quinta-feira, 24 de abril de 2014


BINÔMIO SAÚDE-DOENÇA

 
A conquista da saúde real, integral, é a meta principal a ser alcançada por todas as pessoas.

Caracterizando-se pelo bem-estar emocional, equilíbrio psíquico, harmonia fisiológica e normalidade socioeconômica, a saúde é um tesouro – talento – cuja estabilidade resulta de muitos fatores, principalmente os derivados do comportamento moral. Embora a hereditariedade desempenhe papel fundamental para a sua vigência, a constituição genética do ser obedece à influencia do Espírito no seu programa reencarnatório, em face das necessidades evolutivas impostas pelas Soberanas Leis .

Sendo o Espirito responsável pelos atos perpetrados, pincipalmente os de natureza negativa, que dão origem a sofrimentos e desaires, todos  desenvolvem-se nos tecidos do perispírito, ali imprimindo o mapa das necessidades reparadoras que se delinearão no código genético, onde se encontram as possibilidades materiais para a sua manifestação.

Dessa maneira, surgem os fenômenos teratológicos, as deficiências mentais e limitações orgânicas, as dificuldades psicológicas, os tormentos de toda e qualquer natureza física, assim como um sistema imunológico incapaz de defender a maquinaria em que se hospeda pelo renascimento, experimentando, em consequência, doenças diversas que constituem  mecanismos de reparação moral e espiritual necessários à paz.

Quando os fatores que proporcionam a doença não resultam do descuido e dos abusos cometidos durante a encarnação atual, como é comum, especialmente em relação à inobservância dos elementos que preservam o equilíbrio e o processo de desenvolvimento psicofísico, as heranças do pretérito são as responsáveis pelas ocorrências penosas e desgastantes que ressumam em forma de doenças crônicas, transitórias, repetitivas, ocasionais...

Compreende-se que o nobre instrumento corporal, conforme a maneira como é utilizado, experimente alterações compatíveis com o uso, tanto do ponto de vista estrutural orgânico, ou do mental ou emocional. Essa tríade que constitui a realidade do ser – mental, emocional e fisiológica – é regida pelo Self que, dominado pelo ego sob os impulsos do primarismo, mantendo o desequilíbrio de qualquer natureza abre espaço a disfunções normais, como acontece com qualquer veículo mal utilizado ou cuja manutenção seja precária.

Pode-se afirmar que a enfermidade também resulta do natural processo de envelhecimento celular, do desgaste neuronal e do seu contínuo desaparecimento, do enfraquecimento do fluido vital que mantem o equilíbrio geral, anunciando  a morte inevitável. Apesar disso, é possível, mesmo com as diversas disfunções e deperecimento de forças, manter-se um estado saudável, harmônico, propiciador de alegria e de atividades responsáveis pelo perfeito ajustamento do indivíduo no grupo social.

Em razão da anterioridade das experiências humanas e de relacionamentos, renasce-se no clã familiar, no qual se encontram geneticamente os elementos básicos propiciatórios ao programa de elevação moral e espiritual, em vez de naqueles que se gostaria de viver. Nesse grupo doméstico, é muito comum encontrar-se também os familiares inamistosos de ontem que voltam a reunir-se a fim de reorganizar-se, trabalhando as imperfeições, retificando a direção dos sentimentos vis de outrora, através da fraternidade, do respeito que deve viger entre todos.

 O cérebro não é, por isso, uma folha de papel em branco, conforme entendem vários estudiosos das doutrinas psicológicas. Certamente, na sua constituição, é destituído de quaisquer marcas, que são assinaladas posteriormente pelo Espírito em processo de reencarnação...

Normalmente, em razão das diversas situações criadas nas existências anteriores, depara-se com uma genitora perversa ou descuidada, uma supermãe ou uma inimiga obstinada que agride e magoa sem condescendência. Noutra circunstância, é o genitor irresponsável ou atormentador, alcoólatra ou déspota, que parece descontar a infelicidade que o caracteriza na prole, especialmente nesse ou naquele descendente, o mais comprometido, portanto, no grupo doméstico. Também, irmãos e outros membros do clã serão compostos por companheiros de caminhada anterior, nem sempre feliz ou digna, abrindo espaço para a felicidade do grupo ou os mal-entendidos frequentes geradores de desdita e de crimes, muitas vezes, perversos: abusos de todo tipo, especialmente pedofilia, parricídio, infanticídio, uxoricídio, perseguições sistemáticas...

Por isso, existem as famílias que se vinculam pelos laços espirituais e os que resultantes dos fenômenos biológicos, os, consanguíneos.

Em ambas se apresentam as ocorrências necessárias aos imperativos da evolução.

Quando se está consciente dessa realidade, descobre-se que a saúde é um talento precioso que o  Senhor da Vida oferece ao Espirito reencarnado, e cuja aplicação lhe será cobrada posteriormente. Aquele que desperdiça a excelente oportunidade de um corpo harmônico, de um conjunto emocional e psíquico lúcido sem as inquietadoras constrições expiatórias ou provacionais, é semelhante ao servo mal, negligente, que enterrou o talento sendo o mesmo um pouco mais irresponsável porque lhe desperdiçou o valor, aplicando-o negativamente...

Com esse conhecimento das inextricáveis ocorrências que contribuem para a saúde ou abrem espaço para as doenças, congênitas ou as adquiridas durante a existência, o despertar do Self torna-se uma aflição para o ego totalitário e dominador. Porém, na segunda fase da vida, quando a maturidade ocorre e o individuo já se encontra em estágio definido de extroversão ou de introversão, impõe-se-lhe o discernimento que o convida à refletir a respeito da sua realidade em relação a caminhada da vida.

Quase ninguém, normal, pode viver indefinidamente na inconsciência de si mesmo. Os mecanismos que regem o corpo e a mente propiciam inevitavelmente o despertar dos interesses para o que já não atende aos hábitos, por serem repetitivos, sem sentido psicológico, monótono, despertando o herói adormecido que precisa ir a um país longínquo, onde as experiências são todas novas e desafiadoras.

É necessário investir os recursos da mente e da emoção – talentos preciosos – esperando que se multipliquem e ofereçam rendimento de saúde e de paz.

Quando isso não acontece, a saturação e a indiferença pelos familiares e amigos estabelece-se, levando o indivíduo a patologias delicadas.

Na parábola dos talentos, identifica-se o Senhor que emprestou os recursos aos servos, como o Self portador de infinitas potencialidades, que sempre as distribui, para serem canalizadas para a multiplicação de resultados bons.

É importante, que o Self, na condição de deus interior, propicie a conquista de uma crença, religiosa de preferencia, sem fanatismos nem cultos extravagantes, para melhor desenvolver-se, contribuindo para diluir toda a sombra, harmonizando o anima-us para vivenciar os benefícios da vida.

A crença em Deus, o conhecimento de Jesus, não mais como arquétipos, mas, como realidades que transcendem a compreensão imediata do ego e que se encontram ínsitos no Self, traz uma ilimitada satisfação de viver e de lutar, por poder-se considerar a grandeza do Homem de Nazaré e as Suas vitórias incessantes como exemplo para todos, representando a saúde integral.

O cientista dedicado, mesmo sem vinculo religioso,  como o artista, vive uma experiência também religiosa diante anuência do Self com os objetivos existenciais a que se entrega, proporcionando autorrealização e alegria de viver responsáveis pela saúde.

Essas habilidades também são talentos valiosos, que devem ser considerados como aquela maior importância entregue pelo Senhor – o Self  - ao servidor da vida...

O confronto, entre o Self e o ego, normalmente na segunda fase da vida do ser humano, nesse período de conscientização, é inevitável, com  consequências benéficas para a saúde.

Nessa fase, pode ocorrer os chamados efeitos colaterais do surgimento dessa força grandiosa, que é o Self, abrindo espaço para alguns desconfortos emocionais e físicos, que não são doenças, mas resultado das naturais transformações que se vêm operando no mundo íntimo do indivíduo que se conscientiza da realidade. Como o ego é perseverante, pode utilizar-se da circunstância e infundir entusiasmo exagerado, quase narcisista, no qual a necessidade de buscar-se a tranquilidade da natureza, a meditação, a prece, apresentando-se a tentação de o mesmo transformar-se em guia e líder de outros, infelizmente sem a estrutura plena para o empreendimento.

Nessa fase, em contínuo esforço para a perfeita filtragem entre o inconsciente coletivo e o Self,  surge a personalidade-mana, cuja energia poderosa que invade o ser necessita ser orientada. A criatividade, quase inevitavelmente, pode surgir como um mecanismo saudável para a sua diminuição, em face da sua aplicação, propiciando uma canalização bem direcionada, que harmoniza o indivíduo. Essa criatividade pode vir do perispírito – em forma de inconsciente coletivo – onde estão registradas as experiências passadas, que agora se expressam em forma de arte, de pensamento, de ciência, de tecnologia... Nesse despertar do mana, a consciência desempenha o seu papel relevante, que é o de estabelecer parâmetros elevados para que sejam atingidos os objetivos que, por extensão, transformam-se em saúde e libertação das doenças.

Para se alcançar essas metas surgem os desafios, que contribuem ao avanço e são constantes, pois que, vencido um, logo surge outro mais amplo e complexo, impondo a necessidade de encontrar-se um significado psicológico de alta magnitude para a existência.

Nesse processo de estruturação da realidade psicológica e espiritual do ser, após o enfrentamento da sombra e sua aceitação, harmonizando o anima-us, logo se torna factível conectar-se com todas as coisas existentes, em contínuos fluxos de sentimentos, tais sejam as montanhas e vales, os vegetais e animais, as criaturas humanas...

Assim, o Self torna-se a única razão da natureza essencial do ser – o Espirito imortal!

A busca da saúde, nesse sentido, transforma-se em um objetivo próximo, insuficiente, mas, para alcançar-se a totalidade, a individuação, que se amplia no sentido existencial em relação ao mundo em que se vive.

Com esse comportamento, as aspirações multiplicam-se, quebrando as amarras do egoísmo e libertando as manifestações altruísticas responsáveis pelo progresso do sociedade e do próprio indivíduo.

Para se conseguir o êxito a educação dos sentimentos é de alta significação para a existência saudável, o que equivale dizer, um comportamento jovial e feliz nas diversas situações, quando enfermo ou sem doença declarada.

Como a saúde não pode ser considerada como falta de doença, mas um estado agradável de vida, no qual as ocorrências internas podem ser perfeitamente administradas, sem danos ou prejuízos para as atividades normais, muitas vezes ocorrem desgastes que, mais tarde, se apresentam como desestruturações dos equipamentos orgânicos exigindo tratamento e equilíbrio emocional.

Nesse processo que leva ao numinoso, o binômio saúde-doença cede espaço à saúde integral,  resultante do perfeito equilíbrio interior do ser humano.

Nem sempre, o individuo consegue esse estado de harmonia a sós, necessitando de ajuda especializada, para ter a coragem de avançar guiado pelo país longínquo, a fim de evitar os transtornos que lhe deram experiência, mas que muito martirizaram o filho pródigo, filho pródigo que todos são na busca da sua realidade.

Vigilante, portanto, o Self distribui talentos e cobra a sua aplicação, deixando de ser prepotente, como o era na fase primária, relevando o ser que se é, em outra hipótese, o que poderá ser, nessa formosa aventura da autoconquista.

Saudável, o ser encontra a plenitude...
 
Texto trabalhado com base no livro EM BUSCA DA VERDADE, escrito por Divaldo Pereira Franco, ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.

Postado no dia 23/04/2014.

 

 
 

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