A
LINGUAGEM SIMBÓLICA DE JESUS
Os ensinamentos de Jesus
eram, na sua maioria, apresentados de forma simbólica. E o que passou a ser
conhecido como “as parábolas de Jesus”, de acordo com Taylor no livro A Study of the Parables of Jesus, “compreende mais de um terço dos (Seus)
ensinamentos.” Através de analogias com cenas do cotidiano, com as
paisagens, ou mesmo através de enredos, estabelecia conexões com ensinos
nem sempre de fácil entendimento.
A palavra “Parabola” é
formada a partir da junção de um verbo (Ballo) e uma preposição (Para), ambos
de origem grega, com o seguinte significado etimológico: Para = ao lado de;
Ballo = lançar. Literalmente temos: lançar ao lado. Estabelecendo uma avaliação
de cunho psicológico, pode-se considerar que os Seus ensinamentos não eram “lançados”
diretamente ou exclusivamente ao ego, mas ao lado, para que a apropriação
pudesse dar-se não somente no campo da consciência, mas também no inconsciente,
atingindo o ser como um todo.
Para Mark Baker, no livro Jesus o maior Psicólogo que já existiu,
p.14 diz:
“Jesus abordava as pessoas com técnicas psicológicas que estamos apenas
começando a entender. Em vez de mostrar-se superior, dando palestras eruditas
baseadas no seu conhecimento teológico, ele humildemente dizia o que queria
através de simples estórias...”
Assim procedendo, Jesus
demonstrava conhecer de forma profunda a linguagem simbólica, que na avaliação
de Carlos Byington, no trabalho A
Construção Amorosa do Saber, na p.21 diz:
“transcende
a inteligência exclusivamente racional... E nos remete ao conceito de
inteligência existencial, cuja avaliação é testada pela capacidade de
aplicar-se o conteúdo do ensino a qualquer dimensão do Self e não
exclusivamente à dimensão racional.”
E se pensarmos bem, Jesus
falava a mesma língua com a qual o Self se comunica com a consciência,
porquanto não são os sonhos eminentemente simbólicos?
Portanto, “narrando
parábolas”, prossegue Joanna de Ângelis, no livro, Em Busca da Verdade, p.30, “facultava
o acesso ao ignorado Self e despertava-o de maneira hábil, embora simples, para
que dominasse o ego nada obstante as injunções perversas do Seu tempo”. Deixando
oculta nos símbolos as grandes verdades universais, comunicando-se de forma
direta com o Self, as parábolas de Jesus possibilitam que, em todos os tempos,
homens e mulheres possam delas extrair valiosos conteúdos para a jornada de
individuação.
Texto escrito por
Cláudio Sinoti, no livro Refletindo a
Alma. Postado dia, 11/07/14
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