domingo, 3 de junho de 2018


GRAVITANDO EM TORNO DE DEUS

Caros amigos leitores e seguidores de nosso blog, muito grata pela assiduidade a essa página toda programada e elaborada com muito carinho e respeito pelo momento em que passamos mas também pelo paladar de cada um.
Dada a frequência daqueles que nos acompanham e às suas solicitações é que, após encerrar o trabalho de mais um Livro de Joanna de Ângelis psicografado por Divaldo Pereira Franco intitulado ILUMINA-TE,
estamos agora atendendo às solicitações voltando a publicação dos trabalhos que já fazemos há alguns anos sempre buscando como ser o mais fiel possível ao estilo e a integridade dos  textos publicados.
Agora repetindo o livro Psicologia da Gratidão da mesma autora, com a única preocupação a de ser fiel o mais possível ao pensamento da tão querida Mentora.
Mas por outro lado, sempre buscando  facilitar a leitura e o entendimento daqueles que com Ela se identificam sem a dificuldade tão repetidas vezes colocadas por alguns leitores.  

Para melhor entendimento, procuramos de alguma forma facilitar a leitura daqueles irmãos e amigos que se referem ao estilo rebuscado e ao rico vocabulário já tão bem explicado por ela mesma através de Divaldo Franco, rico na sua proposta de contribuição, de entendimento da Doutrina Espírita .

Com essa explicação, iniciamos então os nossos trabalhos em GRAVITANDO EM TORNO DE DEUS, passando a estudar o livro:

 Psicologia da Gratidão:

“O passado não reconhece o seu lugar: está sempre presente”. (Mário Quintana)

“A psicologia da gratidão
deve ser vivenciada em todos os momentos da existência corporal.
Filha do amadurecimento
psicológico, enriquece de paz e de alegria todo aquele que a cultiva.”
                      Joanna de Ângelis


Os mitos sempre fizeram parte do inconsciente coletivo da sociedade pelos difíceis caminhos da História.

Através deles, ou seja dos mitos, dos contos de fadas e do folclore, conseguiu-se explicações lógicas para as complexidades dos fenômenos da vida, que foram aceitas por abarcar todas as questões referentes ao ser humano.

Os ensinos dos grandes mestres do passado foram todos realizados de forma simbólica, inclusive os de Jesus, que utilizando-se das parábolas fez perpetuar as sua lições na psique dos ouvintes, insculpindo-as nos vinte séculos passados desde que aqui esteve conosco.

Admiráveis psicoterapias, com nomes diferentes, são aplicadas em pacientes graves, contando-lhes histórias e curando-os, utilizados ainda hoje por especialistas que com os símbolos mitológicos, uns reais outros extraídos do Velho ou do Novo testamento, vem trazendo a conquista da saúde.

A mitologia, tornou-se então a psicologia essencial que contribui para o despertamento do indivíduo, para que ele se resolva a movimentar os recursos que se encontram no seu inconsciente, em favor de si mesmo.

É sempre válido buscar os mistérios dos mitos, com objetivos relevantes, trabalhando-os pela renovação interior das pessoas, ou para revalidar conceitos e propostas que não se firmaram ainda no comportamento individual nem no coletivo.

Os mitólogos, apresentam formas  diferentes das mesmas narrações, talvez  como resultado da maneira como as veem ou as interpretam.

O mito de Perseu, como o da caverna de Platão e muitos outros, tem sido interpretadas de formas variadas, adaptando a coragem do herói ao objetivo psicológico do narrador.

Nas presentes páginas, numa síntese simples, é demonstrado a força dos valores morais na defesa dos seres amados e das lutas baseadas no perdão, para a construção da harmonia e da felicidade.

Sabe-se, conforme a mitologia grega, que Perseu era filho de Dânae, um ser mortal, e de Zeus, o rei do Olimpo. Foi dito ao pai de Dânae por um oráculo que, um dia, ele seria assassinado pelo  neto. Imediatamente ele tomou providencias para manter afastado da filha qualquer pretendente. Mas Zeus, a desejava e dessa maneira entrou na prisão em forma de chuva de ouro, e desse encontro nasceu Perseu.

Tomando conhecimento de que era avô, o rei Acrísio prendeu a filha e o neto em uma caixa de madeira, lançando-os ao mar para que morressem por afogamento.

Informado dessa artimanha perversa, Zeus soprou ventos brandos que levaram a caixa à costa da ilha onde foi recolhida por modesto pescador que os abrigou com a concordância do rei local.

Mas sua mãe, passou a sofrer séria perseguição desse rei, que Perseu enfrentou. O rei propôs, como condição para salvar a mãe de Perseu, que este trouxesse a cabeça de uma das Górgonas, a Medusa, monstro ameaçador que transformava em pedra todo aquele que lhe visse o rosto horrendo.

Para vencê-la, Perseu precisava da ajuda dos deuses, e seu pai, Zeus, num gesto de puro amor, designou que Hades, rei do mundo subterrâneo, emprestasse-lhe um capacete com o qual ficaria invisível, Hermes deu-lhe sandálias aladas e Atenas ofereceu-lhe uma espada afiada e um escudo especial tão polido que se transformava em espelho, refletindo a imagem de tudo que o alcançasse.

Com esse escudo, Perseu pôde apenas olhar o reflexo da Medusa, evitando vê-la diretamente, e decepou-lhe a cabeça.

O herói em triunfo voltou ao lar em alegria, mas, quando voltava, encontrou uma linda jovem acorrentada a um rochedo próximo ao mar, esperando que um monstro viesse devorá-la.

O herói soube do seu nome, Andrômeda, e que seria sacrificada porque sua mãe ofendera os deuses que, a castigaram.

Perseu apaixonou-se imediatamente e a libertou, apresentando ao monstro marinho a cabeça da Medusa que o transformou em pedra. Levando em seguida a jovem para conviver com sua mãe, que se transferiu para o templo de Atena, para fugir às investidas do rei ambicioso e depravado.

Desesperado, Perseu transformou em pedra todos os inimigos da sua genitora, erguendo a cabeça da Medusa, que foi oferecida a Atena, que a insculpiu no seu escudo, tornando-se o emblema da deusa.

Perseu,  agradecido aos deuses, devolveu-lhes os preciosos presentes e permaneceu feliz com Andrômeda.

Certo dia, porém, nos jogos atléticos, ao arremessar um disco, os ventos levaram-no para fora do estádio, matando um idoso. Lamentavelmente era Acrísio, o seu avô, confirmando-se a previsão do oráculo.

Como Perseu não era ambicioso, emocionado e triste, não quis governar o reino que lhe pertencia por herança ancestral, solicitando ao rei de Argos que com ele trocasse de região, o que aconteceu, facultando-lhe construir a bela cidade de Micenas, com sua esposa e seus filhos.

O nome Perseu significa destruidor,  e na mitologia vários elementos psicológicos têm curso: o medo de Acrísio, o receio de não chegar à velhice, a temeridade das punições àqueles que poderiam ser o veículo da sua morte, mas também a clemencia de Zeus que protegeu a mulher amada e o seu filho, que arriscou a vida para salvá-la da situação desagradável e saiu para matar o monstro que destruía vidas ; também está presente o amor por Andrômeda, transformando Perseu em libertador de vítimas inocentes.

No mito, Perseu castiga os maus e cruéis, tem a generosidade de devolver os presentes e ser grato aos deuses que o ajudaram na empreitada exitosa, sofrendo pela morte do avô e renunciando ao seu reino, que troca por outro.
Em todos os seres humanos encontram-se esses arquétipos, havendo ocorrido o triunfo da coragem por amor, da gratidão por maturidade emocional, da proteção aos fracos em ato de compaixão, da renuncia aos bens transitórios.

Perseu triunfou porque descobriu o significado psicológico da sua existência, que era salvar a genitora, vencer os inimigos internos, perseverar nos propósitos elevados e reconhecer a própria vulnerabilidade ante as vicissitudes existenciais.

Quando alguém deseja alcançar a vitória sobe os fatores externos, eliminando as Medusas que se encontram no íntimo, nenhum medo mais o assusta ou aflige, porque a sua onda mental se encontra no idealismo do amor e do bem incessante, que prevalecem com alto significado, não se permitindo que o ressentimento ou a vingança lhe assinale a conduta.

Essa caminhada contínua leva o lutador a individuação, após passar por todas as tormentas do ego e da sombra.

A psicologia da gratidão torna-se um instrumento hábil no eixo ego-self, e deve ser vivida em todos os momentos da existência corporal como roteiro de segurança para a conquista da sua realidade.

Filha do amadurecimento psicológico, enriquece de paz e de alegria todo aquele que a cultiva.

Nesses dias de violência e de crueldade, de indiferença pelos valores morais e emocionais relevantes, a gratidão tem  papel importante a desempenhar, na  saúde integral dos seres humanos.

Vive-se o afã dos prazeres grosseiros e tóxicos sem dá-se oportunidade para o Espírito que se é, ante as fortes pressões do materialismo que domina a nossa sociedade terrestre.

São convidados para essa luta sem quartel os Perseus destemidos, capazes de superar as circunstancias difíceis, fixados na proteção de Deus que cuida de todas as Suas criaturas.

Esperamos que essa modesta contribuição psicológica consiga ajudar o homem e a mulher na luta da auto conquista.

Texto de Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Pereira Franco no livro, Psicologia da Gratidão. Trabalhado e editado por Adáuria Azevedo Farias. 03/06/2018.

Nenhum comentário: