A
GRATIDÃO COMO SENTIDO MOTIVADOR DA EXISTÊNCIA
O
ser humano é um conjunto eletrônico administrado
pela consciência. A sua harmonia ou desarmonia é resultante do agente que aciona
os equipamentos, que é a psique, a exteriorização do self, que armazena, através do psicossoma,(perispírito), as informações das experiências evolutivas, desde as primeiras
manifestações de vida, registradas no inconsciente profundo, subsistindo
espontaneamente ou quando provocadas pela hipnose.
Nada
se perde das vivências vindas desde os automatismos biológicos até as
manifestações de transcendência espiritual.
O
seu funcionamento é comandado pelos mecanismos automáticos da evolução até
quando o self lúcido (o ser real)
passa a elaborar os conceitos do discernimento (compreensão) e da razão. Toda a
harmonia dos equipamentos que funcionam conforme o estágio da evolução em que
se encontram amplia-se pelos atos responsáveis, e se desorganizam pelas
intemperanças e primitivismos que predominem no psiquismo.
Esse
desenvolvimento, realizado em mais de dois bilhões e duzentos milhões de anos passados,
quando em sua origem em cujas primeiras moléculas atraídas umas às outras pela
lei de afinidades, é uma sinfonia de
bênçãos, que estimula a inteligência e a emoção ao sentimento da gratidão, a
partir do momento em que se pode identificar-lhe a grandeza inimaginável.
É a
maquinaria mais perfeita nunca contemplada pela razão humana que a vem copiando
e tentando imitá-la com a robotização e outros mecanismos tecnológicos, que
ficam bem aquém da sua complexidade infinita...
O
corpo, mesmo com deficiência ou disfunções, é uma oportunidade única para o
restabelecimento das peças estragadas pela invigilância daquele que o
utiliza como recurso de autoreparação.
Assim
também, os belos corpos, caracterizados pela beleza da harmonia das suas
formas, é de grande responsabilidade para quem o utiliza transitoriamente, motivo
de mais graves reflexões do que nos limites em que se contorce, nas provas e
expiações depuradoras... Porque o futuro está nas circunstancias de como será
utilizado pelo Espirito que o comanda.
A gratidão por encontrar-se nele deve
expressar-se pelo respeito como é utilizado, pela maneira como é conduzido com o objetivo de preservá-lo saudável e
forte para as situações inevitáveis do processo de crescimento para Deus. Apesar
da sua harmonia, uma picada de alfinete infectado pode trazer-lhe prejuízos
irreparáveis, uma emoção descontrolada também pode alterar o seu funcionamento,
com desajustes e transtornos físicos, emocionais e psíquicos de difícil
recuperação.
Ignorar a imortalidade do ser, em
revide aos sacrifícios que se impunham ao corpo no passado, na busca da
sublimação dos instintos e desejos normais, os cilícios e abstinências
perversas, em revide às sensações de que se fazia objeto, manifestam-se, na
atualidade, no culto das formas, buscando a conquista do que é considerado
ideal, que são programadas por personalidades nem sempre equilibradas emocional
e sexualmente, responsáveis por estabelecer os padrões de beleza que a mídia
divulga e consome.
As
cirurgias responsáveis, as lipoaspirações, os implantes e os transplantes de
peças, os tratamentos de preservação e embelezamento, os exercícios exagerados, as
ginásticas de várias, os cuidados alimentares que levam aos transtornos de
anorexia e de bulimia tornaram-se fundamentais a vaidade, sem preocupação com a mente e o comportamento moral, que são fundamentais,
ao corpo carnal...
Sendo
o tempo imbatível avançando sempre para a eternidade, calmamente impõe as suas
marcas no funcionamento da máquina, que se altera e imprime os hábitos
viciosos, os conflitos interiores na argamassa celular, (que é o corpo somático)
fazendo que os deuses de um momento despertem expulsos do Olimpo onde estiveram
por um dia, perdidos nos porões do Hades do desencanto e da amargura, para onde
foram atirados...
Pela
evolução genética das formas físicas, os biótipos atuais, após superar as
experiências evolutivas, alcançaram um padrão de harmonia e beleza que aponta
para a sua procedência, conquistando mais equilíbrio estético em relação ao
passado, com mais belas expectativas para o futuro.
Espíritos menos evoluídos podem utilizar
essa conquista e reencarnar com bela aparência,
sem que os valores correspondam ao que se pode esperar do que exteriorizam de forma
agradável e atraente.
Mas os impulsos interiores, e as heranças
orais, conduzem-nos aos grupos primitivos de origem,
fazendo-os reviver situações e hábitos que já deveriam estar superados.
Por isso, a educação tem grande
responsabilidade, em dissolver as construções morais viciosas, ajudando-os
a conquistar novos comportamentos que o contribuir para libertar-se das marcas que
os caracterizam, permitindo-lhes treinar novos costumes, anseio de aspirações
mais elevadas, acima do imediato e do fisiológico.
A dualidade amor e responsabilidade
dão-se as mãos para a sua edificação interior,
trabalhando os condicionamentos anteriores e instalando novas condutas que se
transformarão na natureza ética e social, guiando-os na reencarnação.
Esse programa saudável, formado pela
consciência do dever, estará sempre enriquecido de valores
espirituais que despertam para a realidade de cada um, apontando os caminhos da
iluminação, que seguirá como sentido
existencial, agradecendo pela oportunidade e bendizendo-a.
O apóstolo Paulo, na epístola aos
Colossenses, no capítulo 3, versículo 16, convida os discípulos a louvar “Deus
com gratidão em seus corações.” Em outra epístola, aos Coríntios, se referiu à
sua gratidão pelos sofrimentos, por todas as aflições que lhe chegavam por seu
vinculo com Jesus.
Gratidão pelo sofrimento reparador, gratidão
pela alegria da fé iluminativa.
A gratidão nele tinha sentido
existencial, porque reconhecia que a dedicação ao ideal
libertador do evangelho era uma benção, e que tudo no universo ocorre em troca
de valores.
As benesses
fruídas são os frutos abundantes da sementeira produzida a suor e luta, mas com alegria feita de reconhecimento pela
oportunidade de fazer algo dignificante, não só para si mesmo, mas transcendendo
o ego na direção do outro, da comunidade.
Sem esse entendimento, a vida humana não
tem sentido, ficando no automatismo vegetativo, sem
significado psicológico enobrecedor.
Os
fenômenos automáticos da nutrição, do repouso e da reprodução são encontrados também
nos vegetais e nos outros animais da escala zoológica.
O ser humano que pensa tem deveres com a
vida, que se inicia pelas responsabilidades consigo mesmo, até
o ato de viver e de sentir, de compreender e de amar...
A gratidão também é transcendência
existencial, enriquecimento
emocional e saúde comportamental, pela visão otimista que ultrapassa o ego se
tornando significado motivador de
plenitude.
Quem assim age encontra o sentido, o
significado existencial, mas também encontra a própria vida em
sua exuberância, sem a sombra doentia com suas máscaras, as bengalas
psicológicas de fuga da responsabilidade que mantém o ser humano no estágio do
primarismo de onde vem.
A
evolução nele instala-se a partir do instante que, o compreensão entre o que é
e o que aparenta, insculpe a consciência da responsabilidade moral que
proporciona a saúde integral.
Texto
do livro Psicologia da Gratidão, ditado por Joanna de Ângelis, psicografado por
Divaldo Pereira Franco. Trabalhado por Adáuria Azevedo Farias. Publicado em 15/01/16.
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