Fragmentações Morais
2º Cap.
Despertar do self
Continuação p. 42
A família provém do
clã primitivo que se une para a defesa da vida, do grupo animal, sendo um arquétipo
de grande força psicológica.
A força do animal que
caça encontra-se no instinto da astúcia, no grupo famélico, na agressão automática
e simultânea contra a presa.
Desestruturar a família
é também desnortear-se.
A reencarnação, com a
força de diluir os velhos arquétipos perturbadores e criar outros benéficos, reúne
indivíduos de caráter antagônico ou em situação de vingança para resgates, ou
afetuosos e bons para fortalecer a evolução e preservar o instituto doméstico.
Aqueles dois irmãos,
que não eram antagônicos na aparência, viviam intimamente em oposição, faltando
somente o momento de demonstrá-lo.
A paternidade zelosa,
o divino arquétipo de Zeus ou de
Júpiter, ou de Apolo, ou de Yahveh, todo-poderosos, reúne-os e tenta ampará-los.
O filho jovem era
leviano e desperta sob os acicates do sofrimento.
A sandália rasgada,
as vestes em trapos, a cabeça raspada, a atitude genufletida diante do pai são
os destroços que demonstram o insucesso, o esforço para o recomeço, o entrar
novamente no ventre materno para
renascer, por isso, voltou para dentro de
casa.
Em realidade estava
no pátio da casa de seu pai, não se adentrara ainda, não teve tempo nem
oportunidade.
O filho mais velho
era angustiado e conseguia disfarçar os sentimentos doentios.
Não quis participar
da alegria do reencontro, porque isso demonstraria a sua falta de afeição, a
sua contrariedade por ter que voltar a competir com o irmão vencido pelo sofrimento.
A oportunidade
ameaçava passar sem ser utilizada.
Na existência humana
cada momento tem o seu sentido profundo, o seu significado essencial, a sua
magia.
A infância dá início
ao processo de crescimento interno do Self,
entretanto, ele permanece imaturo em qualquer período da existência humana,
desde que não tenha recebido os estímulos para desenvolver-se, para desvelar-se
em sabedoria e luz.
O primeiro filho
demonstrou imaturidade psicológica – a infância.
O segundo expressou
pessimismo e depressão, ressumando primarismo emocional, outro estágio da
infância emocional.
Entretanto, a terapia
saudável para esses males foi o amor do pai, sua compreensão e misericórdia,
sua paciência e confiança na força do seu afeto.
Com esse contributo
de fora despertou o Self dentro de
cada qual dos membros da parábola, de cada criatura que se possa identificar
com algum dos membros da narrativa.
A parábola poderia
ser concluída, elucidando que o pai devotado levou o filho ressentido para
dentro de casa – uma viagem interna ao encontro do Self – e o aproximou do irmão arrependido – Caim ressuscitado!
Assim sendo,
olharam-se por largo e silencioso tempo de reflexão, superando distancias emocionais,
culminando em demorado abraço de integração dos dois eus num Self coletivo rico de valores e sentimentos morais
entre as lágrimas que limparam as mazelas, as heranças lamentáveis do ego
soberbo e primário.
Finalizado o texto: O
DESPERTAR DO SELF do livro: EM BUSCA
DA VERDADE do cap 2 Fragmentações Morais p. 42-43
Postado em 04/08/13.
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