domingo, 13 de abril de 2014


  INTROJEÇÃO 

A introjeção é uma internalização dos objetos. Uma forma de identificação na qual o indivíduo tenta igualar-se ao outro através da assimilação de elementos de sua personalidade, podendo ser normal ou patológica. Alguns autores consideram a introjeção o inverso da projeção, por um ser para dentro e o outro para fora.
Um exemplo de introjeção normal é a do menino em processo de formação da personalidade, que se identifica com algumas posturas, atitudes ou ideias de seu pai, procurando padrões apropriados de comportamento masculino. No entanto, caracteriza-se como mecanismo de defesa patológica à medida que o sujeito assimila posturas para fugir daquilo que é, desejando aquilo que não é.
Joanna de Ângelis no livro O Ser Consciente, dirá que na introjeção o ego acredita que as qualidades das pessoas lhe pertencem por ser parecido com elas. Por exemplo, ao assumir um hábito ou o modo de falar ou se comportar, o indivíduo tenta fugir da realidade interior e atender as exigências exteriores, alimentando as ilusões, levando o sujeito à alienação.
Esse processo de se esconder atrás daquilo que não se é pode também ser entendido como a criação das máscaras.
Whitmont explica este processo através da seguinte observação:

 

Temos de aprender a nos adaptar às exigências culturais e coletivas em conformidade com nosso papel na sociedade – com nossa ocupação ou profissão e posição social – e ainda ser nós mesmos. Precisamos desenvolver tanto uma máscara como um ego adequados. Se essa diferenciação fracassar, forma-se um pseudo-ego: o padrão de personalidade se baseia na imitação estereotipada ou numa atuação meramente zelosa em relação ao papel atribuído coletivamente à pessoa na vida. (WHITMONT, 2008,p.140)

 

O conceito de máscara é muito mais amplo do que a reflexão apresentada. Mas passamos por ele para pontuar a possibilidade do ser humano de assumir papeis sociais, desejados ou valorizados, que são construções externas e que se tornam extremamente prejudiciais ao processo de transformação moral a partir do momento em que o sujeito se confunde com estas máscaras, como se já houvesse dado conta de suas questões morais.
Transformação moral não é um processo de identificação exterior ou “assimilação” de virtudes.

Texto escrito por Marlon Reikdal, no livro REFLETINDO A ALMA. Postado no dia 13/04/2014

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