sexta-feira, 18 de dezembro de 2015


SONHOS DE FELICIDADE E SIGNIFICADO EXISTENCIAL
Conquistas e projetos de felicidade começam na  mente. Por isso a mente tem papel importante na construção dos valores humanos e do significado existencial.
É preciso sonhar. Para que venham inspirações do amor e transformem-se em realidade, enriquecendo a vida de ações dignificantes e saudáveis.
Conquistar a felicidade depende de como se espera ser feliz, quais fatores a proporcionam, qual a melhor maneira para alcançá-la.
Desde que não seja uma aspiração do efêmero e se transforma, alterando o seu sentido, é importante que se busque a harmonia interior, a conquista do que é necessário a uma vida honrada, do alimento que o nutre, até a educação, saúde, trabalho, repouso, também o cultivo dos ideais de beleza que enriquecem o Espírito de estímulos para continuação das lutas edificantes.
Nessa busca de realização pessoal, base de sustento de uma vida feliz, surge o desafio do significado existencial, momento em que a sociedade vive a pandemia psicopatológica das vidas vazias.
Acredita-se que a felicidade impõe como condição o poder que facilita a conquista do poder de compra, e seus complementos. Apesar das pessoas que encontram-se perdidas no vazio existencial, vivendo o tédio, o desinteresse, o seu numero ser bem maior entre os poderosos que buscam realização com fugas psicológicas. Por ser muito fácil conseguir tudo que desejam, aos poucos descobrem a perda do sentido existencial, porque fixaram como efeito da posse.
Tal fuga psicológica, resultado do medo do autoenfrentamento, transforma-se em transtorno de conduta como irritabilidade, insatisfação, melancolia, solidão, por supor que todos que dele se aproximam estão mais interessados no que ele tem do que neles mesmos, nos seus problemas, preocupações, afetividade, que quase sempre é real...
Faz-se necessário, uma introspecção, uma analise íntima de como se encontra o indivíduo, para descobrir como vivenciar realização e paz, com a coragem de rever os conceitos e dedicar-se à nova busca.
A felicidade deve ser o significado existencial, essa busca incessante do amor no sentido mais expressivo da palavra, a entrega afetiva em todas as formas de manifestação, trazendo o preenchimento interior de alegrias e de esperanças, de belezas, de realizações importantes, de emoções plenificadoras.
Acredita-se que o amor está sempre ligado à satisfação sexual o que deve abrir espaço ao correto sentimento da afetividade ampla sem as angustias da libido, mas como troca de ternura, de equilíbrio emocional, de gratidão.
A gratidão é fundamental no comportamento do amor dirigido a Deus, à natureza e a todas as suas criaturas, animadas e inanimadas, sem e com a benção do pensamento.
Surge então o trabalho que dignifica, terapia que acalma, que produz a autorrealização e  promove a sociedade, promovendo o progresso em todas as formas.
Quando o homem percebe o significado do trabalho na sua vida, amadurece psicologicamente e ama o trabalho, seja qual for, entregando-se sem paixão, mas também sem revolta ao mister de edificar.
Aquele que trabalha e tira do seu esforço a sua remuneração sente a satisfação compensatória da sua dedicação, além do bem-estar resultante da consciência de ser útil, e produzir benefícios para a humanidade.
O trabalho é nesse caso um recurso psicoterapêutico para manter a harmonia interior e prazer de contribuir positivamente para o bem geral.
Dois homens conversavam numa rua pavimentada de grande cidade. Um deles era um operário semianalfabeto, o outro era um pensador de renome internacional.
Como considerasse muito a companhia honrosa de quem estava junto, o trabalhador que não tinha títulos acadêmicos que impressionasse, mas amado pelos valores morais, com entusiasmo durante o diálogo apontou para as lájeas do piso por onde passavam e disse com especial alegria:
- Veja este piso. Fui eu quem o pôs nesta rua, há alguns anos, quando trabalhava numa empresa que servia à Prefeitura local.
Encontrava-se naquele senhor uma alegria especial, uma gratidão sem palavras por ter trabalhado em algo que lhe trazia felicidade.
As lájeas encontravam-se realmente muito bem colocadas, evidenciando a habilidade do obreiro que as arrumara no piso...
O homem simples era realizado psicologicamente, portanto não tinha conflito existencial, porque a sua marcha de trabalho era de amor ao que fazia, como consequência do amor que nutria pela família e por todos.
A sombra nele diluía-se suavemente no self ( no ser real, no ser espiritual ) consciente da sua realidade e dos seus limites.
É um engano, pensar que um doente, alguém que esteja sofrendo por um acidente emocional, ou vivendo dores quase insuportáveis, que sofra a saudade de um ser querido que morreu prematuramente, ou foi vítimas de tragédias, outros que sentem-se estagnados por falta de um sentido existencial para continuarem vivendo. O significado da vida fica acima das situações felizes ou não, é um desafio aos valores morais do indivíduo que, no infortúnio, há razão para suportar os sofrimentos e ultrapassá-los, considerando-os útil para a sua realização interior e sublimação dos seus sentimentos.
Sentindo-se honrados por serem modelos para outras pessoas menos resistentes ao sofrimento, essas pessoas tornam-se modelos de coragem, de permanência na situação em que se demoram, buscando a continuação da vida física ou confiando nos resultados superiores resultantes do comportamento após a morte, quando ocorrer.
O ser psíquico passa de uma para outra dimensão da vida, utilizando o corpo físico ou deixando-o, levando as experiências importantes ou degradantes da sua vida orgânica.
O significado, de uma vida madura psicologicamente ultrapassa a área psicológica e continua na imortalidade, onde todos estão por uma condição da vida que deu origem.
Se o significado da vida acabasse com corpo os sacrifícios que engrandecem o ser humano perderiam o sentido.

Predomina em qualquer circunstancia, o sentimento da gratidão, filho do amor, do trabalho e da resistência às situações difíceis... Texto trabalhado do livro Psicologia da Gratidão, de Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Pereira Franco. Elaboração de Adáuria Azevedo Farias. Publicado em 18/12/15.

Nenhum comentário: