terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

FÉ E RELIGIÃO
O homem é, em essência, um animal religioso. Na busca da religiosidade liga-se à diferentes correntes doutrinárias, querendo segurança e harmonia para a caminhada física. As experiências religiosas dão força e coragem nas dificuldades e nos desafios.
Nesse indivíduo a fé é quase genética. Há uma crença universal em Deus, não importando o nome ou,  a forma como se O compreenda. Por herança, o arquétipo divino que nele se expressa através do Self é natural. Mas a crença religiosa, resulta de fatores educacionais, mesológicos, familiares. Temos a crença natural e a religião aprendida.
Na infância, no período lúdico, as fantasias crescem em torno da religião, dando um colorido especial ou criando medo, terror conforme o conteúdo de cada uma. Conforme a razão e o discernimento substituem a ignorância e a ingenuidade, os conflitos que surgem também  confrontam com a conduta religiosa, especialmente se ela é castradora, imposta, de vigiar todos os passos com ameaças de punição.
A racionalidade com os primeiros pensadores do século XVll, abriu campo para os enfrentamentos entre ciências nascentes e doutrinas religiosas dominantes, atingindo o seu apogeu no final do sec. XlX, quando, o ser humano afirmou estar distante de Deus, provavelmente apoiando-se no conceito de Nietzsche, sobre a Sua morte ou de outros filósofos niilistas e materialistas, ou de grandes cientistas. Apesar disso, quanto mais se avançavam nas ciências e a tecnologia de ponta ampliava a compreensão do mundo, surgiu um paradoxo, levando cientistas a voltarem para Deus e para a crença no Espírito, como únicas maneiras de entenderem o Cosmo e a vida.
Depois da proposta darwiniana da evolução vegetal, animal e o surgimento do homem, pela seleção natural, possibilitando negar os conceitos criacionistas bíblicos, que permaneceram por  séculos, e mais tarde com a decodificação do genoma humano, uma ponte surge entre uma teoria e outra, demonstrando que há verdade nas duas teorias  permitindo entender como Deus criou a vida.
Não é mais disparate um cientista confessar sua crença em Deus, ou na sobrevivência do Espírito  depois da morte do corpo.
As investigações na paranormalidade humana, nos séculos XlX e XX, por cientistas de várias áreas, trouxeram material incontestável  confirmando que a morte não destrói a vida e o Espírito não some, quando desaparece o envoltório material.
A mediunidade, vencido os preconceitos e as superstições que a mistificavam, tornou-se objeto de estudos sérios e consagrados por homens e mulheres dos vários seguimentos da cultura e da civilização, que se renderam à sua legitimidade como instrumento probante da imortalidade do Espírito.
Ciências experimental vindas da Psicologia, como, a Parapsicologia, a Psicotrônica, a Psicobiofísica, ampliaram o campo  para os estudos dessas questões, trazendo evidencias e fatos que não podem ser contestados e merecem respeito, em face dos pesquisadores sérios que se dedicaram ao trabalho de pesquisar,  experimentar, e comparar...
As colocações extremistas de alguns cientistas em relação à religião e aos seus fenômenos, não tem hoje a mesma firmeza de antes. Neurocientistas e astrofísicos, matemáticos e biólogos, psicólogos e psiquiatras,  profissionais dos vários ramos do conhecimento científico defrontam a realidade transpessoal e adotam comportamento de acordo com a filosofia imortalista, como a mais avançada conclusão das suas experiências nos seus campos de trabalho.
Hoje, questões metafísicas podem ser discutidas em laboratórios sem impedimento para os estudiosos, em tentativa de grande valor para descobrirem o que se encontra além das leis naturais, pelo menos aquelas já conhecidas.
Jung foi um dos primeiros acadêmicos a não valorizar demais o aspecto racionalista absoluto em torno do Universo, oferecendo possibilidades até então não conhecidas, para melhor entender a criatura humana em sua profundidade e a realidade de todos.
O ser humano não pode fugir do seu arquétipo psicóide, em razão do inconsciente coletivo, onde se encontram os constructos da sua vida, como, as expressões da fé, de forma mais ampla, da religião e de Deus... Esse inconsciente encontra-se fora do mundo consciente, e é formado por um campo-primordial-de-espaço-tempo.
A meta da Psicologia, é entender os fenômenos relativos à psique e suas manifestações, não comprometida com os comportamentos religiosos, sem abdicar dos mesmos, especialmente quando estudando os  distúrbios que perturbam os seus pacientes, as suas alucinações e delírios de natureza também espiritual...
A fé religiosa, quando saudável, construída na filosofia da razão, que pode enfrentar a dúvida em todas as épocas do pensamento, contribui  muito para a saúde mental e emocional do indivíduo, dando sustentação nos momentos de fragilidade e coragem nos desafios.
A fé é natural, sem subterfúgio, em tudo que se acredita sem ser investigado, e ninguém vive sem essa experiência psicológica sendo uma aceitação automática... Também vem das lutas entre razão e sentimento, o fato e outas explicações, passando pela lógica, a observação, tornando-se racional, robusta.
Com a fé natural, desenvolvem-se as aptidões humanas e os projetos para a vida transformam-se em realidade, porque os estímulos e a fortaleza que ela dá, propiciam os meios de continuar as tentativas até  serem concluídos.
A fé tem uma força tão excepcional, que muitas vezes o indivíduo que tem um objetivo luta contra todos os obstáculos, vence as dificuldades certo que é viável o que deseja e que conseguirá.
É a fé que sustenta todos os tipos de investigadores, os cientistas que trabalham com hipóteses contrárias ao aceito e permitido,  demonstrando o seu valor após esforços hercúleos,  confirmando que têm razão.
Ninguém pode atingir qualquer meta se não acreditar, nessa possibilidade, mesmo que não a identifique conscientemente. A perseverança numa ação e a constância em um trabalho são frutos da fé nos mesmos.
Mas a fé religiosa, sustenta-se na probabilidade de que os postulados transpessoais, espirituais,  em que se acredita, sejam reais. Graças à mediunidade, a fé religiosa hoje tem um arsenal de fatos que superam e eliminam as negações. Dizia-se durante a vitória da filosofia existencialista, que era preciso ver para crer, conceito hoje ultrapassado pelas propostas da física quântica, afirmando que é preciso antes crer para depois ver, mesmo porque nem tudo que se crê nessa área só se encontra nas probabilidades e nunca será visto...
A fé produz heróis e santos, mártires e pessoas de bem.
No holocausto judeu, suas vítimas que conservaram a fé que sobreviveriam, de uma ou outra forma conseguiram o objetivo. As que se diziam necessária à vida para denunciarem toda a crueldade, vivenciaram todos os horrores e continuaram lúcidas para falar do poder da loucura, do extremismo, da solução final, meta dos infelizes psicopatas que tomaram o poder na Alemanha...
Quando se crê, todo o organismo atende ao comando da psique e dá resposta eficaz, produzindo possibilidades para a realização.
O indivíduo em conflito pela dúvida, atormentado pela insegurança, desconfiado de tudo e de todos, entra em sofrimento emocional mais fácil.
Com a fé em Deus, sem exaltação e com harmonia, a saúde emocional é mais duradoura, e, quando, sofre transtorno, retorna à harmonia mais rápido.
Em muitas ocasiões, a fé demonstrada por cientistas e navegadores, como Cristóvão Colombo, que acreditava na existência de terras, viajando para o oeste, saindo da Europa, conseguiu prová-lo, porque no inconsciente estavam os registros de já haver estado naqueles lugares em existência anterior...
Quantas vezes, o pai da psicologia analítica em suas viagens de trem, partindo de Zurique (Suiça) rumo   à Itália, antes de chegar às cidades a serem visitadas, via-as, conhecia-as, constatando a veracidade depois, embora nunca ali tivesse estado, pelo menos na vida atual. Surpreendido por esses eventos, como pelo sonho-visão que teve, a respeito da grande onda que destruiria praticamente a Europa, se tornou real na Grande Guerra que sacudiu o planeta, nunca se negou a narrar tais ocorrências...
Tais fenômenos que transcendem a realidade psicológica são vinculados ao ser paranormal, espiritual e imortal, além das suas perspectivas, embora as possa penetrar.
Madame Curie, nas suas experiências com toneladas de pechblenda, tinha certeza, mantinha a fé segura de que encontraria expressão mais rarefeita da matéria, e insistindo, embora contra todas as opiniões, com o esposo conseguiu detectar a radioatividade. Posteriormente, continuando nas pesquisas exaustivas com vários tipos de pechblenda detectou o polônio e o rádio... Mesmo na viuvez, manteve a fé natural e racional em torno das possibilidades que se lhe encontravam ao alcance e superou-se, conquistando o respeito internacional e o Prêmio Nobel de Química, tornando-se a única pessoa a receber duas vezes o referido Prêmio em áreas diferentes...
A fé sempre a sustentou, mesmo nos momentos de conflitos emocionais vividos após a desencarnação do marido...
Jesus disse com segurança e beleza: Se tiverdes fé do tamanho de um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e ele há de passar; e nada vos será impossível (Mateus, 17-20).
Não se referia à montanha em si, mas, aos graves problemas da vida, criando dificuldades e embaraços. A fé, mesmo pequenina, pois o grão de mostarda é uma das menores sementes que existem, consegue o resultado que busca, pelas forças que propiciam a inspiração que oferece.
A fé, é estímulo para uma vida feliz e saudável, trazendo grande contribuição para a individuação.

Texto do livro Em Busca da Verdade. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis, Psicografado por Divaldo Pereira Franco. Trabalhado por Adáuria AzevedoFarias. 09/02/16.

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