sábado, 11 de maio de 2013


Ego, Id e Superego

Continuação do artigo escrito por Marlon Reikdal: Freud e a estrutura psíquica...no cap.5

 

Esta segunda tópica está extremamente ligada a uma compreensão diferenciada de inconsciente, mas mesmo assim, ao discutir o aparelho psíquico o psicanalista se refere ao inconsciente, fazendo abordagens ora empregando um sentido descritivo, ora empregando um sentido sistemático, explicando que, até onde pode ver, é impossível evitar esta ambiguidade.

O inconsciente é aqui percebido como um sistema que lida com conteúdos (ideias, emoções, sentimentos e impulsos) que se encontram no inconsciente após terem passado pelo consciente e terem sido reprimidos, mas o inconsciente não coincide com este reprimido. “É ainda verdade que tudo o que é reprimido é inconsciente, mas nem tudo o que é inconsciente é reprimido” (FREUD, 1923b, p.30)

Pretendemos esclarecer esse funcionamento para compreendermos o sistema inconsciente não apenas como um depósito de coisas de que não lembramos agora (sentido descritivo do termo inconsciente), mas principalmente como algo que “é” muitas coisas que não estão no consciente, que não foram reprimidas, e que sofrem grande resistência para não estar conscientes.

Freud (1923b) afirma que a razão pela qual tais ideias não podem tornar-se conscientes é que certa força se lhes opõe; que, de outra maneira, se tornariam conscientes. O fato de se ter encontrado, na técnica da psicanalise, um meio de lidar com a resistência e com isso tornar conscientes ideias, faz de sua teoria um fato e não apenas uma especulação.

Este processo denominado de “análise” seria, assim, tornar consciente o que é patogenicamente inconsciente, num processo de descoberta, de conhecimento de algo que o próprio sujeito não reconhece, e que em determinado momento “precisou” negar, sendo objeto da censura, introduzindo no inconsciente.

Este “material” desconhecido assim o foi, vulgarmente dizendo, pela impossibilidade de o sujeito lidar com aquela energia ou aquele pensamento, ou sentimento. Porem, aquilo que não é expresso continua presente na vida psíquica do sujeito, e certamente por estar inconsciente, consegue atormentar ainda mais a vida do individuo, pois para ele é um desconhecido. E tudo que é desconhecido se torna impossível de saber, de entender e principalmente de lidar.

Atento para a continuação do texto...

Artigo escrito por Marlon Reikdal – Freud e a estrutura psíquica: descobrindo o inconsciente - no livro Refletindo a Alma, da pp. 112-113.

Postado em 11-05-2013.

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