sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

A GRATIDÃO COMO SENTIDO MOTIVADOR DA EXISTÊNCIA
O ser humano é um conjunto eletrônico  administrado pela consciência. A sua harmonia ou desarmonia é resultante do agente que aciona os equipamentos, que é a psique, a exteriorização do self, que armazena, através do psicossoma,(perispírito), as informações das experiências evolutivas, desde as primeiras manifestações de vida, registradas no inconsciente profundo, subsistindo espontaneamente ou quando provocadas pela hipnose.
Nada se perde das vivências vindas desde os automatismos biológicos até as manifestações de transcendência espiritual.
O seu funcionamento é comandado pelos mecanismos automáticos da evolução até quando o self lúcido (o ser real) passa a elaborar os conceitos do discernimento (compreensão) e da razão. Toda a harmonia dos equipamentos que funcionam conforme o estágio da evolução em que se encontram amplia-se pelos atos responsáveis, e se desorganizam pelas intemperanças e primitivismos que predominem no psiquismo.
Esse desenvolvimento, realizado em mais de dois bilhões e duzentos milhões de anos passados, quando em sua origem em cujas primeiras moléculas atraídas umas às outras pela lei de afinidades, é uma sinfonia de bênçãos, que estimula a inteligência e a emoção ao sentimento da gratidão, a partir do momento em que se pode identificar-lhe a grandeza inimaginável.
É a maquinaria mais perfeita nunca contemplada pela razão humana que a vem copiando e tentando imitá-la com a robotização e outros mecanismos tecnológicos, que ficam bem aquém da sua complexidade infinita...
O corpo, mesmo com deficiência ou disfunções, é uma oportunidade única para o restabelecimento das peças  estragadas pela invigilância daquele que o utiliza como recurso de autoreparação.
Assim também, os belos corpos, caracterizados pela beleza da harmonia das suas formas, é de grande responsabilidade para quem o utiliza transitoriamente, motivo de mais graves reflexões do que nos limites em que se contorce, nas provas e expiações depuradoras... Porque o futuro está nas circunstancias de como será utilizado pelo Espirito que o comanda.
A gratidão por encontrar-se nele deve expressar-se pelo respeito como é utilizado, pela maneira como é conduzido com o objetivo de preservá-lo saudável e forte para as situações inevitáveis do processo de crescimento para Deus. Apesar da sua harmonia, uma picada de alfinete infectado pode trazer-lhe prejuízos irreparáveis, uma emoção descontrolada também pode alterar o seu funcionamento, com desajustes e transtornos físicos, emocionais e psíquicos de difícil recuperação.
Ignorar a imortalidade do ser, em revide aos sacrifícios que se impunham ao corpo no passado, na busca da sublimação dos instintos e desejos normais, os cilícios e abstinências perversas, em revide às sensações de que se fazia objeto, manifestam-se, na atualidade, no culto das formas, buscando a conquista do que é considerado ideal, que são programadas por personalidades nem sempre equilibradas emocional e sexualmente, responsáveis por estabelecer os padrões de beleza que a mídia divulga e consome.
As cirurgias responsáveis, as lipoaspirações, os implantes e os transplantes de peças, os tratamentos de preservação e  embelezamento, os exercícios exagerados, as ginásticas de várias, os cuidados alimentares que levam aos transtornos de anorexia e de bulimia tornaram-se fundamentais a vaidade, sem preocupação com a mente e o comportamento moral, que são fundamentais, ao corpo carnal...
Sendo o tempo imbatível avançando sempre para a eternidade, calmamente impõe as suas marcas no funcionamento da máquina, que se altera e imprime os hábitos viciosos, os conflitos interiores na argamassa celular, (que é o corpo somático) fazendo que os deuses de um momento despertem expulsos do Olimpo onde estiveram por um dia, perdidos nos porões do Hades do desencanto e da amargura, para onde foram atirados...
Pela evolução genética das formas físicas, os biótipos atuais, após superar as experiências evolutivas, alcançaram um padrão de harmonia e beleza que aponta para a sua procedência, conquistando mais equilíbrio estético em relação ao passado, com mais belas expectativas para o futuro.
Espíritos menos evoluídos podem utilizar essa conquista e reencarnar com bela aparência, sem que os valores correspondam ao que se pode esperar do que exteriorizam de forma agradável e atraente.
Mas os impulsos interiores, e as heranças orais, conduzem-nos aos grupos primitivos de origem, fazendo-os reviver situações e hábitos que já deveriam estar superados.
Por isso, a educação tem grande responsabilidade, em dissolver as construções morais viciosas, ajudando-os a conquistar novos comportamentos que o contribuir para libertar-se das marcas que os caracterizam, permitindo-lhes treinar novos costumes, anseio de aspirações mais elevadas, acima do imediato e do fisiológico.
A dualidade amor e responsabilidade dão-se as mãos para a sua edificação interior, trabalhando os condicionamentos anteriores e instalando novas condutas que se transformarão na natureza ética e social, guiando-os na reencarnação.
Esse programa saudável, formado pela consciência do dever, estará sempre enriquecido de valores espirituais que despertam para a realidade de cada um, apontando os caminhos da iluminação, que seguirá como sentido existencial, agradecendo pela oportunidade e bendizendo-a.
O apóstolo Paulo, na epístola aos Colossenses, no capítulo 3, versículo 16, convida os discípulos a louvar “Deus com gratidão em seus corações.” Em outra epístola, aos Coríntios, se referiu à sua gratidão pelos sofrimentos, por todas as aflições que lhe chegavam por seu vinculo com Jesus.
Gratidão pelo sofrimento reparador, gratidão pela alegria da fé iluminativa.
A gratidão nele tinha sentido existencial, porque reconhecia que a dedicação ao ideal libertador do evangelho era uma benção, e que tudo no universo ocorre em troca de valores.
As benesses fruídas são os frutos abundantes   da sementeira produzida a suor e luta, mas com alegria feita de reconhecimento pela oportunidade de fazer algo dignificante, não só para si mesmo, mas transcendendo o ego na direção do outro, da comunidade.
Sem esse entendimento, a vida humana não tem sentido, ficando no automatismo vegetativo, sem significado psicológico enobrecedor.
Os fenômenos automáticos da nutrição, do repouso e da reprodução são encontrados também nos vegetais e nos outros animais da escala zoológica.
O ser humano que pensa tem deveres com a vida, que se inicia pelas responsabilidades consigo mesmo, até o ato de viver e de sentir, de compreender e de amar...
A gratidão também é transcendência existencial, enriquecimento emocional e saúde comportamental, pela visão otimista que ultrapassa o ego se tornando significado motivador de plenitude.
Quem assim age encontra o sentido, o significado existencial, mas também encontra a própria vida em sua exuberância, sem a sombra doentia com suas máscaras, as bengalas psicológicas de fuga da responsabilidade que mantém o ser humano no estágio do primarismo de onde vem.
A evolução nele instala-se a partir do instante que, o compreensão entre o que é e o que aparenta,  insculpe a consciência da responsabilidade moral que proporciona a saúde integral.

Texto do livro Psicologia da Gratidão, ditado por Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Pereira Franco. Trabalhado por Adáuria Azevedo Farias. Publicado em 15/01/16.

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