PENSAMENTO E AÇÃO
Filosoficamente, o pensamento
é uma atividade psíquica responsável
pelos fenômenos cognitivos, independente
da vontade e dos sentimentos.
René Descartes disse: Eu sou uma coisa que pensa, dando ao pensamento significado específico,
dizendo que a essência do homem é pensar.
Pelo pensamento cada ser humano eleva o seu estágio de evolução,
caracterizando-se pela nobreza das ideias que formula ou pela vulgaridade em
que se compraz.
A
evolução do pensamento ocorreu lentamente através das experiências
reencarnacionista, desde as primeiras expressões arcaicas,
passando pelas primitivas, a mítica, egocêntrica até alcançar o estágio
racional, avançando para a sublime conquista cósmica.
Desenvolvendo
a capacidade de pensar, ultrapassando as barreiras dos instintos que limitam, o
Espírito vem ampliando a percepção do
divino que nele existe, adquirindo
essa capacidade, base de todas as
realizações existenciais.
Essa
faculdade inata que se desdobra pelas experiências contínuas é
portadora de um poder para a ação, que a torna elemento vital no
desenvolvimento do Espírito na sua busca de felicidade.
A medida que o ser humano
encontrou desafios e dificuldades na caminhada orgânica, no princípio da
evolução, foi desenvolvendo a caixa craniana e aumentando o volume do cérebro, com
o surgimento dos neurônios necessários
às sinapses mais elevadas e às expressões que iriam caracterizar o pensamento.
Surgindo por ampliação do instinto, considerando-se que esse é uma forma primária de pensamento, as
necessidades ambientais e a luta pela sobrevivência estimularam o Espírito a
liberar as funções em latência, fazendo surgir as ideias, o desenvolvimento das
faculdades psíquicas. Fatores, mesológicos e filogenéticos responsabilizaram-se
nos milhões de anos em construir os equipamentos ultradelicados para decodificar o pensamento, que é
transcendente e não de natureza eletroquímica do próprio cérebro, conforme
asseveram alguns respeitáveis estudiosos.
Emanação do Espírito é o instrumento hábil para o
estabelecimento da razão, do discernimento, da consciência que se
desenvolve através de níveis específicos até fundir-se na identificação cósmica, conforme ocorre com o próprio
pensamento.
Em cada etapa, o Espírito
exercita uma faculdade, ora intelectiva, ora emocional, abrindo espaço para as
aptidões culturais, artísticas, religiosas, sociais, políticas, que vão
construir a sua plenitude.
O
pensamento, em face das conquistas adquiridas pelas experiências cresce e torna-se
uma força criadora, que a consciência de si orienta sob as
diretrizes ético-morais, indispensáveis à canalização das ideias e aspirações
conforme o estágio do desenvolvimento de
valores elevados.
Foi, graças a esse esforço e
direcionamento, que surgiram os conceitos filosóficos, as inabordáveis
conquistas científicas, as maravilhas da arte em todas as suas expressões, as
sublimes realizações espirituais e religiosas, o estabelecimento dos códigos
dos direitos e dos deveres do ser humano com relação a si , ao próximo, à
Natureza, à vida...
Esse
incessante processo de crescimento experimentou, vários embates, quando as
opções do pensamento se mantiveram nas heranças do primarismo,
principalmente na agressividade e na violência, na pulsão do poder e do prazer, nos caprichos infantis mal suportados,
dando lugar ao crime, à destruição, ao despautério, à crueldade não diluída no
intimo.
Hoje,
quando se alcançou o máximo de progresso científico e tecnológico nunca
atingido, infelizmente continuam as expressões grosseiras e perversas do
pensamento primitivo, que não evoluiu na direção ético e moral, que
gera sentimentos de paz e de compaixão, de bondade e de compreensão da
finalidade da vida na Terra.
Tudo,
no ser humano, se origina no pensamento, que se transforma em ideia,
desenhando as possibilidades de realização, para transformar-se em ação. Diz-se
que o fato de pensar-se em uma ideia,
que se fixa, já se cometeu o ato. No Evangelho de Jesus, essa força de
expressão está definida no capítulo 5 de Mateus, versículo 28, quando diz: eu, porém, vos digo que todo aquele que
olhar para uma mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com
ela.
Quando se olha algo ou
alguém, logo surge a formulação da ideia, do desejo, da necessidade, e, no caso,
o pensamento desregrado, indisciplinado,
acostumado ao imediatismo da libido, logo passa a experienciar a ação, desde o
instante da emissão da onda mental.
O oposto também é verdade, quando se fixa a atenção, e consequentemente o
desejo mental em algo enobrecedor,
já começa a vivencia do buscado.
Essa
força do pensamento também responde pela conduta emocional, pelas heranças
positivas ou negativas do indivíduo, cabendo-lhe dirigir seus anseios para as questões
superiores da vida, as que
dignificam e promovem o sentimento e a própria vida.
É nessa estrutura que o Self ( o Eu espiritual, o ser real, o
ser imortal) adquire resistência para compreender e aceitar a sombra, conviver com o ego sem luta nem conflito.
Quando
vitima de transtornos psicológicos, o indivíduo apresenta-se incapaz de fixar o
pensamento na esperança e na expectativa de recuperação, normalmente, é porque
sempre cultivou ideias negativas, pessimistas e perturbadoras, às quais se
acostumou, e justifica, dizendo não ter forças para corrigir o
velho hábito e passar a contribuir pela psicoterapia libertadora.
Mas quando se esforça, querendo
conquistar a saúde física, emocional ou de algum transtorno mais profundo,
desde que não estando afetado na função do pensamento, poderá fixar a mente nas
perspectivas saudáveis do refazimento, auxiliando os neuropeptídios na produção
das substancias especiais para o reequilíbrio.
Nesse campo, tem-se as
terapias placebo de excelentes resultados em muitos processos
psicoterapêuticos, mesmo visando doenças orgânicas. Também, as experiências Nocebo
resultando em agravamento dos quadros doentios,
levando os pacientes a situações lamentáveis. Ambas as ocorrências, pela força do pensamento, que se fixa numa ou
noutra, de onde se originam os resultados positivos ou prejudiciais ao
organismo físico, emocional e psíquico.
Por
motivos óbvios, somente o ser humano pensa, é capaz de compreender abstrações,
de conceber e antever o que lhe ocorre na mente, e pode mais tarde com o esforço e a dedicação na
construção das ideias.
Com o pensamento
bem-ordenado, todo o constructo do ser humano avança pelas avenidas formosas da
saúde e da edificação interior,
alcançando o elevado patamar da idividuação. (destaque meu)
Texto
do livro Em Busca da Verdade. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis,
Psicografado por Divaldo Pereira Franco. Trabalhado por Adáuria AzevedoFarias. 13/02/16.
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