quarta-feira, 16 de julho de 2014


 

EXPERIÊNCIAS VISIONÁRIAS 

Na aplicação da imaginação ativa há um período   que o indivíduo que aspira à individuação, tendo atingido maior grau de interpretação das experiências e vivências não fruídas, após desfrutá-las, pode avançar com mais coragem e esperar que ocorram as experiências visionárias.
A vivência dessas vidas não vividas traz uma ressignificação à vida terrena, eliminando do inconsciente as frustrações e inseguranças surgidas do não as haver experienciado, nem pela imaginação criativa.
As experiências visionárias acontecem em duas etapas: a primeira quando o aprendiz está preparado, conforme a tradição esotérica, o mestre aparece; a segunda, quando fenômenos paranormais ocorrem, chamando-lhe a atenção para outra dimensão da vida não exclusiva da jornada material.
Nos dois casos alguns psicólogos dizem que podem ser delírio do inconsciente ou de fantasias místicas. No entanto, são reais, demonstrando a indestrutibilidade do Espírito, expressando-se como o self.
Existem sim aquelas que tem caráter psicopatológico, englobadas como fenômenos mediúnicos de obsessão, e as condutoras de iluminação para o sensitivo que se torna instrumento do mundo invisível, demonstrando que o significado da vida continua após o túmulo, onde a vida não é consumida.
Numa visão unilateral materialista da psicologia, Deus – como figura mitológica ou transferência neurótica do pai fisiológico para o transcendental – utilizou-Se de muitas representações humanas para encarar a Sua criação, como a escada de Jacó no estado onírico, que a construiu para servir de subida  ao céu e descida para a Terra. Dessa forma, o inconsciente coletivo da humanidade construiria essa escada em forma de visões humanas, atendendo assim à necessidade de entendimento dos mistérios da própria vida.
Sem dúvida ocorrem fenômenos dessa ordem,  catalogados como de natureza anímica, por se originarem no próprio sensitivo, outros, porém, transcendem-lhe a psique e revelam-se procedentes de outra dimensão, como nos casos da psicografia com duas mãos, das correspondências cruzadas, do profetismo, da xenoglossia – ou faculdade de comunicar-se em idioma desconhecido do paciente, incluindo línguas mortas e às vezes extintas -, nas manifestações ectoplásmicas ou de materializações.
Sendo a sua importante finalidade despertar o ser humano para a sua imortalidade, para os deveres com a própria iluminação, para a conquista da saúde integral, PARA A EXCELSA GRATIDÃO PELA HONRA DE VIVER NO CORPO E PODER LIBERTAR-SE DELE, PROSSEGUINDO VIVO.
Produzem grandes mudanças no comportamento para melhor, por libertar inicialmente o paciente de situações espirituais danosas, como nos transtornos obsessivos, na culpa, por se pacificar com aquele a quem afligiu ou infelicitou em experiência anterior, trazendo-lhe alegria de viver, após superar o fantasma da morte como aniquilamento da vida.
Essas experiências mediúnicas sucedem-se com a vontade ou não daquele que lhe é instrumento desde a infância ou surgem nos mais diferentes períodos da vida física.
Podem surgir durante processos de enfermidade, ou em fase de saúde e de harmonia psicofísica.
Dilatando a percepção psíquica constitui um sexto sentido conforme definiu o Prof. Charles Richet, que  as estudou por mais de quarenta anos...
Surgem às vezes suavemente, como uma brisa emocional ou como tempestades que causam preocupação, pedindo cuidadosos procedimentos especializados, para que se tornem condutoras de equilíbrio e de utilidade.
Allan Kardec estudou-as por longo tempo, realizando observações práticas e cuidadosas com mais de mil portadores da peculiar faculdade, classificando todas as suas manifestações e catalogando-as como de natureza orgânica, por sediar-se no cérebro, tal como ocorre com a inteligência, a memoria, as aptidões artísticas e culturais, religiosas e científicas...
O preconceito vigente do século XIX com tudo quanto transcendesse aos padrões estabelecidos e às superstições em que se baseavam algumas crenças religiosas castradoras e punitivas procurou erradicar dos seus estudos nas áreas acadêmicas tudo quanto pudesse parecer místico, como fez  Sigmund Freud. A sua intolerância foi tamanha, quando abraçou a ditadura da libido, que cortou o relacionamento com Jung, a partir da  visita deste à sua residência em Viena quando ao registrar os estalidos produzidos na estante de livros, procurou esclarecer que era uma emanação catalíptica e que se iriam repetir, como aconteceu...
O mestre, receoso de que os misticismos pudessem incorporar-se à nascente psicanálise, procurou livrá-la de qualquer futura confusão, mantendo-se adversário inclemente inclusive da religião, que considerava como neurose da sociedade.
Quando em Paris, participando das experiências hipnológicas feitas pelo eminente anatomopatologista Jean-Martin Charcot, recebeu de Charles Richet, auxiliar do mestre, o Tratado de metapsíquica humana, que era a síntese das pesquisas do sábio fisiologista, não a examinando nem superficialmente. Quarenta anos depois, ao fazê-lo, lamentou-se do tempo passado, dizendo que, se o tivesse feito antes, teria encontrado muito material para as suas pesquisas e conclusões.
Os fenômenos foram estudados por outros nobres cientistas que os confirmaram, após submeterem  médiuns a rigorosos instrumentos de controle, para os impedirem de fraudar, comprovando a realidade das manifestações espirituais que aconteciam ao mesmo tempo em vários países do mundo...
Coletando todas as informações e observando as manifestações espirituais que aconteciam diante dele, Allan Kardec apresentou O livro dos médiuns, que é um tratado incomum sobre a imensa fenomenologia paranormal, partindo da possiblidade de existirem Espíritos até às conclusões vigorosas da sua realidade e da sua interferência na vida humana, no comportamento e na saúde, nos relacionamentos afetivos, nas animosidades, nos fenômenos da natureza, nos enigmas da psicometria, do profetismo e das aparições...
Com essa contribuição, diante do grande número de portadores de transtornos de diversas origens, consegue-se introduzir as perturbações de ordem obsessiva como desencadeadores de transtornos e problemas afligentes.
Dessa forma, no quadro das experiências visionárias podem-se incluir os fenômenos anímicos e mediúnicos como responsáveis por grande número delas, convidando o ser humano à individuação.
Mesmo nesse caso há ainda lugar para a gratidão aos  imortais, porque se preocupam com os que ainda se encontram no envoltório material e não lembram da procedência espiritual, auxiliando-o para preparar-se para o retorno ao grande lar que é  inevitável.
Texto trabalhado do livro PSICOLOGIA DA GRATIDÃO, escrito por Divaldo Pereira Franco, ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.
Postado no dia, 16/07/2014.

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