A
VONTADE E O QUERER: FORÇAS IMPULSIONADORAS DA CURA
Não bastaria, no entanto,
conhecer profundamente os conflitos humanos, saber o medicamento necessário, se
não houvesse a participação efetiva daqueles que O buscavam. Nesse sentido,
chama a atenção, em diversas passagens do Evangelho, o questionamento de Jesus
aos doentes que se Lhe acercavam:
- “Que queres que eu faça?”
-
“Crês que eu te possa curar?”
Com esses dois
questionamentos, Jesus ativava instancias poderosas para predisposições à cura
do paciente. Na análise da Joanna de Ângelis, no livro Jesus e o Evangelho, p. 101, “era
de fundamental importância para o restabelecimento do enfermo a sua segurança
íntima sobre estes dois requisitos: querer e crer”.
Passados dois mil anos, a ciência
comprova através de fatos que a expectativa positiva do paciente em relação ao
tratamento, ao médico ou ao medicamento é fator muito importante para que a
cura se efetive.
O Dr. Bernie Siegel, no
livro, Amor, medicina e milagres,
p.5, famoso cancerologista norte-americano, relata que:
“a
pesquisa científica de outros médicos e minha própria experiência clinica
diária convenceram-me de que o estado de espírito altera o estado físico, agindo
por meio do sistema nervoso central, do sistema endócrino e do sistema imunológico.”
Nesse mesmo sentido, dirá o
Dr. Deepak Chopra (2011), médico indiano radicado nos Estados Unidos: “Somos as únicas criaturas na face da Terra
capazes de mudar nossa biologia pelo que pensamos e agimos! Nossas células estão
constantemente bisbilhotando nossos pensamentos e sendo modificadas por eles”.
Jesus antecipou-se,
portanto, às ciências modernas, em primeiro momento ativando a vontade do
paciente: “O que queres que eu faça?”, e depois ativava a crença no
tratamento/médico, como instancia poderosa para promover a libertação: “Crês que
eu te possa curar?” Importantíssimo o desejo do paciente em libertar-se, não
somente dos males físicos, assim como dos conflitos nos quais se encontra, pois
somente essa força pode romper a inercia na qual muitos se encontram.
Mark Beker no livro, Jesus, o maior Psicólogo que existiu
p.65 ressalta ainda que:
“Jesus
estabeleceu uma distinção entre as pessoas que estavam interessadas em mudar a
própria vida e aquelas que não estavam – Quem tem ouvidos, ouça – pois partia
do princípio de que todo mundo era capaz de mudar e oferecia às pessoas a
oportunidade de crescer com base exclusivamente na disposição de aceita-la.”
Despertando no outro o
querer e o crer, fazia com que percebesse a reponsabilidade de cada um na sua
jornada, por isso, convidava para que cada
um tomasse a sua cruz e O seguisse, era importante que cada qual vencesse a
sua sombra, os seus males, através da vontade e do esforço próprios.
E estabelecendo uma síntese da
Sua excelência terapêutica, Joanna de Ângelis, no livro, Jesus e Atualidade, p.73, esclarece:
- “Era com os sofredores, porém, que ele mantinha a mais correta
psicoterapia de que se tem conhecimento.
Não
recorria aos sonhos dos seus pacientes, para descobrir-lhes o inconsciente, os
seus arquivos, as suas sombras psicológicas.
Não
administrava os medicamentos usuais ou outros de complicadas fórmulas.
Não
transferia para os seus familiares o peso da culpa, da hereditariedade, dos
fatores socioeconômicos.
Não
fazia que somatizassem os fenômenos desgastantes, mediante acusações de
qualquer procedência.
Amava-os,
transmitindo-lhes segurança e auxiliando-os a redescobrirem as potencialidades
latentes, abandonadas.
Despertava
neles uma visão nova da existência, amparando-os naquele instante, não porém
impedindo que prosseguissem conforme o desejassem...”
Texto escrito por Cláudio
Sinoti, no livro Refletindo a Alma. Postado
dia, 14/08/14.
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