FÉ E RELIGIÃO
O homem
é, em essência, um animal religioso. Na
busca da religiosidade liga-se à diferentes correntes doutrinárias, querendo segurança
e harmonia para a caminhada física. As experiências religiosas dão força e coragem
nas dificuldades e nos desafios.
Nesse
indivíduo a fé é quase genética. Há
uma crença universal em Deus, não importando o nome ou, a forma como se O compreenda. Por herança, o
arquétipo divino que nele se expressa através do Self é natural. Mas a crença religiosa, resulta de fatores
educacionais, mesológicos, familiares. Temos a crença natural e a religião aprendida.
Na
infância, no período lúdico, as fantasias crescem em torno da religião, dando
um colorido especial ou criando medo, terror conforme o conteúdo de cada uma. Conforme
a razão e o discernimento substituem a ignorância e a ingenuidade, os conflitos
que surgem também confrontam com a
conduta religiosa, especialmente se ela é castradora, imposta, de vigiar todos
os passos com ameaças de punição.
A
racionalidade com os primeiros pensadores do século XVll, abriu campo para os
enfrentamentos entre ciências nascentes e doutrinas religiosas dominantes, atingindo
o seu apogeu no final do sec. XlX, quando, o ser humano afirmou estar distante
de Deus, provavelmente apoiando-se no conceito de Nietzsche, sobre a Sua morte
ou de outros filósofos niilistas e materialistas, ou de grandes cientistas.
Apesar disso, quanto mais se avançavam nas ciências e a tecnologia de ponta ampliava
a compreensão do mundo, surgiu um paradoxo, levando cientistas a voltarem para
Deus e para a crença no Espírito, como únicas maneiras de entenderem o Cosmo e
a vida.
Depois
da proposta darwiniana da evolução vegetal, animal e o surgimento do homem, pela
seleção natural, possibilitando negar os conceitos criacionistas bíblicos, que permaneceram
por séculos, e mais tarde com a decodificação
do genoma humano, uma ponte surge entre uma teoria e outra, demonstrando que há
verdade nas duas teorias permitindo entender
como Deus criou a vida.
Não
é mais disparate um cientista confessar sua crença em Deus, ou na sobrevivência
do Espírito depois da morte do corpo.
As investigações
na paranormalidade humana, nos séculos XlX e XX, por cientistas de várias áreas,
trouxeram material incontestável confirmando que a morte não destrói a vida e o
Espírito não some, quando desaparece o envoltório material.
A
mediunidade, vencido os preconceitos e as superstições que a mistificavam,
tornou-se objeto de estudos sérios e consagrados por homens e mulheres dos vários
seguimentos da cultura e da civilização, que se renderam à sua legitimidade
como instrumento probante da imortalidade do Espírito.
Ciências
experimental vindas da Psicologia, como, a Parapsicologia, a Psicotrônica, a
Psicobiofísica, ampliaram o campo para
os estudos dessas questões, trazendo evidencias e fatos que não podem ser
contestados e merecem respeito, em face dos pesquisadores sérios que se dedicaram
ao trabalho de pesquisar, experimentar, e
comparar...
As
colocações extremistas de alguns cientistas em relação à religião e aos seus fenômenos,
não tem hoje a mesma firmeza de antes. Neurocientistas e astrofísicos,
matemáticos e biólogos, psicólogos e psiquiatras, profissionais dos vários ramos do conhecimento
científico defrontam a realidade transpessoal e adotam comportamento de acordo
com a filosofia imortalista, como a mais avançada conclusão das suas
experiências nos seus campos de trabalho.
Hoje,
questões metafísicas podem ser discutidas em laboratórios sem impedimento para
os estudiosos, em tentativa de grande valor para descobrirem o que se encontra além
das leis naturais, pelo menos aquelas já conhecidas.
Jung
foi um dos primeiros acadêmicos a não valorizar demais o aspecto racionalista
absoluto em torno do Universo, oferecendo possibilidades até então não conhecidas,
para melhor entender a criatura humana em sua profundidade e a realidade de
todos.
O
ser humano não pode fugir do seu arquétipo
psicóide, em razão do inconsciente
coletivo, onde se encontram os constructos da sua vida, como, as expressões da fé, de forma mais
ampla, da religião e de Deus... Esse inconsciente encontra-se fora do mundo
consciente, e é formado por um campo-primordial-de-espaço-tempo.
A meta
da Psicologia, é entender os fenômenos relativos à psique e suas manifestações,
não comprometida com os comportamentos religiosos, sem abdicar dos mesmos,
especialmente quando estudando os distúrbios que perturbam os seus pacientes, as
suas alucinações e delírios de natureza também espiritual...
A fé religiosa, quando saudável, construída
na filosofia da razão, que pode enfrentar a dúvida em todas as épocas do
pensamento, contribui muito para a saúde
mental e emocional do indivíduo, dando sustentação nos momentos de fragilidade
e coragem nos desafios.
A fé é natural, sem subterfúgio, em
tudo que se acredita sem ser investigado, e ninguém vive sem essa experiência
psicológica sendo uma aceitação automática... Também vem das lutas entre razão e
sentimento, o fato e outas explicações, passando pela lógica, a observação,
tornando-se racional, robusta.
Com a fé natural,
desenvolvem-se as aptidões humanas e os projetos para a vida transformam-se em
realidade, porque os estímulos e a fortaleza que ela dá, propiciam os meios de continuar
as tentativas até serem concluídos.
A fé tem uma força tão excepcional,
que muitas vezes o indivíduo que tem um objetivo luta contra todos os
obstáculos, vence as dificuldades certo que é viável o que deseja e que
conseguirá.
É a fé que sustenta todos os tipos de
investigadores, os cientistas que trabalham com hipóteses
contrárias ao aceito e permitido, demonstrando o seu valor após esforços
hercúleos, confirmando que têm razão.
Ninguém
pode atingir qualquer meta se não acreditar, nessa possibilidade, mesmo que não
a identifique conscientemente. A
perseverança numa ação e a constância em um trabalho são frutos da fé nos
mesmos.
Mas a fé religiosa, sustenta-se na
probabilidade de que os postulados transpessoais, espirituais, em que se acredita, sejam reais. Graças à
mediunidade, a fé religiosa hoje tem um
arsenal de fatos que superam e eliminam as negações. Dizia-se durante a
vitória da filosofia existencialista, que era preciso ver para crer, conceito hoje ultrapassado pelas propostas da física
quântica, afirmando que é preciso antes crer
para depois ver, mesmo porque nem tudo que se crê nessa área só se encontra
nas probabilidades e nunca será visto...
A fé produz heróis e santos, mártires e
pessoas de bem.
No
holocausto judeu, suas vítimas que conservaram a fé que sobreviveriam, de uma ou outra forma conseguiram o objetivo.
As que se diziam necessária à vida para denunciarem toda a crueldade, vivenciaram
todos os horrores e continuaram lúcidas para falar do poder da loucura, do
extremismo, da solução final, meta
dos infelizes psicopatas que tomaram o poder na Alemanha...
Quando
se crê, todo o organismo atende ao comando da psique e dá resposta eficaz,
produzindo possibilidades para a realização.
O
indivíduo em conflito pela dúvida, atormentado pela insegurança, desconfiado de
tudo e de todos, entra em sofrimento emocional mais fácil.
Com a fé em Deus, sem exaltação e com
harmonia, a saúde emocional é mais duradoura, e, quando, sofre
transtorno, retorna à harmonia mais rápido.
Em muitas ocasiões, a fé demonstrada por
cientistas e navegadores, como Cristóvão Colombo, que acreditava na
existência de terras, viajando para o oeste, saindo da Europa, conseguiu
prová-lo, porque no inconsciente estavam os registros de já haver estado
naqueles lugares em existência anterior...
Quantas
vezes, o pai da psicologia analítica em suas viagens de trem, partindo de
Zurique (Suiça) rumo à Itália, antes de chegar às cidades a serem
visitadas, via-as, conhecia-as, constatando
a veracidade depois, embora nunca ali tivesse estado, pelo menos na vida atual.
Surpreendido por esses eventos, como pelo sonho-visão que teve, a respeito da
grande onda que destruiria praticamente a Europa, se tornou real na Grande
Guerra que sacudiu o planeta, nunca se negou a narrar tais ocorrências...
Tais
fenômenos que transcendem a realidade psicológica são vinculados ao ser
paranormal, espiritual e imortal, além das suas perspectivas, embora as possa
penetrar.
Madame
Curie, nas suas experiências com toneladas de pechblenda, tinha certeza,
mantinha a fé segura de que encontraria expressão mais rarefeita da matéria, e
insistindo, embora contra todas as opiniões, com o esposo conseguiu detectar a
radioatividade. Posteriormente, continuando nas pesquisas exaustivas com vários
tipos de pechblenda detectou o polônio e o rádio... Mesmo na viuvez, manteve a fé natural e racional em torno das possibilidades
que se lhe encontravam ao alcance e superou-se, conquistando o respeito
internacional e o Prêmio Nobel de Química, tornando-se a única pessoa a receber
duas vezes o referido Prêmio em áreas diferentes...
A fé sempre a sustentou,
mesmo nos momentos de conflitos emocionais vividos após a desencarnação do
marido...
Jesus
disse com segurança e beleza: Se tiverdes fé do tamanho de um grão de
mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e ele há de passar; e
nada vos será impossível (Mateus, 17-20).
Não se
referia à montanha em si, mas, aos graves problemas da vida, criando
dificuldades e embaraços. A fé, mesmo
pequenina, pois o grão de mostarda é uma das menores sementes que existem,
consegue o resultado que busca, pelas forças que propiciam a inspiração que oferece.
A fé, é estímulo para uma vida feliz e
saudável, trazendo grande contribuição para a individuação.
Texto
do livro Em Busca da Verdade. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis,
Psicografado por Divaldo Pereira Franco. Trabalhado por Adáuria AzevedoFarias. 09/02/16.
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