BREVE HISTÓRICO DA DEPRESSÃO
Inicialmente
a depressão era entendida como Melancolia, sendo essa a forma mais antiga para
designar a patologia dos humores tristes. O termo melancolia e suas diferentes
formas de uso estão relacionados com sua história: é muito antigo, anterior ao
advento das ciências modernas. Suas origens remontam à Grécia antiga, alguns
séculos antes de Cristo, época em que a arte, tragédia e filosofia se
encontravam. Nas obras de arte, nos escritos literários, nos textos da antiga
filosofia com Aristóteles e também na Bíblia encontramos a presença da
melancolia, e esse termo resistiu forte até meados do século XIX, período em
que foi substituída pela palavra depressão. (Marco Antonio Rotta Texeira, Da Melancolia à Depressão: Genialidade versos
Loucura, in. Encontros de Psicologia, Unesp.
Na mitologia,
o sofrimento melancólico é encontrado na Ilíada (cerca de 850 a.C.) de Homero,
na descrição do sofrimento do herói Belerofonte (canto IV versos 200-203) que
foi condenado a vagar na solidão e desespero. Já no sec. V a.C. a melancolia se
apresenta nos escritos de Hipócrates de Cós (460 – 377 a.C.), considerado o pai
da Medicina; é a ele atribuída a origem daquele termo, que é definido “como um
estado de tristeza e medo de longa duração.” (Idem TEXEIRA, 2007)
Hipócrates
já diferenciava a melancolia em endógena-aquela que aparece sem motivo
aparente- e exógena, surge em resultado de um trauma externo. Ele sintetiza a
melancolia da seguinte forma: “é a perda do amor pela vida, uma situação na
qual a pessoa aspira à morte como se fosse uma benção.” (Opus citatum,
Teixeira, 2007)
Foi através
da “teoria dos humores” que Hipócrates explicou a melancolia. Para ele o
temperamento dependia do equilíbrio de quatro humores básicos no corpo: o
sangue, a fleuma, a bílis amarela e a bílis negra. O acúmulo de algum dos
elementos dos humores resultava no predomínio de determinado temperamento, sanguíneo,
fleumático, bilioso ou colérico e ou melancólico. Ele comparava a bílis negra
ao outono, e como a terra, era fria e seca, tornando-a hostil à vida e podendo
ocasionar a melancolia, uma doença resultante do acúmulo de bílis negra no
baço. Essa teoria de bílis negra como causadora da melancolia caminhou pelos
séculos nos escritos de diversos pensadores.
No século
XVI, época da primeira aparição da palavra Psicologia e do crescente interesse
pelo estudo da mente, a melancolia-como uma doença-começa a ser estudada abundantemente
por médicos e pensadores. As fronteiras entre Medicina e Filosofia eram tênues,
entretanto, o conceito de melancolia era mais filosófico.
Com o
desenvolvimento científico, no século XIX, o termo depressão ganhou força, em
detrimento da melancolia. A palavra depressão entrou em uso na psiquiatria
europeia por volta do século XVIII, vindo do francês a partir do latim, depremere, que significa pressionar para
baixo.
Texto
concluído. Postado em 03/02/2014. Do livro REFLETINDO A ALMA, Escrito por Iris
Sinoti
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