sexta-feira, 18 de abril de 2014


Aquisição da Dignidade Humana

O self a essência do ser humano, se origina no Divino Psiquismo.
Constitui o grande desafio em toda sua caminhada evolutiva, a busca da dignidade humana, culminando no sentido existencial até alcançar a própria transcendência.
Como um diamante bruto no início, sofre os processos de lapidação para alcançar a transparência que o transforma numa estrela brilhante. Etapa a etapa, no processo de desenvolvimento, faculta-se o surgimento do ego, da sombra, das expressões da anima e do animus, que se encontram adormecidos, para os sintetizar em grandiosa harmonia, como no princípio, quando unidade... A unidade inicial era grotesca, sem discernimento, um conjunto que se  expressaria, como a semente que necessita dos fatores mesológicos para desabrochar a vida latente. À medida que houve a sua fissão, que tornou possivel o surgimento do ego, logo se apresentaram os demais arquétipos com a predominância da sombra responsável pela situação de ignorância que permaneceria ao largo do fenômeno do seu desenvolvimento.
Conquistada a consciência, mesmo na fase embrionária no reino animal, em forma de uma inteligência primária, o discernimento entre o certo (o que produz prazer e gera bem-estar emocional) e o errado (o que proporciona sofrimento e desgaste), o bem e o mal, dando lugar às necessidades de elevação, de mudança de patamares que deveriam ser vivenciados, até ser alcançada a harmonia entre os opostos: o yang e o yin.
Essa identificação entre as duas partes diferentes em unificação de identidade representa a bênção da sombra no self, que após colher os resultados positivos desse conhecimento diluía, absorvendo-a em processo de assimilação dos seus conteúdos, transformando aqueles que lhe constituíam obstáculo em valiosos impulsos para mais amplas conquistas.
Havendo sido descoberta a ética moral, nesse ampliar de percepções éticas, a necessidade de conduta digna logo se apresentou ao self, que passou a vivenciá-la superando a pouco e pouco as síndromes perturbadoras dos mecanismos inferiores que foram ficando na historia do passado.
Tal dignidade supera algumas convenções sociais vigentes, nas quais há predomínio da sombra, em virtude dos interesses mesquinhos que representam o comportamento das pessoas. Nessa conduta, o egoísmo prevalece, em razão dos conflitos que os assinalam, especialmente os medos disfarçados, as desconfianças inquietantes, as inseguranças e as culpas não absorvidas, as invejas perniciosas, formando um pano de fundo para os esconder, vivendo-se as manifestações da persona em detrimento do si-mesmo...
As convenções também são responsáveis por alguns transtornos nas constituições emocionais débeis, que lamentam a falta de possibilidade de participação nos aglomerados exitosos, cheios de ruídos e de embriaguez dos sentidos, que os marginalizam e os isolam nos guetos onde se homiziam infelizes...
A dignidade humana é o degrau moralizado e emocional tranquilo que o self alcança, após superar a sombra, sorvendo os seus elementos na psicologia de Jesus, que reverteu os padrões éticos dominantes no seu tempo, elaborando novas propostas de integração no pensamento cósmico.
Até ele enunciar os postulados da autoedificação moral, o vencedor sempre era aquele ser agressivo que anatematizava o outro que se lhe submetia pela força, pelas manobras cavilosas, que era derrotado e submetido à humilhação, a desonra social.
Com ele, o verdadeiro vencedor é que se autovence, superando as paixões primárias e conflitivas do ser fisiológico, dos primórdios do ser psicológico, todo dúvidas e angústias, para se apresentar em equilíbrio, mesmo quando as circunstancias não sejam as melhores.
Com ele, a vitória máxima conquistada por um ser humano é  da faculdade de amar e da entrega aos ideais de enobrecimento que o promovem a uma situação psicológica mais feliz e resulta na formação de um grupo social sem sombra e sem desarmonia.

Ele demonstrou que a finalidade existencial que deve atrair o ser humano encontra-se no sentido da autoiluminação, da superação dos próprios limites, num continum incessante que leva à paz.  
A dignidade, é esse valor conseguido pelo esforço pessoal que destaca o individuo do seu grupo pelos valores intrínsecos de que se investe, tornando-se líder possuidor da honra e da posição especial que  conseguidas através dos tempos. isso não o torna arrogante, o que significaria estar escravizado à sombra nem tampouco o faz diferente na forma de conviver  com as pessoas. É simples, porque íntegro, manso, mas não se acumplicia com  comportamentos heterodoxo, pacífico, mas não leniente com o ultraje ou o crime, humilde, mas sem o uso de andrajos e descuidos de higiene com o corpo, que reconhece ser o sublime instrumento para a sua evolução.
Quem se apresentaria com a dignidade de Jesus, ultrajado, mas não ultrajante, vencido, mas não submetido, crucificado e com os braços abertos simbolizando um infinito afago dirigido a todas as criaturas?!...
...E quando tudo se apresentava como se estivesse destruído, eis que ressurge da sepultura em relevante manhã de imortalidade.
O self que se embeleza de dignidade exterioriza todo o sentimento profundo da lei da gratidão e da sua psicologia que exalta a vida, que a fomenta e a mantém em todas as fases e circunstancias em que se apresenta.
Nos conceitos sociais atuais, a dignidade vem sendo confundida com o poder político, econômico, religioso, comunitário, legislativo, governamental... Por isso tem-se confundido destaque exterior com enriquecimento íntimo de valores transcendentais. É também por tal motivo que aqueles que alcançam os lugares de relevo na sociedade tornam-se dúbios para as massas que espera deles outros comportamentos além dos que são apresentados nas assembleias de corrupção, de desmandos, de envolvimentos dos crimes praticados pelos seus comparsas.
Encontra-se dignidade em alguns indivíduos que alcançaram esse destaque, sem ser essa a posição que a define ou a apresenta, especialmente naqueles  desconhecidos das massas, anônimos e nobres construtores da humanidade melhor.
Conservando a herança do passado como lembrete inscrito no inconsciente profundo, o self cresce, graças à capacidade da compreensão do que tem valor real e, dos que são apenas aparentes.
Qualquer situação que ligue a erros do passado aciona o disparador da lembrança inconsciente e logo se recupera, tomando comportamentos diferentes através dos quais não se permite a instalação da sombra já superada.
Verbalize-se, torne explicito que é necessário a construção da dignidade humana em todos os passos da vida física e a gratidão envolvendo cada sentimento que se exterioriza do ser, tornando-se doce e suave encantamento enriquecedor.
Texto trabalhado do livro PSICOLOGIA DA GRATIDÃO, escrito por Divaldo Pereira Franco, ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.

Postado no dia, 18/04/2014.

 

 

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