segunda-feira, 5 de agosto de 2013


 

INTEGRAÇÃO MORAL (continuação do cap2)

 A parábola, rica dos símbolos arquetípicos ancestrais, é um magnífico processo psicoterapêutico para os que sofrem imaturidade psicológica, os que vivem dissociados no turbilhão dos eus  em conflito.
Enquanto se desconhecem as lutas e não se tem ideia das infinitas possibilidades de crescimento interior, transitando entre os hábitos sistemáticos e improdutivos, as aspirações fazem-se de pequeno alcance, não passando das necessidades fisiológicas, dos processos da libido, das parcas ambições imediatas: comer, dormir gozar e suas consequências fisiológicas...
Os valores morais, embora em germe, permanecem desconhecidos ou propositalmente ignorados.
Normalmente aquele que se encontra perdido espera ser encontrado, quando o ideal é sair da sua solidão no rumo certo por onde deve prosseguir.
É muito comum a busca de Deus pelas criaturas contritas, que se sentem perdidas, embora vivenciando a desintegração dos valores morais, ao invés de predisporem-se a serem por Deus encontradas, avançando na Sua direção.
Na busca, há uma ansiedade e uma luta interior contínuas, há dificuldade de compreender o significado da existência, assim como a razão dos apegos e tormentos, enquanto que, à disposição, ascendendo-se intimamente, liberam-se dos conflitos e abrem-se ao entendimento das ocorrências e à necessidade de experienciar-se os diferentes períodos do processo de independência, para que não permaneçam traumas, inseguranças e insatisfações...
Todo o processo deve ser acompanhado de amadurecimento psicológico, de autocompreensão, de entrega em forma consciente.
A viagem interna, para colocar-se à disposição de Deus é confortável, porque silenciosa e renovadora, enquanto que a busca externa, no vaivém dos desafios e das incertezas, produz o prejuízo do desconhecimento da escala dos valores éticos, assim como a dos significados existenciais.
Quando o Filho Pródigo se apresenta em situação deplorável, rebaixando-se e submetendo-se ao pai, nele há uma grandeza ética fascinante, que o torna elevado, que o dignifica, ao invés de quando parte, carregando muitos valores amoedados e joias, porém, apequenado, porque vazio de objetivos existenciais.
É comum o indivíduo subestimar-se, acreditando que somente terá valor quando possuir as coisas que brilham e que dão realce social, que produzem destaque na comunidade e despertam ambições, invejas, ciúmes. Esse conceito reveste-se do mito infantil de um paraíso fascinante e tedioso, diante da árvore do Bem e do Mal, ameaçadora, insinuando que a descoberta da nudez interior, da pequenez moral, dos medos sub-repticiamente disfarçados na balbúrdia que faz em volta, a fim de não serem identificados, será um terrível mal, porque o atira fora, obrigando-o a rumar para um país longínquo.
Nessa conduta, a insatisfação sempre enche a taça repleta de prazer com o azedume e o tédio, sorvendo sempre mais, e esvaziando-se muito mais, por falta de valores edificantes e legítimos.
As conquistas de fora não conseguem preencher as perdas interiores.
O conflito é inevitável, porque somente quando se é capaz de viver conforme os padrões nobres da solidariedade e do equilíbrio moral, a saúde e o bem estar se instalam no comportamento humano.
Nesse encontro com o perdido – o eixo ego-Sel -  ocorre uma grande alegria, quando o encontrado que se permite integrar no grupo de onde se afastara, percebe que o pai misericordioso – o estado numinoso – sempre esteve ao seu alcance, e a fissão psíquica era o inevitável resultado do processo de busca para a aquisição da consciência.
Todos os indivíduos passam por esse estágio, sendo-lhes necessário proceder à integração.
Pausa na transcrição do texto na p.45, cap2 FRAGMESTAÇÕES MORAIS. Aguarde a continuação do item na próxima postagem.
Postagem do dia 05-08-2013
Do livro Em Busca da Verdade pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Pereira Franco

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