sábado, 22 de abril de 2017


GRAVITANDO EM TORNO DE DEUS

EDUCAÇÃO E VIDA

Sem  a educação, o ser humano volta ao primarismo de que se vem libertando através dos renascimentos carnais.

Poderosa alavanca para o progresso espiritual, é o mais eficiente recurso moral para a edificação do ser humano.

Confundida com a instrução, ainda não foi compreendida no sublime objetivo de que é mensageira.

Acreditam alguns estudiosos que o ser humano é as suas heranças ancestrais, que nenhuma educação consegue modificar.

Os menos pessimistas, afirmam que a mente infantil é uma folha de papel em branco, na qual se escreverão os atos, as informações que lhe irão apontar o destino.

Nada obstante a valiosa contribuição de educadores notáveis do passado, a iniciar-se por João Comenius, prosseguindo pelo eminente Rousseau e adquirindo relevância em Pestalozzi, foi Allan Kardec aquele que, sintetizando as sábias lições desses predecessores, demonstrou, através da reencarnação, a excelência do labor educativo.

A educação, sem dúvida, remove as  heranças perturbadoras insculpidas na personalidade e no caráter do educando, por criar novos condicionamentos morais que se fixarão, orientando-lhe a existência.

As graves heranças morais, de existências passadas infelizes, reeducam-se, aos poucos, até estabelecerem-se novos hábitos de comportamento que se tornarão naturais em futuras existências.

Sendo a vida uma sucessão de renascimentos em diferentes corpos, o Espírito transfere de uma para outra experiência física as conquistas e os prejuízos que somente uma educação bem trabalhada pode aprimorar.

Não tem razão, quem nega os efeitos positivos da educação, por considerarem a vida um recreio ou repouso carnal distante das  possibilidades de repetição das existências orgânicas.

A educação, quando programada com as diretrizes do amor e da disciplina, trabalhando juntos na modelagem da argila moral do Espírito, lentamente estatui o ser formoso que se ergue na direção do infinito.

Educam-se os animais, usando-se métodos drásticos, coercitivos uns e de compensação outros, em face da impossibilidade de poderem compreender as propostas que lhes são ensinadas.

O ser humano, por ser constituído de raciocínio e de lógica, quando trabalhado com perseverança e carinho, assimila os bons hábitos do educador, junto com os seus ensinos morais e iluminativos.

A educação do indivíduo dá início à transformação moral do grupo em que se movimenta. Refletindo-se na sociedade como um todo.



Educar é proporcionar vida, que escasseia enquanto houver a ignorância.

A sua ausência é como uma luz distante, que permite a predomínio da sombra.

Os processos de crescimento social, financeiro, tecnológico, junto aos de natureza cultural, só conseguem atingir os seus objetivos quando decorrem da educação trabalhada pela paciência e pelo sentimento de amor.

Educadores vinculados a programas políticos, no entanto, preocupam-se mais com as estatísticas a respeito da alfabetização, descuidando as bases morais da educação, que pedem espírito de abnegação e cuidados especiais. Apresentam dados falsos de pessoas alfabetizadas, que mal conseguem ler e escrever, passando uma imagem que não corresponde à realidade de uma sociedade educada.

O labor da educação começa no berço e prossegue sempre, sendo fundamental na infância e na juventude, quando há mais receptividade do educando, ante as suas despreocupações e facilidade de registro dos ensinos e hábitos que embelezam o caráter e iluminam a consciência.

A violência, a agressividade que surgem em perversidade cruel por toda parte, mostram a falência da educação nos institutos onde parece funcionar, e especialmente no lar, onde se formam a cidadania e a dignidade do ser humano.

Em seu lugar, o descaso dos pais irresponsáveis em conviver com os filhos, relegando a tarefa que lhes cabe à servidores remunerados, assim dispondo de tempo para mais prazeres, para a conquista de recursos que oferecem aos filhos, em mecanismos de fuga psicológica para não se darem eles mesmos...

Como consequência, o imediatismo das sensações, repercutindo na promiscuidade sexual, na drogadição, nos estertores dos transtornos psicológicos, domina crianças, jovens, e inúmeros adultos, em lamentável desestruturação que se reflete numa sociedade indiferente pelo sofrimento do próximo, que vive medrosa e inquieta...

A solução do grave problema repousa na aplicação dos tesouros ainda desconhecidos da educação moral pelo exemplo, através da autodoação, das lições vivas na conduta edificante.

Enquanto continua a preocupação com a instrução, com os métodos tecnológicos de preparação do indivíduo para a autorrealização, os desastres sociais caracterizarão a cultura que se debilita numa civilização competitiva, egoística e cínica, rica de coisas e pobre de sentimentos elevados.

Nessa cultura, o ser humano vale pelo que tem e acumula exteriormente, não pelos valores de nobreza e de dignidade pessoal, limitando assim a vida ao breve espaço berço-túmulo...

Ante a visão espírita sobre a indestrutibilidade do ser e as sucessivas reencarnações, modifica-se a paisagem da agressividade e do medo, abrindo campo propício para o desenvolvimento da solidariedade e do amor que um dia farão parte de todas as vidas.

Como diz Allan Kardec, em O Livro dos Espíritos, parte 3, Capítulo X, item 872: Cabe à educação combater essas más tendências. Fá-lo-á utilmente, quando se basear no estudo aprofundado da natureza moral do homem. Pelo conhecimento das leis que regem essa natureza moral, chegar-se-á a modificá-la, como se modifica a inteligência pela instrução e o temperamento pela higiene.



Por isso Jesus permitiu-se o título de Mestre, por ser o educador sublime, que lecionou o amor como essencial a vida e o dever como diretriz de segurança para o progresso, assim como fator de equilíbrio para a conquista de felicidade.

Eleito para educar e iniciar a Nova Era, Allan Kardec fez-se também professor, tendo ensinado por mais de trinta anos, antes de apresentar à Humanidade a Doutrina Espírita, mensageira por excelência da educação integral e da vida.

Texto de Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Franco, no livro, Libertação do Sofrimento, trabalhado por Adáuria Azevedo Farias. 22/04/2017

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