sábado, 2 de janeiro de 2016

A GRATIDÃO COMO TERAPÊUTICA EFICAZ
Vive-se, hoje, a ansiedade das buscas tecnológicas e científicas, levando à rapidez com relação a tudo e a todos.
O tempo, torna-se responsável por ser impossível  atender-se a todas as necessidades  impostas pelas circunstâncias.
Os equipamentos eletrônicos que diminuíram as distancias e facilitaram a vida, transformaram-se em inimigos de quem os utilizam.
Uma correspondência demorava um tempo entre ir ao destino e voltar a resposta. Um telefonema se esperava um tempo para conseguir-se. O rádio e a televisão, eram de precária eficiência. Mesmo assim, junto a outros recursos de que se tinha, tinha-se tempo para manter os contatos pessoais, as correspondências, acompanhar os acontecimentos...
Rapidamente, a eletrônica e a cibernética encarregam-se de melhorar os recursos técnicos e os instrumentos tornaram-se mais eficientes, permitindo comunicações imediatas, ao vivo em branco e preto, depois em cores, e a velocidade tomou conta, tornando tudo instantâneo.
O intercâmbio virtual mudou as paisagens terrestres, tornando o mundo mais belo e mais trágico, os contatos mais rápidos e perigosos, o excesso de informações e de possibilidades de conhecer-se e de amargurar-se também...
Apesar disso, no computador ou num dos equipamentos modernos de telefonia com outros recursos, como a máquina fotográfica, atendimento de internet e e-mail, mapas orientadores do trânsito, jogos, armazenamento de dados e outros instrumentos, quando, por acaso, a operação está sendo executada e prolonga-se por poucos segundos, o indivíduo se impacienta, irrita-se, e pensa em trocar de aparelho por estar sobrecarregado...
O consumismo devora suas vítimas que se  entregam sem reação, crendo em gozo sem o sentido da felicidade, em poder sem a paz interior.
Perturba-se o homem nesse labirinto de grandezas e  misérias, perdendo a direção pessoal e a autoidentificação.
Fascinado pelas facilidades, escraviza-se a essa tecnologia de ponta e perde a noção da realidade no dia a dia da vida.
Vive-se, uma neurose coletiva assustadora.
Desapareceram os limites do organismo pela exuberância de recursos para realizações e prazeres simultâneos, possibilitando também aumentar a criminalidade, graças às mentes perversas e doentes, que se utilizam da invisibilidade para darem campo às suas perturbações e delírios mentais.
Sites de morbidez multiplicam-se atraindo os jovens desequipados emocionalmente, que se tornam presas fáceis da sordidez desses psicopatas, por invigilância dos pais que dão os equipamentos de comunicação virtual, mas não as orientações devidas ou os deixam diante dos aparelhos de televisão banqueteando-se com as películas de sexo explícito e degenerado a qualquer hora do dia...
Dá-se um tipo de amadurecimento psicológico dos jovens, relativo ao tempo, distorcido, mórbido, sem significado dignificante.
Tornando-se adultos antes do tempo, permitem integrar tribos e grupos criminosos por desafiarem o status quo, transformando os conflitos em sentimentos normais. A astúcia e a perversidade instalam-se-lhes no comportamento, levando-os a se tornarem hackers, se satisfazendo na invasão da intimidade dos outros, contaminando os computadores com vírus, formando gangues ameaçadoras e perigosas.
A loucura torna-se normal e o perigo ronda a vida.
Essa alucinação deixa o indivíduo soberbo, exigente, ingrato, bloqueando-lhe os sentimentos de amor e de justiça e desenvolvendo-lhe os instintos agressivos que deveriam ser disciplinados, odiando a sociedade, porque se detestam interiormente.
Desamados, desde cedo, pelo desinteresse dos pais, com algumas exceções, vivenciam o abandono  nas mãos de funcionários remunerados, pouco interessados na sua harmonia psicológica e educação moral, e perdem o calor da afetividade que não receberam, vendo, os pais, apenas como provedores dos recursos para manter a vida, desligados dos seus problemas, das suas necessidades reais...
Iniciados desde cedo nos prazeres do sexo sem compromisso, os vícios se lhes instalam, começando pelos medicamentos para dormir, para despertar, para se excitar e para se acalmar, passando para drogas químicas e alucinógenas.
O desvio toma conta da sociedade que se equipa de recursos eletrônicos para se defender, quando se deveria equilibrar com sentimentos de amor e de compaixão para manter a saúde e a paz.
Apesar das inconsequências do comportamento humano, floresce na intimidade do ser a presença da paz e da saúde esperando oportunidade para expressar-se.
É necessário, buscar o sentido existencial, o amadurecimento pessoal pela reflexão, através das ações de generosidade, para que se modifiquem as paisagens humanas da sociedade aflita destes dias.
Esse transtorno neurótico perturbador resulta do que Jung chamou de “o sofrimento da alma que não encontrou seu sentido.”
Esse sentido não é dado por ninguém, nem o psicoterapeuta tem recursos para dá-lo, por ter origem e significado pessoal, propiciando o nascimento do sentido existencial que vai sendo desdobrado pelos valores morais conquistados nas experiências da reencarnação.
É necessário que cada um descubra a responsabilidade de ser ele mesmo, como pessoa humana com valores que devem ser multiplicados e vivenciados como modelos de significado iluminativo. Para alcançar o estado numinoso, é preciso tornar-se luz desde cedo ou quando possível, ampliando com a consciência da responsabilidade pelos atos, sem temores nem aflição.
Compreendendo-se responsável por tudo que lhe diz respeito, nele se instala o significado existencial que lhe permite o dever para tomar posições avaliadoras. O dever representa saúde ética e moral, física e emocional, psíquica e espiritual, proporcionando-lhe, o vir a ser sem traumas nem culpas do passado.
A sombra que dominava o ego dilui-se no self consciente da superação dos desafios.
Eis, como encontrar o sentido da vida.
Texto trabalhado do livro Psicologia da Gratidão, de Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Pereira Franco. Elaboração de Adáuria Azevedo Farias. Publicado em 02/01/16.


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