quinta-feira, 29 de agosto de 2013


Compromissos da gratidão
Continuação pg68
Não sendo vitalizado pelo rancor, o ódio autoconsome-se, não encontrando revide, a ofensa perde o seu significado, e não se retribuindo o equivalente mal que lhe foi direcionado, este desaparece.
Opor-se e resistir ao mal fortalece a energia deletéria que é enviada, porque proporciona ressonância vibratória e, no revide, recebe a potência da resposta. Não valorizar o mal nem lhe atribuir sentido é a maneira mais eficaz de culminar amando os agressores e os perversos.
Uma observação ligeira da natureza leciona a vigência da gratidão em toda parte.
A tempestade vergasta a terra e despedaça tudo quanto encontra ao alcance, semeando pavor e destruição. Logo que passa, a vida renova a paisagem, recompõe a flora e a fauna, restitui a beleza, num ato de gratidão à ocorrência agressiva.
O solo sulcado pela enxada bem acionada agradece ao lavrador que o feriu, reverdecendo, transformado e estuante de vida. Mesmo a erva má que medra no lugar também agradece, coroando-se de flores na quadra primaveril.
Nem sempre, porém, o ser humano consegue viver a psicologia da gratidão. Pode iniciar o dia em júbilo e gentileza, à medida, porém, que as horas passam e sucedem-se os incidentes no convívio familiar, no trânsito, no trabalho, passa a agir com impulsos agressivo-defensivos, seguindo a correnteza dos desesperados... Noutras vezes, antes de dormir encontra-se disposto e grato, exteriorizando alegria defluente das ocorrências. Apesar disso, fenômenos oníricos perturbadores, episódios de insônia, distúrbios gástricos tomam-no e, ao despertar, o mau humor assinala-o, tornando o seu dia desagradável e o seu comportamento irreconhecível.
É natural que assim ocorra. Passado, porém, o fenômeno perturbador, cumpre que se volva às atitudes gratulatória anteriores, insistindo-se sem desânimo para automatizá-las, a fim de que permaneçam mesmo nos momentos desafiadores e desconfortáveis.
Há um arraigado hábito no ser humano de recordar-se dos insucessos, dos maus momentos, das contrariedades, das tristezas e das agressões sofridas em detrimento das muitas alegrias e benesses que são deixadas em plano secundário nos painéis da memória. Esse comportamento produz o ressumar do pessimismo, da queixa, do azedume, da depressão.
Uma reflexão rápida seria suficiente para transformar aqueles acontecimentos enfermiços, ricos de torpes evocações, em motivo de gratidão, pois que, inobstante as ocorrências desagradáveis, a existência modificou-se totalmente, sobreviveu-se a tudo, vieram êxitos, tiveram lugar experiências iluminativas, amizades gentis, sucederam fatos positivos dantes não esperados...
Gratidão, desse modo, por todos os acontecimentos, deve ser sempre a atitude mental e emocional de todos os seres humanos.
A estrada do êxito é pavimentada por equívocos e acertos, tropeços e corrigendas, sendo, no entanto, o mais importante a conquista do patamar almejado que cada qual tem em mente.
Perseverando-se e treinando-se gratidão, o sentido de liberdade e de infinito apossa-se do self que se torna numinoso, portanto, pleno.
Final da introdução do cap3; compromissos da gratidão. Pg65-69. Postado dia 29-08-2013. O cap. continuará na próxima postagem.

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