quinta-feira, 14 de agosto de 2014


A VONTADE E O QUERER: FORÇAS IMPULSIONADORAS DA CURA 

Não bastaria, no entanto, conhecer profundamente os conflitos humanos, saber o medicamento necessário, se não houvesse a participação efetiva daqueles que O buscavam. Nesse sentido, chama a atenção, em diversas passagens do Evangelho, o questionamento de Jesus aos doentes que se Lhe acercavam:

- “Que queres que eu faça?”

- “Crês que eu te possa curar?”

Com esses dois questionamentos, Jesus ativava instancias poderosas para predisposições à cura do paciente. Na análise da Joanna de Ângelis, no livro Jesus e o Evangelho, p. 101, “era de fundamental importância para o restabelecimento do enfermo a sua segurança íntima sobre estes dois requisitos: querer e crer”.

Passados dois mil anos, a ciência comprova através de fatos que a expectativa positiva do paciente em relação ao tratamento, ao médico ou ao medicamento é fator muito importante para que a cura se efetive.

O Dr. Bernie Siegel, no livro, Amor, medicina e milagres, p.5, famoso cancerologista norte-americano, relata que: 

“a pesquisa científica de outros médicos e minha própria experiência clinica diária convenceram-me de que o estado de espírito altera o estado físico, agindo por meio do sistema nervoso central, do sistema endócrino e do sistema imunológico.” 

Nesse mesmo sentido, dirá o Dr. Deepak Chopra (2011), médico indiano radicado nos Estados Unidos: “Somos as únicas criaturas na face da Terra capazes de mudar nossa biologia pelo que pensamos e agimos! Nossas células estão constantemente bisbilhotando nossos pensamentos e sendo modificadas por eles”. 

Jesus antecipou-se, portanto, às ciências modernas, em primeiro momento ativando a vontade do paciente: “O que queres que eu faça?”, e depois ativava a crença no tratamento/médico, como instancia poderosa para promover a libertação: “Crês que eu te possa curar?” Importantíssimo o desejo do paciente em libertar-se, não somente dos males físicos, assim como dos conflitos nos quais se encontra, pois somente essa força pode romper a inercia na qual muitos se encontram.

Mark Beker no livro, Jesus, o maior Psicólogo que existiu p.65 ressalta ainda que:
“Jesus estabeleceu uma distinção entre as pessoas que estavam interessadas em mudar a própria vida e aquelas que não estavam – Quem tem ouvidos, ouça – pois partia do princípio de que todo mundo era capaz de mudar e oferecia às pessoas a oportunidade de crescer com base exclusivamente na disposição de aceita-la.” 

Despertando no outro o querer e o crer, fazia com que percebesse a reponsabilidade de cada um na sua jornada, por isso, convidava para que cada um tomasse a sua cruz e O seguisse, era importante que cada qual vencesse a sua sombra, os seus males, através da vontade e do esforço próprios.
E estabelecendo uma síntese da Sua excelência terapêutica, Joanna de Ângelis, no livro, Jesus e Atualidade, p.73, esclarece:

- “Era com os sofredores, porém, que ele mantinha a mais correta psicoterapia de que se tem conhecimento.
Não recorria aos sonhos dos seus pacientes, para descobrir-lhes o inconsciente, os seus arquivos, as suas sombras psicológicas.
Não administrava os medicamentos usuais ou outros de complicadas fórmulas.
Não transferia para os seus familiares o peso da culpa, da hereditariedade, dos fatores socioeconômicos.
Não fazia que somatizassem os fenômenos desgastantes, mediante acusações de qualquer procedência.
Amava-os, transmitindo-lhes segurança e auxiliando-os a redescobrirem as potencialidades latentes, abandonadas.
Despertava neles uma visão nova da existência, amparando-os naquele instante, não porém impedindo que prosseguissem conforme o desejassem...”

Texto escrito por Cláudio Sinoti, no livro Refletindo a Alma. Postado dia, 14/08/14.

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