sexta-feira, 11 de julho de 2014


A LINGUAGEM SIMBÓLICA DE JESUS

Os ensinamentos de Jesus eram, na sua maioria, apresentados de forma simbólica. E o que passou a ser conhecido como “as parábolas de Jesus”, de acordo com Taylor no livro A Study of the Parables of Jesus, “compreende mais de um terço dos (Seus) ensinamentos.” Através de analogias com cenas do cotidiano, com as paisagens, ou mesmo através de enredos, estabelecia conexões com ensinos nem sempre de fácil entendimento.

A palavra “Parabola” é formada a partir da junção de um verbo (Ballo) e uma preposição (Para), ambos de origem grega, com o seguinte significado etimológico: Para = ao lado de; Ballo = lançar. Literalmente temos: lançar ao lado. Estabelecendo uma avaliação de cunho psicológico, pode-se considerar que os Seus ensinamentos não eram “lançados” diretamente ou exclusivamente ao ego, mas ao lado, para que a apropriação pudesse dar-se não somente no campo da consciência, mas também no inconsciente, atingindo o ser como um todo.

Para Mark Baker, no livro Jesus o maior Psicólogo que já existiu, p.14 diz:

Jesus abordava as pessoas com técnicas psicológicas que estamos apenas começando a entender. Em vez de mostrar-se superior, dando palestras eruditas baseadas no seu conhecimento teológico, ele humildemente dizia o que queria através de simples estórias...”  

Assim procedendo, Jesus demonstrava conhecer de forma profunda a linguagem simbólica, que na avaliação de Carlos Byington, no trabalho A Construção Amorosa do Saber, na p.21 diz:

“transcende a inteligência exclusivamente racional... E nos remete ao conceito de inteligência existencial, cuja avaliação é testada pela capacidade de aplicar-se o conteúdo do ensino a qualquer dimensão do Self e não exclusivamente à dimensão racional.”

E se pensarmos bem, Jesus falava a mesma língua com a qual o Self se comunica com a consciência, porquanto não são os sonhos eminentemente simbólicos?

Portanto, “narrando parábolas”, prossegue Joanna de Ângelis, no livro, Em Busca da Verdade, p.30, “facultava o acesso ao ignorado Self e despertava-o de maneira hábil, embora simples, para que dominasse o ego nada obstante as injunções perversas do Seu tempo”. Deixando oculta nos símbolos as grandes verdades universais, comunicando-se de forma direta com o Self, as parábolas de Jesus possibilitam que, em todos os tempos, homens e mulheres possam delas extrair valiosos conteúdos para a jornada de individuação.
Texto escrito por Cláudio Sinoti, no livro Refletindo a Alma. Postado dia, 11/07/14

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