segunda-feira, 28 de março de 2016


GRATIDÃO E ALEGRIA DE VIVER

A resolução de situações conflituosas, a imaginação ativa e os sonhos são instrumentos essenciais, para  encontrar a sua psicogênese. Na aplicação da imaginação ativa é preciso encontrar um nível que penetre o limite da consciência com o inconsciente e permita ou possibilite vivenciar os acontecimentos que não foram vividos. Mas sim transferidos automaticamente uns e outros como fuga da realidade, e que continuam adormecidos  ressurgindo, como expressões perturbadoras.
Cada indivíduo é o resumo complexo de energias, possibilidades e arquétipos que não foram utilizados,  porque grande número deles é prejudicial, conforme  conceito do ego, que tenta escolher o que é positivo do que pode ser prejudicial, reprimindo-as.
O devir, fica vinculado a essas ocorrências que o dificultam de realizar-se.
Alguém com possibilidades artísticas, mas atraído para uma profissão liberal e através dela conquista as possibilidades financeiras para manter-se. É natural que essa tendência e todos os seus recursos sejam reprimidos no inconsciente por falta de tempo, de ocasião para se expressar. O mesmo ocorre com uma mulher que se dedica ao lar, e tenha aptidão para atividades universitárias ou outras fora do ninho doméstico. Todas essas tendências permanecer-lhe-ão no subsolo da consciência vibrando palidamente ou criando desconforto no trato com a família, a sua escolhida realidade.
Um e outra podem viver essas tendências através da imaginação ativa, de maneira simbólica ou até real, nos momentos adequados, sem prejuízo com os deveres assumidos.
É possível viver essas potencialidades de forma consciente no mundo dos relacionamentos sociais, tanto quanto intimamente no prazer de as realizar de forma simbólica, aplicando os seus recursos na atividade elegida.
Os sonhos proporcionarão essa realização, como se a pessoa tivesse encontrado o roteiro da harmonia que queria, mas frustrando por não vivenciar.
Quando não se consegue vivenciar a experiência, podem surgir tons de amargura no comportamento feliz, de incompletude, de traumas psicológicos...
É comum, numa experiência pela imaginação ativa, sentir-se que o ideal seria que a vida tivesse tomado outro rumo...
Muitos ocorrem na escolha dos vestibulares acadêmicos, quando o jovem vacila entre o que gostaria de fazer e o que é mais lucrativo. Escolhendo a segunda opção, já durante o curso, porque se sente incompleto e incapaz, abandona-o, e volta a iniciar a opção que se encontra no inconsciente pela tendência que predomina no mundo interior.
Há pessoas vivendo acomodadas, tendo recursos financeiros, família bem estruturada, cumpridoras dos seus deveres, e apesar disso são levadas a devaneios da imaginação, vivendo outras condutas que lhe dão alegrias. Nesses momentos estando a sós dão espaço à imaginação sorriem, gesticulam, expressam felicidade, logo depois voltam à realidade trazendo frustrações...
O ego, quando identificar que tais comportamentos não são convenientes e, ou podem produzir dores, reprime essas possibilidades, empurrando-as para os porões do inconsciente onde ali ficam esperando.
É lícito e ético viver, as aspirações não realizadas mesmo que seja por meio da imaginação ativa. Não são prejudiciais – havendo exceção -, por ser estímulo para continuar a vida no labor escolhido como mais produtivo.
Depois de vivenciar pela imaginação o real significado existencial, pode-se manter o compromisso assumido e viver  alguns momentos reais daqueles desejos reprimidos sem estar cometendo nenhum crime. O executivo ou o profissional liberal bem situados na sociedade podem utilizar a arte nos seus compromissos, como hobby,  ou divertimento terapêutico.
A mãe e esposa dedicada deve reservar-se o direito de administrar a família de forma racional, aplicando os seus conhecimentos na empresa doméstica ou  simultaneamente, depois de usar o tempo que dispõe de maneira equilibrada, dedicar-se a qualquer atividade que a enriqueça interiormente, completando as suas aspirações de forma saudável.
Às vezes a gratidão surge no comportamento dos indivíduos que, por faltar o hábito, por timidez e constrangimento, não se encorajam a expressá-la, reprimindo-a.
Como a gratidão precisa do combustível do amor para ser completa, deve-se exercitar a imaginação ativa vivenciando-a em todas as situações da sua vida, expressando-a intimamente, oferecendo-a com sorrisos silenciosos, sendo útil à comunidade que começa na família, pelos esforços em manter a gentileza e o carinho em qualquer situação.
Também poderá fazer pela oração dirigida ao seu próximo, em vibrações de bondade e de desejos fervorosos em benefício dos outros.
A fé é inesperada e capaz de animar o individuo a ações audaciosas e a atitudes gritantes, não revidando mal por mal, porque descobre no aparente mal que lhe querem atingir um grande bem, pela possibilidade  de superar a inferioridade moral que sempre reage, agindo com equilíbrio e compaixão pelo opositor.
A fé deve ser racional, mas chega o momento que ela ultrapassa o limite da lógica e entrega-se em totalidade. Assim agiram os mártires de todos os tempos e de todos os ideais... Doaram-se sem pensar.
Conta-se que um alpinista galgava um paredão desafiador à noite, quando caiu no abismo e, durante a queda que seria fatal, foi salvo por um solavanco da corda de proteção cravada por grampos seguros na montanha.
Recuperando a calma e com receio de morrer congelado durante a madrugada, orou, com fervor, suplicando o socorro de Deus.
Ouviu uma voz que lhe dizia para cortar a corda que o prendia à altura.
Parecendo estranho o auxílio, temeu que, ao fazê-lo, caísse no abismo e morresse.
Não teve coragem de fazê-lo.
No outro dia, quando chegou o socorro e o encontrou congelado, os membros lamentaram que ele não tivesse cortado a corda, porque estava a menos de um metro do solo protetor, e assim teria salvado a vida...
Quem é grato, é feliz, tem saúde, espalhando as ondas da alegria que o envolvem, contaminando a todos os que se aproximam.

Do livro Psicologia da Gratidão, ditado pelo Espirito Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Pereira Franco. Trabalhado por Adáuria Azevedo Farias. Publicado em 28/03/16.

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