quarta-feira, 16 de março de 2016


EQUIPAMENTOS PSICOLÓGICOS PARA O SER
Na ação da vida humana, a conquista de sentido e de significado é de imensa importância, do contrário, não se vive, só se vegeta, conforme o pensamento popular.
A constituição do Self como energia pensante, enquanto princípio inteligente do universo, como definem o Espírito pelos Benfeitores da Humanidade, guarda como princípio e legitimidade  um conjunto de equipamentos psicológicos para  desempenhar a tarefa que deve exercer – que é a autoiluminação.
Originado do Psiquismo Divino, traz, em germe,  potencialidades da sua causalidade, necessitando despertar as mesmas e desenvolvê-las em experiências sequentes.
Ser psicológico que é, impõe-se como de importância fundamental no processo evolutivo, necessitando de recursos psíquicos que tornem possivel alcançar os seus objetivos.
Guardando as aspirações no superconsciente e conservando as realizações no inconsciente coletivo, o seu envoltório perispiritual é o reservatório onde estão todos os valores somados, os dignificantes e os inquietadores, que se expressão frequentemente, conforme as emoções, as ocorrências como parte do processo da evolução, contribuindo na ascensão ou levando-o a sofrer.
As suas necessidades são de ordem ética, estética, transpessoal, para manter o equilíbrio e os impulsos para avançar na libertação dos hábitos ou heranças negativas que influenciam no comportamento  escolhendo o bem-estar.
A Alegria de viver, é um dos mais importantes equipamentos psicológicos para a vitória do empreendimento humano, porque, através desse sentimento, todas as experiências tem significação, escolhendo as que promovem com a superação tranquila em relação às condutoras de angústia e  aflição.
Para haver a alegria de viver, há condições emocionais específicas, que são: os procedimentos mentais saudáveis, em que o pensamento e a imaginação ativa exercitam-se trabalhando as aspirações da ordem e do dever, da ação nobre e da solidariedade, do progresso e da abnegação, mantendo o clima superior que propicia entusiasmo, sem as faltas resultantes dos conflitos; a reflexão antes de qualquer atitude, para evitar a culpa que perturba, escolhendo as condutas que trazem alegria interior; as atividades da caridade, da compaixão; a autoanalise frequente, para identificar os erros e recuperar-se deles, os acertos e seus progressos...
Para Jung: ...dentro da alma, desde suas origens primordiais, tem havido um desejo de luz e uma ânsia incontida para debelar as sombras primordiais. ...a noite psíquica primordial...é hoje a mesma de incontáveis milhões de anos passados. O anseio pela luz é o anseio pela consciência.
A busca dessa consciência profunda torna-se a meta que leva à plenitude psicológica, quando o sofrimento não encontra espaço para instalar-se, ou quando mesmo presente, é superado. Embora o sofrimento encontre-se no mundo e nas criaturas como fatalidade do processo da evolução, através dos equipamentos sociológicos da busca da luz, torna-se possível diluí-lo na luz do amor indescritível.
O alquimista sonhava com a transmudação dos metais comuns em ouro de alto valor, não conseguindo. Porém psicologicamente essa alquimia é possível no ser, quando transforma a sombra em luz e os conflitos e sua perturbação no ouro da harmonia.
Os recursos utilizados são internos e são parte da construção da consciência, só por eles, é possível conquistar a sabedoria, ao escolher o que é necessário e ou inútil na vida, se tem valor real ou se é apenas aparente...
Enquanto isso, a luta interior em relação ao sofrimento continua. Ainda de acordo com jung, o oriental busca vencer o sofrimento expulsando-o como se fosse uma coisa, o ocidental procura libertar-se dele através dos medicamentos. Mas nenhum medicamento, pode eliminar os sofrimentos que vem da consciência de culpa, dos fenômenos psicológicos da afetividade não correspondida, das ansiedades não concretizadas, do desejo do belo e da paz não conseguidos...
O dinheiro, pode trazer uma farta alimentação, mas não traz o apetite; pode trazer conforto, não a paz de quem habita o lugar agradável; a presença de pessoas, sem que lhe ofereçam o amor... a morte de um ser querido interrompe os sorrisos e o poder do mundo mas não o faz voltar, embora possa mover praticamente tudo e todos...
Essas ocorrências produzem sofrimentos, que não podem ser expulsos pela insistência mental nem socorridos com medicamento. Têm que ser enfrentados com paciência pela psique, pela autoconsciência do Self.
É natural que o sofrimento e a felicidade manifestem-se juntos, em aparente oposição, que os equipamentos psicológicos da compreensão podem fundir-se num estado de harmonia, quando se compreender que através do primeiro se alcance o segundo, bastando, compreender a sua origem e a sua permanência. Diluindo-se as marcas do inconsciente individual e do coletivo, anula-se a desventura e desperta a criança maltratada, que se encontra latente, conseguindo-se entender que é possível conciliar um com o outro, desde que transforme o primeiro em caminho que leva à plenitude.
Não tendo censura, nem mágoa pelas ocorrências desagradáveis que geram o sofrimento, não tem vigor os resíduos psicológicos doentios,   surgindo perspectivas favoráveis de superação do mesmo, porque outros fatores ocupam o lugar, como: a paz de consciência, o desejo para alcançar as metas programadas, os ideais abraçados.
Quando a mente volta-se para a elevação moral, social, espiritual, artística  de qualquer tipo, as expressões do sofrimento perdem o predomínio na emoção e, deixam de influenciar o comportamento.
A forma de superar o sofrimento é conquistar a felicidade trabalhando-o, ultrapassando-lhe os limites e as imposições.  Com esse comportamento, o sofrimento se transforma em dínamo gerador de energia que se desenvolve e produz recursos para a conquista da individuação.
Como equipamento psicológico, é bom insistir no relacionamento criatura-Criador, pensamento-oração, mente-esperança, que possibilita a sintonia com as forças cósmicas de onde vem todas as coisas materiais, e em forma de energia vitaliza e acalma todos os que assim se  comportam.
Vivendo no mundo em que tudo é energia em  aspectos vários de aglutinação de moléculas, o pensamento também pode e deve engendrar mecanismo que propicia o surgimento de forças psíquicas que trabalham o bem-estar e superam as construções do sofrimento.
Tudo, está em querer corretamente, para  conseguir retamente.
Pensando-se com equilíbrio e justiça, agindo-se com bondade e compaixão, vivendo-se com esperança e alegria, a iluminação ocorre naturalmente, ampliando a capacidade no Self (do eu profundo, do ser espiritual, do ser espiritual) de gerar o estado numinoso permanente.

Texto do livro Em Busca da Verdade. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis, Psicografado por Divaldo Pereira Franco. Trabalhado por Adáuria AzevedoFarias.16/03/16.

Nenhum comentário: