A FATALIDADE DA MORTE
A
morte biológica é parte equivalente a do nascimento composta
da aglutinação de moléculas a se desarticular com a anoxia cerebral.
No corpo físico ou no
espiritual sempre se estará vivo, para Buda o oposto de morte não é vida e sim renascimento.
Sendo o Sellf - (o Eu verdadeiro, o Eu individual)- mortal e imortal na visão de Jung, ele transfere-se de vibração, pelo
fenômeno da morte ou mergulha no corpo através da reencarnação.
A
morte é, dessa forma, o fim do fenômeno biológico, o
término de uma fase orgânica, em que todos os elementos que formavam o físico
se diluem e que se transformam sob a
ação química da natureza...
O significado psicológico
mais importante da vida corporal é a conquista da imortalidade, em que já se encontra
mergulhado, mas que só se torna lúcida e plena depois da desencarnação.
Nesse
período, após a rápida ou longa fase de obscurecimento temporário da
consciência, agora sem o envoltório do cérebro, aos
poucos, o ser, de acordo com as suas construções morais e mentais, volta ao estágio de energia ou princípio inteligente, sem
os limites da prisão no corpo material.
A
jornada humana no corpo deve ser a meta para o reencontro com a vida total. Todos
os esforços mentais, morais e psicológicos precisam voltar-se para essa
realidade, visando a impermanência no
corpo físico.
Considerando
a imortalidade a grande meta, a meta definitiva,
cada encarnação deve ser considerada oportunidade de grande valor ao
crescimento iluminativo, investimento psicológico na conquista da saúde
integral, que vem do interior para o exterior.
Esse nascer e morrer no
físico torna possível ao Espírito conquistar a plenitude, etapa a etapa, como
responderam os Benfeitores espirituais a Allan Kardec, demonstrando que tudo evolui no
Universo:... É assim que tudo serve, que
tudo se encadeia na Natureza, desde o átomo primitivo até o arcanjo, que também
começou como átomo...
Desde o inicio do Self, quando surgiu em formas primárias,
o seu despertamento ocorre na matéria, em repetidos renascimentos, permitindo
que cresçam aos poucos as potencias nele adormecidas, inerentes à Divindade de que é originado...
Não
fosse assim, a vida corporal, por sua rapidez, não teria sentido de lógica nem
de finalidade, quando se considera o tempo indimensional e
o infinito, dissolvendo-se o pensamento no nada, no aniquilamento.
A
sobrevivência do ser espiritual é fundamental para que a vida física tenha
justificativa e sentido psicológico que digam os que nasceram em sofrimentos
quase inconcebíveis, sem direito à
comunicação, ao pensamento, à razão...
Alguns reencarnam com
necessidades socioeconômicas sérias, na miséria e vivem em meios perversos sem amor,
nem um pouco de solidariedade, unindo o crime a adversidade...
Muitos deliram na loucura
sob maus tratos, enquanto outros tornando-se tolos se perdem vitimas do
esquecimento humano...
Perversões cruéis ocorrem
com indivíduos inteligentes e belos bem
formados fisicamente, vindos de etnias e raças consideradas inferiores, tendo
que sofrer a dor do preconceito e da perseguição.
Todo tipo de sucessos e
insucessos afetam as criaturas humanas, como se fossem marionetes a disposição,
que se manifesta inesperadamente, a uns o êxtase, a felicidade e a outros, a
miséria, o abandono.
Gênios do pensamento e da
arte, da ciência e da cultura, de repente são vítimas de acontecimentos
infelizes e vitimados por acidentes vasculares cerebrais, perdem o contato com
o mundo de beleza a que se habituaram ou construíram e não mais usufruem.
A cada momento também ocorrem,
a muitas pessoas, acidentes automotores, choques e quedas, incêndios e
desabamentos em que os sentidos físicos são prejudicados, quando não deixam marcas
profundas na psique, que se desconecta da realidade e foge para o esquecimento
de si mesmo ou para os delírios sem sentido nas alucinações, ocorrem a cada
momento a muitas pessoas.
Se
o sofrimento em todos os segmentos da sociedade é normal, qual o sentido da
vida, então?
O ser espiritual, vencedor
de inúmeras lutas, em cada experiência dolorosa vivencia, aprimora-se, conquista
mecanismos de defesa, fortalece a confiança nos valores ético-morais, vive as possibilidades latentes no seu intimo.
Herdeiro de suas próprias realizações
é o artífice da sua saúde e da sua doença, da sua sabedoria e da sua ignorância,
é também responsável pela sombra,
pelo anima-us, pelo ego que devem fundir-se num eixo
equilibrado com o Self,(o ser eterno, imortal; o ser espiritual) que os antecede
e os sobrevive.
A
inteligência e o pensamento que vai muito além da encarnação,
representa o mais extraordinário sentido
existencial, por abarcar todas as expressões da emotividade e dos outros sentimentos.
Com
esse significado, é mais fácil viver, em qualquer situação ou
circunstância, por saber que a vida carnal é temporária e breve, trazendo
finalidade educativa, psicoterapêutica, sendo responsável pelo engrandecimento
do si-mesmo.
Com
a certeza da imortalidade os fenômenos humanos tem lógica e é
possível serem compreendidos como edificantes, portadores de futuro bem-estar e
de harmonia.
Por
herança, o medo da morte e do aniquilamento é como um arquétipo terrível e
ameaçador, vindo desde o período da caverna, quando ocorria o
fenômeno e não era interpretado pelo homem primitivo, que via o outro ser decompor-se, exalando podridão e não voltar mais ao convívio...
Sem capacidade de compreender, o culto do
sepultamento registrou-se no Self, possibilitando
às superstições conforme o nível evolutivo e criando no inconsciente profundo o horror do acontecido não compreendido
ainda.
Foi também na intimidade da caverna
que as almas aflitas ou não dos que morriam, voltavam, apavorando ou
aparentando poder, que trariam ao pensamento mítico a concepção dos deuses,
iniciando lentamente dessa forma a compreensão do fenômeno post-mortem e dos gênios bons e maus, dos deuses nobres e
viciosos...
A longa jornada alcança hoje,
a compreensão da Divindade fora dos padrões convencionais como objetivações
materiais, hoje aprensentando-se como a Causa Incausada, a inteligência suprema e a causa
primária de todas as coisas...
A
morte, ao invés de temerária, é o veículo que leva o ser imortal ao seu destino,
proporcionando-lhe, ao fim dos renascimentos carnais, a total conquista do Self, do numinoso, da individuação, da
felicidade plena e sem prisão.
Jung estudando e
observando idosos no momento terminal disse: ...a psique inconsciente faz pouquíssimo caso da morte.
E ainda acrescentou: É preciso, que a morte seja alguma coisa relativamente não essencial... A
essência da psique estende-se na obscuridade muito além das nossas categorias
intelectuais.
O
encontro com a verdade livra o ser da ignorância integrando-o à vida.
A busca da verdade não deve
cessar, pois a cada instante ela se apresenta grandiosa e deslumbrante.
Onde
está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão? (Paulo
aos Coríntios 1:15 – 55) .
Texto
do livro Em Busca da Verdade. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis,
Psicografado por Divaldo Pereira Franco. Trabalhado por Adáuria AzevedoFarias.25/03/16.
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