INTEGRAÇÃO
MORAL (continuação
do cap2)
A parábola, rica dos símbolos arquetípicos
ancestrais, é um magnífico processo psicoterapêutico para os que sofrem
imaturidade psicológica, os que vivem dissociados no turbilhão dos eus em conflito.
Enquanto se desconhecem as
lutas e não se tem ideia das infinitas possibilidades de crescimento interior,
transitando entre os hábitos sistemáticos e improdutivos, as aspirações
fazem-se de pequeno alcance, não passando das necessidades fisiológicas, dos
processos da libido, das parcas ambições imediatas: comer, dormir gozar e suas
consequências fisiológicas...
Os valores morais, embora em
germe, permanecem desconhecidos ou propositalmente ignorados.
Normalmente aquele que se
encontra perdido espera ser encontrado, quando o ideal é sair da sua solidão no
rumo certo por onde deve prosseguir.
É muito comum a busca de
Deus pelas criaturas contritas, que se sentem perdidas, embora vivenciando a
desintegração dos valores morais, ao invés de predisporem-se a serem por Deus
encontradas, avançando na Sua direção.
Na busca, há uma ansiedade e
uma luta interior contínuas, há dificuldade de compreender o significado da
existência, assim como a razão dos apegos e tormentos, enquanto que, à
disposição, ascendendo-se intimamente, liberam-se dos conflitos e abrem-se ao
entendimento das ocorrências e à necessidade de experienciar-se os diferentes
períodos do processo de independência, para que não permaneçam traumas, inseguranças
e insatisfações...
Todo o processo deve ser
acompanhado de amadurecimento psicológico, de autocompreensão, de entrega em
forma consciente.
A viagem interna, para
colocar-se à disposição de Deus é confortável, porque silenciosa e renovadora,
enquanto que a busca externa, no vaivém dos desafios e das incertezas, produz o
prejuízo do desconhecimento da escala dos valores éticos, assim como a dos
significados existenciais.
Quando o Filho Pródigo se apresenta em situação
deplorável, rebaixando-se e submetendo-se ao pai, nele há uma grandeza ética
fascinante, que o torna elevado, que o dignifica, ao invés de quando parte,
carregando muitos valores amoedados e joias, porém, apequenado, porque vazio de
objetivos existenciais.
É comum o indivíduo
subestimar-se, acreditando que somente terá valor quando possuir as coisas que
brilham e que dão realce social, que produzem destaque na comunidade e
despertam ambições, invejas, ciúmes. Esse conceito reveste-se do mito infantil
de um paraíso fascinante e tedioso, diante da árvore do Bem e do Mal, ameaçadora, insinuando que a descoberta da nudez
interior, da pequenez moral, dos medos sub-repticiamente disfarçados na
balbúrdia que faz em volta, a fim de não serem identificados, será um terrível
mal, porque o atira fora, obrigando-o a rumar para um país longínquo.
Nessa conduta, a
insatisfação sempre enche a taça repleta de prazer com o azedume e o tédio,
sorvendo sempre mais, e esvaziando-se muito mais, por falta de valores
edificantes e legítimos.
As conquistas de fora não
conseguem preencher as perdas interiores.
O conflito é inevitável,
porque somente quando se é capaz de viver conforme os padrões nobres da
solidariedade e do equilíbrio moral, a saúde e o bem estar se instalam no
comportamento humano.
Nesse encontro com o perdido
– o eixo ego-Sel - ocorre uma grande alegria, quando o encontrado
que se permite integrar no grupo de onde se afastara, percebe que o pai misericordioso – o estado numinoso – sempre esteve ao seu alcance,
e a fissão psíquica era o inevitável resultado do processo de busca para a
aquisição da consciência.
Todos os indivíduos passam
por esse estágio, sendo-lhes necessário proceder à integração.
Pausa na transcrição do texto
na p.45, cap2 FRAGMESTAÇÕES MORAIS. Aguarde a continuação do item na próxima
postagem.
Postagem do dia 05-08-2013
Do livro Em Busca da Verdade
pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Pereira Franco
Nenhum comentário:
Postar um comentário