Ego,
Id e Superego
Continuação do artigo
escrito por Marlon Reikdal: Freud e a estrutura psíquica...no cap.5
Esta segunda tópica está
extremamente ligada a uma compreensão diferenciada de inconsciente, mas mesmo
assim, ao discutir o aparelho psíquico o psicanalista se refere ao
inconsciente, fazendo abordagens ora empregando um sentido descritivo, ora
empregando um sentido sistemático, explicando que, até onde pode ver, é
impossível evitar esta ambiguidade.
O inconsciente é aqui
percebido como um sistema que lida com conteúdos (ideias, emoções, sentimentos
e impulsos) que se encontram no inconsciente após terem passado pelo consciente
e terem sido reprimidos, mas o inconsciente não coincide com este reprimido. “É
ainda verdade que tudo o que é reprimido é inconsciente, mas nem tudo o que é
inconsciente é reprimido” (FREUD, 1923b, p.30)
Pretendemos esclarecer esse
funcionamento para compreendermos o sistema inconsciente não apenas como um
depósito de coisas de que não lembramos agora (sentido descritivo do termo
inconsciente), mas principalmente como algo que “é” muitas coisas que não estão
no consciente, que não foram reprimidas, e que sofrem grande resistência para
não estar conscientes.
Freud (1923b) afirma que a
razão pela qual tais ideias não podem tornar-se conscientes é que certa força
se lhes opõe; que, de outra maneira, se tornariam conscientes. O fato de se ter
encontrado, na técnica da psicanalise, um meio de lidar com a resistência e com
isso tornar conscientes ideias, faz de sua teoria um fato e não apenas uma
especulação.
Este processo denominado de
“análise” seria, assim, tornar consciente o que é patogenicamente inconsciente,
num processo de descoberta, de conhecimento de algo que o próprio sujeito não
reconhece, e que em determinado momento “precisou” negar, sendo objeto da
censura, introduzindo no inconsciente.
Este “material” desconhecido
assim o foi, vulgarmente dizendo, pela impossibilidade de o sujeito lidar com
aquela energia ou aquele pensamento, ou sentimento. Porem, aquilo que não é
expresso continua presente na vida psíquica do sujeito, e certamente por estar
inconsciente, consegue atormentar ainda mais a vida do individuo, pois para ele
é um desconhecido. E tudo que é desconhecido se torna impossível de saber, de
entender e principalmente de lidar.
Atento para a continuação do
texto...
Artigo escrito por Marlon
Reikdal – Freud e a estrutura psíquica: descobrindo o inconsciente - no livro
Refletindo a Alma, da pp. 112-113.
Postado em 11-05-2013.
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