INTROJEÇÃO
A introjeção é uma
internalização dos objetos. Uma forma de identificação na qual o indivíduo
tenta igualar-se ao outro através da assimilação de elementos de sua
personalidade, podendo ser normal ou patológica. Alguns autores consideram a
introjeção o inverso da projeção, por um ser para dentro e o outro para fora.
Um exemplo de introjeção
normal é a do menino em processo de formação da personalidade, que se identifica
com algumas posturas, atitudes ou ideias de seu pai, procurando padrões
apropriados de comportamento masculino. No entanto, caracteriza-se como
mecanismo de defesa patológica à medida que o sujeito assimila posturas para
fugir daquilo que é, desejando aquilo que não é.
Joanna de Ângelis no livro O Ser Consciente, dirá que na
introjeção o ego acredita que as qualidades das pessoas lhe pertencem por ser
parecido com elas. Por exemplo, ao assumir um hábito ou o modo de falar ou se
comportar, o indivíduo tenta fugir da realidade interior e atender as
exigências exteriores, alimentando as ilusões, levando o sujeito à alienação.
Esse processo de se esconder
atrás daquilo que não se é pode também ser entendido como a criação das
máscaras.
Whitmont explica este
processo através da seguinte observação:
Temos de aprender a nos
adaptar às exigências culturais e coletivas em conformidade com nosso papel na sociedade
– com nossa ocupação ou profissão e posição social – e ainda ser nós mesmos. Precisamos
desenvolver tanto uma máscara como um ego adequados. Se essa diferenciação
fracassar, forma-se um pseudo-ego: o padrão de personalidade se baseia na
imitação estereotipada ou numa atuação meramente zelosa em relação ao papel atribuído
coletivamente à pessoa na vida. (WHITMONT, 2008,p.140)
O conceito de máscara é
muito mais amplo do que a reflexão apresentada. Mas passamos por ele para
pontuar a possibilidade do ser humano de assumir papeis sociais, desejados ou
valorizados, que são construções externas e que se tornam extremamente
prejudiciais ao processo de transformação moral a partir do momento em que o
sujeito se confunde com estas máscaras, como se já houvesse dado conta de suas
questões morais.
Transformação moral não é um
processo de identificação exterior ou “assimilação” de virtudes.
Texto escrito por Marlon
Reikdal, no livro REFLETINDO A ALMA. Postado
no dia 13/04/2014
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