sexta-feira, 25 de março de 2016


A FATALIDADE DA MORTE
A morte biológica é parte equivalente a do nascimento composta da aglutinação de moléculas a se desarticular com a anoxia cerebral.
No corpo físico ou no espiritual sempre se estará vivo, para Buda o oposto de morte não é vida e sim renascimento.
Sendo o Sellf - (o Eu verdadeiro, o Eu individual)- mortal e imortal na visão de Jung, ele transfere-se de vibração, pelo fenômeno da morte ou mergulha no corpo através da reencarnação.
A morte é, dessa forma, o fim do fenômeno biológico, o término de uma fase orgânica, em que todos os elementos que formavam o físico se diluem e que se transformam sob a ação química  da natureza...
O significado psicológico mais importante da vida corporal é a conquista da imortalidade, em que já se encontra mergulhado, mas que só se torna lúcida e plena depois da desencarnação.
Nesse período, após a rápida ou longa fase de obscurecimento temporário da consciência, agora sem o envoltório do cérebro, aos poucos, o ser, de acordo com as suas construções morais e mentais, volta ao estágio de energia ou princípio inteligente, sem os limites da prisão no corpo material.
A jornada humana no corpo deve ser a meta para o reencontro com a vida total. Todos os esforços mentais, morais e psicológicos precisam voltar-se para essa realidade, visando a impermanência no corpo físico.
Considerando a imortalidade a grande meta, a meta definitiva, cada encarnação deve ser considerada oportunidade de grande valor ao crescimento iluminativo, investimento psicológico na conquista da saúde integral, que vem do interior para o exterior.
Esse nascer e morrer no físico torna possível ao Espírito conquistar a plenitude, etapa a etapa, como responderam os Benfeitores espirituais a  Allan Kardec, demonstrando que tudo evolui no Universo:... É assim que tudo serve, que tudo se encadeia na Natureza, desde o átomo primitivo até o arcanjo, que também começou como átomo...
Desde o inicio do Self, quando surgiu em formas primárias, o seu despertamento ocorre na matéria, em repetidos renascimentos, permitindo que cresçam aos poucos as potencias nele adormecidas,  inerentes à Divindade de que é originado...
Não fosse assim, a vida corporal, por sua rapidez, não teria sentido de lógica nem de finalidade, quando se considera o tempo indimensional e o infinito, dissolvendo-se o pensamento no nada, no aniquilamento. 
A sobrevivência do ser espiritual é fundamental para que a vida física tenha justificativa e sentido psicológico que digam os que nasceram em sofrimentos quase inconcebíveis, sem  direito à comunicação, ao pensamento, à razão...
Alguns reencarnam com necessidades socioeconômicas sérias, na miséria e vivem em meios perversos sem amor, nem um pouco de solidariedade, unindo o crime a adversidade...
Muitos deliram na loucura sob maus tratos, enquanto outros tornando-se tolos se perdem vitimas do esquecimento humano...
Perversões cruéis ocorrem com indivíduos  inteligentes e belos bem formados fisicamente, vindos de etnias e raças consideradas inferiores, tendo que sofrer a dor do preconceito e da perseguição.
Todo tipo de sucessos e insucessos afetam as criaturas humanas, como se fossem marionetes a disposição, que se manifesta inesperadamente, a uns o êxtase, a felicidade e a outros, a miséria, o  abandono.
Gênios do pensamento e da arte, da ciência e da cultura, de repente são vítimas de acontecimentos infelizes e vitimados por acidentes vasculares cerebrais, perdem o contato com o mundo de beleza a que se habituaram ou construíram e não mais usufruem.
A cada momento também ocorrem, a muitas pessoas, acidentes automotores, choques e quedas, incêndios e desabamentos em que os sentidos físicos são prejudicados, quando não deixam marcas profundas na psique, que se desconecta da realidade e foge para o esquecimento de si mesmo ou para os delírios sem sentido nas alucinações, ocorrem a cada momento a muitas pessoas.
Se o sofrimento em todos os segmentos da sociedade é normal, qual o sentido da vida, então?
O ser espiritual, vencedor de inúmeras lutas, em cada experiência dolorosa vivencia, aprimora-se, conquista mecanismos de defesa, fortalece a confiança nos valores ético-morais, vive as  possibilidades  latentes no seu intimo.
Herdeiro de suas próprias realizações é o artífice da sua saúde e da sua doença, da sua sabedoria e da sua ignorância, é também responsável pela sombra, pelo anima-us, pelo ego que devem fundir-se num eixo equilibrado com o Self,(o ser eterno, imortal; o ser espiritual) que os antecede e os sobrevive.
A inteligência e o pensamento que vai muito além da encarnação, representa o mais extraordinário sentido existencial, por abarcar todas as expressões da emotividade e dos outros sentimentos.
Com esse significado, é mais fácil viver, em qualquer situação ou circunstância, por saber que a vida carnal é temporária e breve, trazendo finalidade educativa, psicoterapêutica, sendo responsável pelo engrandecimento do si-mesmo.
Com a certeza da imortalidade os fenômenos humanos tem lógica e é possível serem compreendidos como edificantes, portadores de futuro bem-estar e de harmonia.
Por herança, o medo da morte e do aniquilamento é como um arquétipo terrível e ameaçador, vindo desde o período da caverna, quando ocorria o fenômeno e não era interpretado pelo homem primitivo, que via o outro ser decompor-se, exalando podridão e não voltar mais ao convívio...
Sem  capacidade de compreender, o culto do sepultamento registrou-se no Self, possibilitando às superstições conforme o nível evolutivo e criando no inconsciente profundo o horror do acontecido não compreendido ainda.
Foi também na intimidade da caverna que as almas aflitas ou não dos que morriam, voltavam, apavorando ou aparentando poder, que trariam ao pensamento mítico a concepção dos deuses, iniciando lentamente dessa forma a compreensão do fenômeno post-mortem e dos gênios bons e maus, dos deuses nobres e viciosos...
A longa jornada alcança hoje, a compreensão da Divindade fora dos padrões convencionais como objetivações materiais, hoje aprensentando-se como a Causa Incausada, a inteligência suprema e a causa primária de todas as coisas...
A morte, ao invés de temerária, é o veículo que leva o ser imortal ao seu destino, proporcionando-lhe, ao fim dos renascimentos carnais, a total conquista do Self, do numinoso, da individuação, da felicidade plena e sem prisão.
Jung estudando e observando idosos no momento terminal disse: ...a psique inconsciente faz pouquíssimo caso da morte.
E ainda acrescentou: É preciso, que a morte seja alguma coisa relativamente não essencial... A essência da psique estende-se na obscuridade muito além das nossas categorias intelectuais.
O encontro com a verdade livra o ser da ignorância integrando-o à vida.
A busca da verdade não deve cessar, pois a cada instante ela se apresenta grandiosa e deslumbrante.
Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão? (Paulo aos Coríntios 1:15 – 55) .

Texto do livro Em Busca da Verdade. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis, Psicografado por Divaldo Pereira Franco. Trabalhado por Adáuria AzevedoFarias.25/03/16.

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