GRAVITANDO EM TORNO DE
DEUS
EDUCAÇÃO E VIDA
Sem a
educação, o ser humano volta ao primarismo de que se vem libertando através
dos renascimentos carnais.
Poderosa alavanca para
o progresso espiritual, é o mais eficiente recurso moral para a edificação do
ser humano.
Confundida com a
instrução, ainda não foi compreendida no sublime objetivo de que é mensageira.
Acreditam alguns
estudiosos que o ser humano é as suas heranças ancestrais, que nenhuma educação consegue modificar.
Os menos pessimistas,
afirmam que a mente infantil é uma folha
de papel em branco, na qual se escreverão os atos, as informações que lhe
irão apontar o destino.
Nada
obstante a valiosa contribuição de educadores notáveis do passado,
a iniciar-se por João Comenius, prosseguindo pelo eminente Rousseau e
adquirindo relevância em Pestalozzi, foi Allan Kardec aquele que, sintetizando
as sábias lições desses predecessores, demonstrou, através da reencarnação, a excelência do labor educativo.
A
educação, sem dúvida, remove as heranças perturbadoras insculpidas na
personalidade e no caráter do educando,
por criar novos condicionamentos morais que se fixarão, orientando-lhe a existência.
As graves heranças
morais, de existências passadas infelizes, reeducam-se, aos poucos, até
estabelecerem-se novos hábitos de comportamento que se tornarão naturais em
futuras existências.
Sendo a vida uma
sucessão de renascimentos em diferentes corpos, o Espírito transfere de uma
para outra experiência física as conquistas e os prejuízos que somente uma educação bem trabalhada pode
aprimorar.
Não tem razão, quem nega os efeitos positivos da educação,
por considerarem a vida um recreio ou repouso carnal distante das possibilidades de repetição das existências orgânicas.
A
educação, quando programada com as diretrizes do amor e da disciplina, trabalhando
juntos na modelagem da argila moral do Espírito, lentamente estatui o ser
formoso que se ergue na direção do infinito.
Educam-se
os animais, usando-se métodos drásticos, coercitivos uns e de
compensação outros, em face da impossibilidade de poderem compreender as
propostas que lhes são ensinadas.
O
ser humano, por ser constituído de raciocínio e de lógica, quando
trabalhado com perseverança e carinho,
assimila os bons hábitos do educador, junto com os seus ensinos morais e
iluminativos.
A
educação do indivíduo dá início à transformação moral do grupo
em que se movimenta. Refletindo-se na sociedade como um todo.
Educar
é proporcionar vida, que escasseia enquanto houver a ignorância.
A sua ausência é como
uma luz distante, que permite a predomínio da sombra.
Os processos de
crescimento social, financeiro, tecnológico, junto aos de natureza cultural, só
conseguem atingir os seus objetivos quando decorrem
da educação trabalhada pela paciência e pelo sentimento de amor.
Educadores
vinculados a programas políticos, no entanto,
preocupam-se mais com as estatísticas a respeito da alfabetização, descuidando as bases morais da educação,
que pedem espírito de abnegação e cuidados especiais. Apresentam dados falsos
de pessoas alfabetizadas, que mal conseguem ler e escrever, passando uma imagem
que não corresponde à realidade de uma
sociedade educada.
O
labor da educação começa no berço e prossegue sempre,
sendo fundamental na infância e na
juventude, quando há mais receptividade do educando, ante as suas
despreocupações e facilidade de registro dos ensinos e hábitos que embelezam o
caráter e iluminam a consciência.
A violência, a agressividade
que surgem em perversidade cruel por toda parte, mostram a falência da educação nos institutos onde parece funcionar, e
especialmente no lar, onde se formam a cidadania e a dignidade do ser
humano.
Em seu lugar, o descaso
dos pais irresponsáveis em conviver com os filhos, relegando a tarefa que lhes
cabe à servidores remunerados, assim dispondo de tempo para mais prazeres, para
a conquista de recursos que oferecem aos filhos, em mecanismos de fuga
psicológica para não se darem eles mesmos...
Como consequência, o
imediatismo das sensações, repercutindo na promiscuidade sexual, na drogadição,
nos estertores dos transtornos psicológicos, domina crianças, jovens, e inúmeros
adultos, em lamentável desestruturação que se reflete numa sociedade
indiferente pelo sofrimento do próximo, que vive medrosa e inquieta...
A solução do grave
problema repousa na aplicação dos tesouros
ainda desconhecidos da educação moral pelo exemplo, através da autodoação,
das lições vivas na conduta edificante.
Enquanto continua a
preocupação com a instrução, com os métodos tecnológicos de preparação do
indivíduo para a autorrealização, os desastres sociais caracterizarão a cultura
que se debilita numa civilização competitiva, egoística e cínica, rica de
coisas e pobre de sentimentos elevados.
Nessa cultura, o ser
humano vale pelo que tem e acumula exteriormente, não pelos valores de nobreza
e de dignidade pessoal, limitando assim a vida ao breve espaço berço-túmulo...
Ante a visão espírita sobre
a indestrutibilidade do ser e as sucessivas reencarnações, modifica-se a
paisagem da agressividade e do medo, abrindo campo propício para o desenvolvimento da solidariedade e do amor que um
dia farão parte de todas as vidas.
Como diz Allan Kardec,
em O Livro dos Espíritos, parte 3,
Capítulo X, item 872: Cabe à educação combater essas más tendências. Fá-lo-á utilmente, quando se basear no
estudo aprofundado da natureza moral do homem. Pelo conhecimento das leis que
regem essa natureza moral, chegar-se-á a modificá-la, como se modifica a inteligência
pela instrução e o temperamento pela higiene.
Por isso Jesus permitiu-se o título de Mestre, por
ser o educador sublime, que lecionou o amor como essencial a vida e o dever
como diretriz de segurança para o progresso, assim como fator de equilíbrio
para a conquista de felicidade.
Eleito
para educar e iniciar a Nova Era, Allan Kardec fez-se também professor,
tendo ensinado por mais de trinta anos, antes de apresentar à Humanidade a Doutrina Espírita, mensageira por excelência
da educação integral e da vida.
Texto de Joanna de
Ângelis, psicografado por Divaldo Franco, no livro, Libertação do Sofrimento,
trabalhado por Adáuria Azevedo Farias. 22/04/2017
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