SONHOS
DE FELICIDADE E SIGNIFICADO EXISTENCIAL
Conquistas
e projetos de felicidade começam na mente.
Por isso a mente tem papel importante na construção dos valores humanos e do
significado existencial.
É preciso sonhar. Para que venham inspirações do amor e transformem-se em
realidade, enriquecendo a vida de ações dignificantes e saudáveis.
Conquistar a felicidade depende de como
se espera ser feliz, quais fatores a proporcionam, qual a melhor maneira para alcançá-la.
Desde
que não seja uma aspiração do efêmero e se transforma, alterando o seu sentido,
é importante que se busque a
harmonia interior, a conquista do que é necessário a uma vida honrada,
do alimento que o nutre, até a educação, saúde, trabalho, repouso, também o cultivo dos ideais de beleza
que enriquecem o Espírito de estímulos para continuação das lutas edificantes.
Nessa busca de realização pessoal,
base de sustento de uma vida feliz, surge o desafio do significado existencial,
momento em que a sociedade vive a pandemia psicopatológica das vidas vazias.
Acredita-se
que a felicidade impõe como condição o poder que facilita a conquista do poder de
compra, e seus complementos. Apesar das pessoas que encontram-se perdidas no vazio existencial, vivendo o tédio, o desinteresse, o seu numero ser bem maior entre os poderosos
que buscam realização com fugas psicológicas. Por ser muito fácil conseguir tudo que desejam, aos poucos
descobrem a perda do sentido
existencial, porque fixaram como efeito
da posse.
Tal fuga psicológica, resultado do medo do autoenfrentamento, transforma-se em
transtorno de conduta como irritabilidade, insatisfação, melancolia, solidão,
por supor que todos que dele se aproximam estão mais interessados no que ele tem
do que neles mesmos, nos seus problemas, preocupações, afetividade, que quase sempre é real...
Faz-se
necessário, uma introspecção, uma analise íntima de como se encontra o
indivíduo, para descobrir como vivenciar realização e paz, com a coragem de rever
os conceitos e dedicar-se à nova busca.
A felicidade deve ser o significado existencial, essa busca
incessante do amor no sentido mais expressivo da palavra, a entrega afetiva em
todas as formas de manifestação, trazendo o preenchimento interior de alegrias
e de esperanças, de belezas, de realizações importantes, de emoções plenificadoras.
Acredita-se
que o amor está sempre ligado à satisfação sexual o que deve abrir espaço ao correto
sentimento da afetividade ampla sem as angustias da libido, mas como troca de ternura, de equilíbrio emocional, de
gratidão.
A gratidão é fundamental no
comportamento do amor
dirigido a Deus, à natureza e a todas as suas criaturas, animadas e
inanimadas, sem e com a benção do pensamento.
Surge então o trabalho que dignifica, terapia
que acalma, que produz a autorrealização e promove a sociedade, promovendo o progresso em
todas as formas.
Quando
o homem percebe o significado do trabalho na sua vida, amadurece psicologicamente e ama o trabalho, seja qual for,
entregando-se sem paixão, mas também sem revolta ao mister de edificar.
Aquele
que trabalha e tira do seu esforço a sua remuneração sente a satisfação
compensatória da sua dedicação, além do bem-estar resultante da consciência de ser útil, e produzir
benefícios para a humanidade.
O trabalho é
nesse caso um recurso psicoterapêutico
para manter a harmonia interior e prazer
de contribuir positivamente para o bem geral.
Dois
homens conversavam numa rua pavimentada de grande cidade. Um deles era um
operário semianalfabeto, o outro era um pensador de renome internacional.
Como
considerasse muito a companhia honrosa de quem estava junto, o trabalhador que
não tinha títulos acadêmicos que impressionasse, mas amado pelos valores
morais, com entusiasmo durante o diálogo apontou para as lájeas do piso por
onde passavam e disse com especial alegria:
-
Veja este piso. Fui eu quem o pôs nesta rua, há alguns anos, quando trabalhava
numa empresa que servia à Prefeitura local.
Encontrava-se
naquele senhor uma alegria especial, uma gratidão sem palavras por ter
trabalhado em algo que lhe trazia felicidade.
As lájeas
encontravam-se realmente muito bem colocadas, evidenciando a habilidade do
obreiro que as arrumara no piso...
O
homem simples era realizado psicologicamente, portanto não tinha conflito
existencial, porque a sua marcha de
trabalho era de amor ao que fazia, como consequência do amor que nutria
pela família e por todos.
A
sombra nele diluía-se suavemente no self (
no ser real, no ser espiritual ) consciente da sua realidade e dos seus
limites.
É um
engano, pensar que um doente, alguém que esteja sofrendo por um acidente emocional,
ou vivendo dores quase insuportáveis, que sofra a saudade de um ser querido que
morreu prematuramente, ou foi vítimas de tragédias, outros que sentem-se estagnados
por falta de um sentido existencial para continuarem vivendo. O significado da
vida fica acima das situações felizes ou não, é um desafio aos valores morais
do indivíduo que, no infortúnio, há razão para suportar os sofrimentos e ultrapassá-los,
considerando-os útil para a sua
realização interior e sublimação dos seus sentimentos.
Sentindo-se
honrados por serem modelos para outras pessoas menos resistentes ao sofrimento,
essas pessoas tornam-se modelos de coragem, de permanência na situação em que
se demoram, buscando a continuação da vida física ou confiando nos resultados
superiores resultantes do comportamento após a morte, quando ocorrer.
O
ser psíquico passa de uma para outra dimensão da vida, utilizando o corpo
físico ou deixando-o, levando as experiências importantes ou degradantes da sua
vida orgânica.
O significado, de uma vida madura
psicologicamente ultrapassa a área psicológica e continua na
imortalidade, onde todos estão por uma condição da vida que deu origem.
Se o
significado da vida acabasse com corpo os sacrifícios que engrandecem o ser
humano perderiam o sentido.
Predomina
em qualquer circunstancia, o sentimento
da gratidão, filho do amor, do trabalho e da resistência às situações difíceis...
Texto
trabalhado do livro Psicologia da Gratidão, de Joanna de Ângelis, psicografado
por Divaldo Pereira Franco. Elaboração de Adáuria Azevedo Farias. Publicado em 18/12/15.
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