TERCEIRA ETAPA DO BLOG
Livro: Psicologia da Gratidão
A BENÇÃO DA GRATIDÃO
O
que faz o ser psicológico maduro são
os sentimentos nobres e a gratidão
é um dos mais importantes.
A vida é, um
hino de louvor à Vida, de gratidão incontida. Vida é vibração da harmonia que existe no universo.
Limitada
às formas de expressões em que se manifesta, é também desafio em constante desdobrar
na busca de significado.
Quando
as etapas de crescimento emocional liberta o Espírito da sombra que o perturba,
nele se apresenta a verdade, como compreensão dos valores importantes integrando-o
na harmonia do Universo.
Na
busca da perfeita identidade, na fusão equilibrada do eixo ego-self, percebe que viver é vivenciar gratidão por tudo que lhe acontece e
vive.
A
gratidão é a força que desintegra a possibilidade da
degradação do sentido existencial.
Filha
da maturidade alcançada pela razão, sobrepõe-se ao instinto, é conquista grandiosa
por tornar possível o equilíbrio que traz para aquele que a sabe dar.
Na
imaturidade emocional, acredita-se que a gratidão é uma retribuição pelo bem
ou pelos favores que se recebe, sendo essa uma forma de devolução, ao menos em
parte. Quando se devolve algo dos recursos recebidos, que têm significados
saudáveis age-se como reconhecimento. É na realidade uma convenção, efeito da
oferta e da procura ou vice-versa.
O instinto de preservação da
vida, vinculados aos interesses imediatos, age, muitas vezes, por
retribuição, principalmente quando
estimulado ao prazer.
Já
a gratidão tem significado mais profundo, não se
limita ao ato da recompensa habitual. É mais
grandioso, porque traz satisfação tornando-se também terapêutico.
Todo
ser que é grato, que compreende a importância da gratidão real, tem saúde física, emocional e
psíquica, porque sente alegria de viver, compartilha de todas as coisas, é
atuante na sociedade, criativo e alegre.
Predomina,
nas massas, que infelizmente diluem a identidade do indivíduo, porque confunde
os valores éticos e comportamentais, a ingratidão, herdeira da soberba,
do orgulho, da prepotência, vindas do instinto, transformadas em sombra
perturbadora. Aqueles que agem assim
vivem inquietos, perturbam-se e desequilibram os demais, desenvolvendo as doenças
parasitas da agressividade, da violência ou da autocompaixão, entregando-se aos
conflitos e mantendo mecanismos de transferência de responsabilidade. Sem compreender
a finalidade existencial, a busca de um sentido para autorrealização, tornam-se
omissos até com os seus insucessos, entregando-se a condutas esquisitas pensando
poder esconder ou encobrir os seus conflitos.
Essa
conduta estranha é responsável por alguns mitos no inconsciente, e esses modelos
desculpistas são recursos de autoapaziguamento, buscando conciliar a
consciência que pede clareza e compreensão com o ego que prefere a ilusão.
O
self (o eu profundo, o ser real, o ser espiritual) imaturo sofre o efeito
do ego dominador e atribui-se méritos que não tem, acreditando-se merecedor de
todas as vantagens que lhe são cedidas, querendo sempre mais recursos que infelizmente
não o preenchem. Nesse estágio conquista bens que não sabe usar que acumulam em
armários ou em bancos, somando vaidade e tirania sem se integrar no conjunto
social onde se movimenta. E quando o faz, destaca-se pelo orgulho e falso poder
externo, compensando as angustias internas com a bajulação e o aplauso dos
outros, onde exibe qualidades que gostaria de ter.
Quer
ter
sempre mais, sem buscar ser melhor.
Quer
ser respeitado, na realidade ser temido, ao invés de ser amado, por ter
dificuldade de amar, o que lhe traz insegurança e mal-estar disfarçados nos
vícios sociais, como o álcool, as drogas da moda, o tabaco, o sexo apressado sem
o sentimento emocional compensatório.
Recolhe
onde não semeou, por acreditar que possui direitos que nem conquistou, sem o
dever de repartir solidariedade e alegria.
Com
postura agressivo-defensiva, para amealhar sem oferecer, vê inimigos onde
existem apenas desconhecidos que não foram conquistados e simpatizantes que não
foram atraídos ao seu fechado circulo de egoísmo.
Armado, em vigília contínua, em vez de amando em todas as circunstâncias, pela
irradiação de desequilíbrio que é o seu estado interno.
Introverte-se,
quando deveria espraiar-se diluindo as fixações que o retém na infância da
evolução antropológica...
O
sentido existencial é feito de conquistas internas, aplicadas em favor da gratificação.
Conforme
se recebe, doa-se, e, na proporção que se é aceito e querido, mais ama e melhor agradece.
A
gratidão é benção que se desconhece, seu valor tem
sido considerado de forma simplista e primária, sem o conteúdo psicoterapêutico
de que se reveste.
Quando
se pensa em gratidão, quase sempre se pensa em devolver parte do que se
recebeu, o que a torna insignificante. Essa é uma visão material imediatista,
sem conteúdos psicológicos renovadores.
Uma
rosa quando exala perfume e é levado pela brisa, é a gratidão do vegetal que transforma terra e agua
em aroma delicado.
O
Sol responsável pela preservação da vida em muitas manifestações oscula o lamaçal
sem assimilar-lhe os odores podres e acaricia as pétalas das flores sem
tomar-lhes o aroma agradável. Essa é a sua forma de agradecer a finalidade
para que foi criado...
Quando
o Espírito alcança o objetivo do seu significado imortal e entende esse
objetivo com a compreensão lúcida, abençoa tudo e todos, agradecido pela
oportunidade de fazer parte do seu conjunto.
A
gratidão deve ser estado interior que cresce e
mimetiza com doações da alegria e da paz.
Por
isso, aquele que agradece com um sorriso, uma palavra, uma expressão facial em
silêncio ou uma canção oracional, com o bem que espalha é sempre feliz, vivendo
pleno. Enquanto, o que sempre espera receber, que faz e busca a resposta da gratidão,
que se movimenta e faz atos nobres, esperando reconhecimento alheio, está negociando de
forma imatura, tornando-se instável, neurastênico, e inquieto.
Quando
se é grato, não se tem decepção, nem queixa, porque nada
espera do que faz.
A
busca, da autorrealização é alcançada a
partir do momento em que a gratidão predomina
no self (EU REAL, EU PROFUNDO, SER ESPIRITUAL) sem sombra perturbadora,
constituindo-se em sublime benção de Deus.
Publicado
dia 12/08/2014
Livro: Psicologia
da Gratidão, escrito por Divaldo Franco, pelo Espírito Joanna de Ângelis.
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