nem
superficialmente. Quarenta anos depois, ao fazê-lo, lamentou-se do tempo passado,
dizendo que, se o tivesse feito antes, teria encontrado muito material para as suas
pesquisas e conclusões.
Os fenômenos foram estudados
por outros nobres cientistas que os confirmaram, após submeterem médiuns a rigorosos instrumentos de controle, para
os impedirem de fraudar, comprovando a realidade das manifestações espirituais
que aconteciam ao mesmo tempo em vários países do mundo...
Coletando todas as
informações e observando as manifestações espirituais que aconteciam diante
dele, Allan Kardec apresentou O livro dos
médiuns, que é um tratado incomum sobre a imensa fenomenologia paranormal,
partindo da possiblidade de existirem Espíritos até às conclusões vigorosas da
sua realidade e da sua interferência na vida humana, no comportamento e na
saúde, nos relacionamentos afetivos, nas animosidades, nos fenômenos da
natureza, nos enigmas da psicometria,
do profetismo e das aparições...
Com essa contribuição,
diante do grande número de portadores de transtornos de diversas origens, consegue-se
introduzir as perturbações de ordem obsessiva como desencadeadores de
transtornos e problemas afligentes.
Dessa forma, no quadro das experiências visionárias podem-se incluir
os fenômenos anímicos e mediúnicos como responsáveis por grande número delas,
convidando o ser humano à individuação.
Mesmo nesse caso há ainda lugar
para a gratidão aos imortais, porque se
preocupam com os que ainda se encontram no envoltório material e não lembram da
procedência espiritual, auxiliando-o para preparar-se para o retorno ao grande
lar que é inevitável.
Texto trabalhado do livro PSICOLOGIA DA GRATIDÃO, escrito por
Divaldo Pereira Franco, ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.
Postado no dia, 16/07/2014.
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