quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

DIGNIDADE E GRATIDÃO

Em uma pirâmide da autorrealização apresentada por Abraham Maslow, Ele estabele uma hierarquia das necessidades humanas, começando pelas fisiológicas, de preservação da vida (alimento, água, oxigênio,). Para ele, o ser humano lutará sempre para atender essas necessidades fundamentais, num processo de seleção em níveis diferenciados até alcançar a das experiências limites, o clímax do processo de amadurecimento psicológico saudável, ideal.
Nesse esforço, as experiências leva a novas conquistas, libertando-se de umas passando para outras necessidades que levam a abandonar o plano físico para tornar-se anseios emocionais e idealísticos superiores.
O dr. Frankl, propoõe o significado existencial como o mais importante, considerando que, atingido um patamar de autorrealização em uma área, o indivíduo pode ser incompleto noutra, mas quando,  se vincula a um sentido psicológico, mais fácil se  torna o crescimento interior dirigindo-se a conquista da individuação.
Diz Epicuro que, “As pessoas felizes lembram o passado com gratidão, alegram-se com o presente e encaram o futuro sem medo .”
Na atitude epicurista, o ser humano mantém a sua meta existencial, agradecendo tudo que lhe aconteceu no passado e tornou-se-lhe base para as alegrias atuais, com coragem para os futuros enfrentamentos, certo da conquista da beleza, da ética, da harmonia.
Preparando-se inicialmente para conseguir a vitória das dores físicas, logo percorre o caminho da coragem ante os insucessos emocionais, morais e as demais vicissitudes, numa atitude hedonista que lhe traz alegrias contínuas e antevisão do futuro abençoado pela superação das ocorrências que infelicitam.
Essa atitude reveste-se, de dignidade,  valor moral que enriquece aqueles que são fiéis aos princípios do dever e da honra.
Dignidade é resultado de conquistas éticas decorrentes dos comportamentos na justiça, na honradez e na honestidade.
Essa conduta digna é a mesma, vigorosa e forte, que suporta a zombaria dos anões morais, não se submetendo ao desconhecimento proposital imposto pelos servos da ignorância e áulicos das situações infelizes.
Muitoos desfrutadores das oportunidades mundanas sem responsabilidade de estimular o progresso, sorrindo sempre e parecendo felizes nos carros alegóricos das fantasias, acabam vitimas da síndrome da ansiedade esquiva, que os atira em  conflitos muito graves, especialmente porque tentam disfarçar os medos e as angústias que lhes aprisionam o self, sem caráter moral para o autoenfrentamento, que resultaria em equilíbrio emocional.
Pascal dizia que “A dignidade consiste no pensamento”. Procuremos,  então pensar bem. Nisto se encontra o princípio da moral “.
Todas as construções começam no pensamento, na elaboração das ideias, na área psicológica. Quando o objetivo é o desenvolvimento moral, o pensamento floresce de elaborações corretas, que promovem o bem, abrindo espaço para a conduta moral.
Com esse comportamento que é psicoterapêutico preventivo em relação a muitos transtornos que são evitados, o ser amadurece emocionalmente, disposto a enfrentar desafiadoras com coragem e ética, nunca utilizando  expedientes reprováveis para alcançar as metas que deseja.
Definindo o caminho da arte de pensar, logo se desenham as avenidas do bem agir, contribuindo para o bem geral.
Compreende-se a necessidade do comportamento digno, elaborado com os pensamentos e as ações saudáveis, incluindo o sentimento de gratidão que  envolve tudo nas vibrações de afetividade. Sem essa afetividade que discerne os significados existenciais e os bens da experiência humana, desaparecia o sentido psicológico proposto para a jornada.
O homem e a mulher gratos são elementos importantes na estrutura da sociedade, que se valoriza e cresce, quando é composta por seres que  dignificam a condição de humanidade.
O ingrato, torna-se morbo no clã onde vive, no grupo social e em todos os grupos em que se movimenta.
 Sua presunção e conflitos, junto com as tendências perturbadoras da inferioridade, estimulam a decomposição do organismo geral, em que se encontra, como a planta parasita, que surge frágil e  destrói o carvalho em que se hospeda...
A educação firmada em princípios de dignidade estatui a gratidão como norma de conduta saudável, sem ela é difícil, senão impossível, estruturar um conjunto humano equilibrado.
Um velho hábito vicioso instala-se nos indivíduos desde a infância, que é receber benefícios e não valorizar, visando preço, grife,  aparência, como se fossem credores de todos os sacrifícios dos outros, sem  considerar o que recebem, não demonstrar nenhuma gratidão. Essa conduta egotista trabalha na indiferença afetiva dos demais, que passam a desconsiderar esses ingratos, deles afastando-se e vacinando-se contra o hábito superior da gratidão... Muitas pessoas, após a desconsideração dos insensatos rebeldes e cheios de si, desanimaram-se nos propósitos de bem servir e de ajudar, temendo as recusas, os humores negativos, passando a cuidar dos próprios interesses.
Quem age assim, valorizando a ingratidão dos enfermos espirituais, ainda não fixou o sentimento nobre, em exercício, a espera de resposta favorável ao seu gesto. Isso é natural, ninguém atinge o acume de um monte sem começar a caminhada pelas baixadas...
Conforme ocorre o amadurecimento psicológico e a dignidade atinge alto nível de emoção, nada diminui o comportamento honorável nem o sentimento gratulatório.
Conta-se que certo executivo tinha o hábito de adquirir o jornal do dia, após o expediente, em uma banca fronteira ao edifício em que trabalhava. Sempre que solicitava ao responsável o periódico, este atirava-o com mau humor na sua direção, e ele retribuía o gesto infeliz com palavras de gratidão.
Um dia, um homem que trabalhava junto e que  cansou de ver a cena desagradável, perguntou ao cavalheiro:
- Por que o senhor volta sempre a adquirir o jornal na banca desse estúpido, que sempre o trata mal?
Após pensar um pouco, o gentil-homem respondeu:
- Por questão de princípio. Eu me impus a tarefa de não permitir que a sua grosseria me fizesse fugir ou me tornasse deseducado e igual a ele, já que sou muito grato à vida por tudo que me tem favorecido.
O mal não afeta o bem, que lhe é o antídoto.
Perseverar na conduta correta, mesmo quando ultrajado ou desconsiderado, é desafio da saúde moral no comportamento social, para o modificar, trabalhando por uma nova mentalidade, que se  estabelecerá entre todos no futuro.

Do livro Psicologia da Gratidão, ditado pelo Espirito Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Pereira Franco. Trabalhado por Adáuria Azevedo Farias. Publicado em 17/02/16.

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