sábado, 12 de março de 2016

A VIDA HARMONICA
Alguns biólogos dizem que a vida é um fenômeno que anima a matéria. Indo, da fecundação à desencarnação, período em que o Espirito toma a matéria e a abandona, caracterizado pela presença da energia pensante.
A vida vibra por toda parte, na estrutura molecular ou em outra dimensão, de natureza espiritual.
A vida humana, é corporal e passageira, na qual se processam os mecanismos da evolução física, psíquica, emocional e espiritual, rumando para a  perfeição fatalidade a que todos estão destinados.
A morte é a parada dos fenômenos orgânicos, com a degeneração do tronco encefálico, abrindo espaço para a desencarnação, com a liberação do Espirito da sua estrutura material.
Mas morrer, nem sempre  é desencarnar, pois grande numero de pessoas, se mantêm apegados aos despojos matérias, após a morte, esperando trazê-los à vitalidade.
Tendo uma vida sensualista, priorizando o egoísmo e suas expressões, a morte orgânica não libera o princípio inteligente da vestidura que lhe permitiu o gozo e as sensações exorbitantes. Fixados nos equipamentos  que utilizou, a morte não identifica imediatamente a mudança de plano vibratório em que se encontra, pela continuação das percepções orgânicas, conservando como fortes impressões dando a ideia de que nada mudou.

Mas conforme ocorre a transformação e a desintegração dos despojos, o ser real sente pavor e perturba-se pela ignorância em que se conservou com relação à sua realidade além do sensorial. Esse estado de perturbação continua por longo tempo, variando de um a outro indivíduo, conforme o seu nível de consciência. O Self (eu real) (o ser espiritual) se reestruturando após o desenlace dos  equipamentos celulares, das combinações químicas eletro eletrônicas do cérebro, continua dominado pelo imperativo do ego que o manteve preso à sombra das paixões servis, com a falsa ideia de que tudo continua da mesma forma, apesar do acontecido...


Porém, quando se viveu dentro dos padrões éticos estabelecidos, mantendo-se respeito pela vida, utilizando a roupagem carnal de maneira sóbria, edificante e construtiva, experiencia-se, desde cedo, um desapego natural pela mesma, consequente da visão espiritualista que se tem da vida. Considerando-se tudo passageiro no mundo físico, e  o corpo um instrumento para a evolução, ama-se a organização material, consciente da sua relatividade, da sua destrutibilidade pela morte.
Fenômenos biológicos são recursos para que o Espírito conquiste a consciência de Si-mesmo ampliando a capacidade de entender de maneira intelecto-moral as coisas e a realidade em que vive. Tendo por objetivos imediatos a saúde e o bem-estar, age em todas as situações visando evitar  desequilíbrios, percebendo que a sua felicidade se vincula aos fatores ambientais e humanos, que também devem participar do mesmo empreendimento feliz.
Para alcançar o objetivo, o Self ( o Eu profundo, verdadeiro, imortal) visa os alvos estabelecidos, esforçando-se para harmonizar os arquétipos perturbadores e desenvolver as faculdades que se lhe encontram em germen, adormecidas. É o esforço pelo autodescobrimento, pela autoiluminação, por superar as heranças ancestrais que geram inquietação e sofrimento.
Como o sofrimento se apresenta em todas as fases do desenvolvimento do ser, por ser fenômeno natural, por desgaste biológico, ou por ocasionar o sofrimento do sofrimento, outras vezes pela impermanência, necessário se faz a atitude estoica de aceitá-lo jovialmente como processo de percurso inevitável, tendo como resultado inúmeras conquistas, como o amadurecimento psicológico, a visão da solidariedade em relação aos seres senciente – vegetais, animais e humanos – em cujo grupo se encontra.
A consciência da transitoriedade da matéria traz ao Self a escolha dos empreeendimentos edificantes, os que não trazem culpa nem arrependimento, proporcionando a vida harmônica identificando-se com tudo e com todos.
É um esforço grande a ser aplicado. Mas, a pérola que reflete a luz das estrelas é tirada das profundezas em que se desenvolve no molusco que a retém como mecanismo de autodefesa, ou como a estátua de rara beleza que estava oculta na pedra grosseira ou no metal sujo e disforme...
A vida humana é um grande desafio no processo  da evolução. Por mais que queira, ninguém evita os impositivos em que se expressa. Por isso, o pensamento ético estabeleceu diretrizes de segurança para se alcançar os objetivos da saúde, da tranquilidade, do bem-estar e da alegria de viver.
Aprofundando a sonda na complexidade do ser humano, a psicologia analítica traz grandes recursos para a autoidentificação, para descoberta dos limites, das possibilidades inimaginadas, na construção da plenitude, libertando o paciente da retenção na ignorância, na enfermidade, nos transtornos de comportamento...
Quando o individuo conseguir olhar-se com serenidade, sem culpa do passado, sem saudades dele ou ansiedades pelo futuro, esperando o vir-a-ser, apesar dos conflitos que vivencia, terá avançado decisivamente para a autorrealização, portanto, para uma vida harmônica.
Tal conquista não dificulta a luta contínua, porque a evolução não tem limite, e quanto mais se conquiste conhecimentos mais crescem os horizontes do saber e as questões do existir, do Cosmo, da vida em si.
Para o êxito desse projeto, a autoterapia do amor e do sentimento de dever contribui para o continuação no esforço do crescimento interior, de realização enobrecida, de harmonia, desaguando no estado numinoso (estado de bem-estar).
O ser numinoso exala equilíbrio, segurança, autoconquista. Passa a ser um polo de atração que beneficia todos que se lhe acercam, porque a sua exteriorização é benéfica e enriquecedora.
Assim também, o indivíduo voluptuoso, vulgar, insensato, mesmo que bem-vestido e de persona bem trabalhada, cuidadosamente maquilada para a vida social, exterioriza o bafio pestilencial do seu estado interior. Basta uma aproximação, um contato, para que se sinta o perigo do contágio da sua condição moral e espiritual. Ocorre uma falta de empatia entre o ser saudável e o ser enfermo, produzindo como uma antipatia e distanciamento.
Cada um é o que cultiva interiormente, suas aspirações e pensamentos, seus cuidados ou desastres emocionais, não podendo escondê-los de  forma que psiquicamente não se manifestem.
As vidas passadas deixaram o seu selo representativo da conduta que cada qual se permitiu.
Dizem que os discípulos de alguns mestres iogues acalmam-se junto deles, mesmo sem verbalização... da mesma forma ocorre com os pacientes quando chegam aos seus médicos, enfermeiros ou assistentes, sendo geral com pessoas portadoras de sentimentos elevados que produzem alegria e  harmonia a sua volta.
Os de temperamentos rebeldes, instáveis, comportamentos doentios, sentimentos avaros e mesquinhos, turbulentos e perversos, também identificam-se facilmente, mesmo que  não queiram, sem qualquer manifestação exterior.
O ser psíquico-moral é o verdadeiro indivíduo.
A psicoterapia busca trabalhar o Self, centro de todas as atenções e cuidados, descobrindo nele os registros das aflições das experiências sofridas, dos comprometimentos desastrosos, do que poderia ter feito de meritório e e não realizou ficando na expectativa...
Onde estiver o enfermo psicológico ou físico, ou mental, aí está também a totalidade dos seus atos em reencarnações anteriores agora refletidos na conduta angustiosa ou aflitiva que o perturba.
Imprescindível trabalhar o inconsciente coletivo, buscando os arquétipos de desintegração e sofrimento que nele reaparecem com frequência.
Os primeiros passos para conquistar a vida harmoniosa, são aqueles que liberam o despertar da consciência de si, o da responsabilidade assumida com as mudanças na ementa existencial.
Desmascarar a ignorância e diluir a sombra onde quer que se escondam, é o segundo passo da lucidez para alcançar-se o objetivo desejado.
Assumindo desculpas, em transferência de responsabilidade, o ego engenhoso e insubordinado procura manter o comando, disfarçando a aparência e mantendo os conteúdos doentios.
Terapias, alternativas, são úteis para  conquistar a vida harmônica sempre buscada.
Desde a cromoterapia, a massoterapia, a meditação e ioga para atingir o mocsa, a fluidoterapia especialmente através dos passes e outros  recursos à disposição dos interessados, o importante é alcançar a individuação, a sukha...
Alguns, preferem ser vitimas da síndrome do mundo cruel, conforme a denominam os sociólogos, pela alta carga de informações negativas, de desastres e infortúnios de que são vítimas, dizendo ser impossível superar ou digeri-la mentalmente.
Sendo um disfarce para não assumir a responsabilidade pelo que ocorre no mundo, porque, junto das misérias e vicissitudes, também estão os exemplos de dignificação e sacrifício de verdadeiras multidões que vivem no anonimato ou se tornam conhecidas, sem valorizarem o lado infeccioso da sociedade, que se apresenta em forma de doença pandêmica e constante.
O predomínio dos bons e dos portadores de sentimentos elevados dar à vida uma paisagem de esperança e de significado, como um amanhecer de bonança após a violência da tormenta.
Conquistar vida harmônica depende da escolha que cada um, portanto, uma vida harmônica, depende unicamente da escolha que cada um faz, dos objetivos existenciais, sendo preciso querer e trabalhar por conquistá-la.
... E o filho pródigo voltou para os braços paternos...

Texto do livro Em Busca da Verdade. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis, Psicografado por Divaldo Pereira Franco. Trabalhado por Adáuria AzevedoFarias.12/03/16.

Nenhum comentário: