domingo, 20 de maio de 2018


“GRAVITANDO EM TORNO DE DEUS”
NOITE EXTRAORDINARIA

Vivia-se submetido ao poder absoluto sobre as pessoas e as nações.

O ser humano era, como, alimária sub o jugo das paixões dos conquistadores e dos regimes perversos.

Os direitos repousavam em poderes  que não faziam diferença entre justos de injustos, nobres ou serviçais, todos colocados na mesma lixeira de degradação gerada nas glórias mentirosas de um dia.

A terra debatia-se sob as tropas dos exércitos romanos que, embora tolerassem alguns cultos dos vencidos e as suas tradições, exploravam ao máximo as possibilidades de sobrevivência, com impostos absurdos e perseguições sem nome.

Sobressaia o império em glórias da literatura, da arte, da beleza, principalmente da guerra.

Espalhadas por quase todo o mundo conhecido, não havia fronteiras que delimitasse o poder de Roma, que se apoderara do planeta através das suas forças poderosas.

Antes desse período, haviam passado Alexandre Mágno, da Macedônia, Ciro, rei dos persas, Aníbal, o cartaginês e outros sanguinários dos povos, deixando rastros de destruição e de desgraça, marcando as suas conquistas com o pesado tributo das  vidas que eram arrebatadas.

O mundo sofria a opressão dos mais perversos e a lei era sempre aplicada pelas armas de aniquilamento das vidas.

Israel tinha perdido a direção do seu pensamento vinculado ao Deus único, sofrendo as imposições arbitrárias dos seus governantes insanos, sob jugo de Herodes, o Grande, que nem era judeu, mas indomeu. Tentando harmonizar a sua origem com a raça hebreia, casou-se com Marianne, de origem hasmoniana, filha de nobre sacerdote do Templo, a quem mandou matar por suspeita sem fundamento, de adultério, como fez com alguns dos seus filhos, temendo que lhe tomassem o poder.

Tentando diminuir os ódios da raça que administrava, embelezou o Templo, decorando-o com uma parreira de ouro maciço numa das laterais da entrada, e continuando a construção grandiosa, derrubada por Tito, no ano 70 d.C., não ficando pedra sobre pedra...

O seu detestado governo deixou marcas inapagáveis de imoralidade e de perversão por toda parte, permitindo que o povo sofresse todos os tipos de perseguição e aumentasse os ódios entre as diferentes classes.

A religião foi ao fundo do poço do desrespeito às leis mosaicas e as tradições proféticas, tornando-se um negócio rendoso que enfeixava os frequentadores do Templo de Jerusalém e das sinagogas, mais caracterizados pelos formalismos do que, pelo significado espiritual que desapareceu quase totalmente.
                                         
Poucos sacerdotes eram escrupulosos e respeitáveis, a  maioria estavam aliados aos governantes em acordos de exploração da ignorância e da superstição.

Nessa hostilidade e no surgimento de uma fase nova na governança do império romano é que Jesus nasceu.

Diverso das construções luxuosas e das hospedarias erguidas na ostentação, Ele veio ter com a humanidade numa gruta modesta de calcário, nas proximidades de Belém, numa noite de estrelas fulgurantes, em orquestração de luzes.

Ao invés da elite e dos destacados administradores do país, em volta do seu berço, esteve cercado pelos pais e pelos animais domésticos que dormiam na modesta brecha da natureza.

O vento frio que soprava fora não perturbava o aquecimento pela fogueira no pequeno espaço que Ele dormia.

Uma insuperável musicalidade angélica espalhava as vibrações harmônicas em toda parte, anunciando a chegada à Terra do seu rei e senhor.

Nunca mais a degradação ganharia prêmios nem se destacaria nas comunidades humanas, porque Ele veio para que os oprimidos experimentassem o arrebentar das algemas, os vencidos pudessem respirar o ar da liberdade, os infelizes pudessem cultivar a esperança e os abandonados recebessem carinho onde quer que se encontrassem.

Jesus foi o homem que marcou a história com a Sua presença, assinalando todos os registros antes e depois da Sua estada entre nós.

Mais tarde, cumprindo a tradição, seus pais levaram-No ao Templo, onde foi reconhecido como o Messias e distinguido por Simeão e Ana que logo O identificaram.

Jovem, voltou ao grande santuário durante as celebrações da Páscoa, que mais tarde se tornarão trágicas, enfrentando os astutos sacerdotes num diálogo extraordinário,  confundindo a todos com a Sua palavra excepcional.

...E mais tarde saiu a ensinar e a viver o amor em toda a sua dimensão, modificando a paisagem humana do planeta que, embora ainda não haja absorvido todos os Seus ensinos, caminha para o clímax após a transição que hoje experimenta.

Jesus não é um símbolo da grandeza do amor, é o amor mesmo em nome do Pai, alterando a legislação dos homens, sempre interesseiros, e da governança, invariavelmente injusta, em novas condutas para a felicidade dos povos.

Sob todos os aspectos considerados é excepcional o Seu ministério terrestre e incomparável a Sua dedicação.


Ruiu o império romano, outros o sucederam, modificaram-se as organizações terrestres, a Sua doutrina foi ultrajada pelos interesses mesquinhos dos infiéis seguidores, mas ela permanece imutável na mensagem moral de que se reveste, renascendo sob outras formas de dedicação e de caridade, como caminhos de autoiluminação e de vida para todas as criaturas.

Logo mais, celebrar-se-ão as festas evocativas daquela noite inexcedível.

Faze silencio de oração e deixa-te mimetizar pelo psiquismo do Mestre a quem amas, dedicando a tua existência ao serviço do amor, nestes tormentosos dias da humanidade.

Não permitas que o Natal seja apenas uma festa vulgar de trocas de presentes e de comilanças, mas, sobretudo, de espiritualidade, contribuindo para que a dor seja menos sofrida e o desespero ceda lugar à alegria em memória Dele, o conquistador inconquistado.
Texto de Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Pereira Franco no livro, Ilumina-te. Trabalhado e editado por Adáuria Azevedo Farias. 20/05/2018.

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