terça-feira, 11 de abril de 2017

GRAVITANDO EM TORNO DE DEUS

A GRANDEZA DO AMOR

Nunca, antes de Jesus, o amor alcançou a qualidade de que se reveste, nem foi propagado como recurso de valor inestimável para a vida.

Nas  leis de todos os povos, desde a origem da sociedade terrestre, sempre houve a preocupação de estabelecerem-se códigos de respeito aos senhores, aos líderes de quaisquer expressões, com total submissão aos poderosos.

Severos e sem misericórdia, impunham punições conforme a gravidade do delito, e, às vezes, maiores, tornando-se cruéis, como ainda hoje infelizmente ocorre em muitas nações atrasadas ou consideradas desenvolvidas, tecnologicamente avançadas...

Quando se sente agredido, o cidadão normalmente abandona a roupa exterior da educação social e age com tão elevado grau de insensibilidade emocional, que repugna à razão, tornando-se verdadeiro déspota nos períodos de guerra ou de quaisquer outros conflitos, em que os seus interesses egoísticos estão em jogo.

Os servos, os camponeses, o povo em geral, os sofredores e miseráveis sempre ficaram à margem, relegados ao abandono, longe da compaixão ou misericórdia dos dominadores.

Utilizados para os serviços mais sórdidos ou encaminhados aos crimes mais hediondos, foram desprezados por séculos sucessivos...e quase até hoje...

Desde Moisés a João, o batista, todos os profetas e condutores do povo dito eleito por Deus usavam do respeito pelo seu coetâneo e do ódio em relação aos que se poderiam se transformar em possíveis adversários quando surgissem ocasiões imprevisíveis...

Ocasionalmente tratavam bem ao estrangeiro, embora não lhe permitindo,  uma real integração na sua sociedade fechada e cheia de privilégios.

O gentil era sempre malvisto pelos filhos de Deus que, nesse conceito, não é Pai das demais criaturas...

Também em outros povos do Oriente, os sentimentos eram equivalentes, variando entre a justiça parcial e acomodada aos deveres imediatos, quase sempre sem os correspondentes direitos de que todos devem desfrutar...

Gregos e romanos, decantando a sua cultura, na filosofia e na ética, na estética e na moral, na arte e na política, nos jogos e nas guerras, não diferiam muito dos orientais que, em algumas vezes, se lhes apresentavam como modelos a serem seguidos em razão da sua ancianidade.

Mesmo Sócrates, alcançando o elevado patamar da sapiência, exaltou a liberdade do pensamento e da ação, a moral, aos deveres para com a sociedade, para com a pátria, em relação a sobrevivência espiritual, sem maior preocupação com o amor na sua profundidade extraordinária...

Platão e Aristóteles, seu discípulo respeitável, filosofaram com sabedoria, reflexionando com nobreza, mas não se afervorando ao amor capaz de dignificar a vida e libertar o ser humano em torno das suas mais grandiosas necessidades...

Os romanos, fizeram-se os deuses das guerras, e seus filósofos sempre exaltaram os seus feitos, embora os estoicos se transformassem em lições vivas de respeito ao sofrimento, com exceção de Sêneca, aos 65 anos, após escrever com beleza incomum diversas obras humanas, admiráveis, suicidando-se vergonhosamente...

As culturas e civilizações sucederam-se como camadas de areia que se acumularam sob a ação dos ventos das experiências evolutivas, sem que fosse estabelecido o primado do amor, como de essencial significado para a iluminação do ser humano, os seus relacionamentos sociais, equacionando as dificuldades que abriam espaço para as guerras lamentáveis, orientando para o recurso da solidariedade e da fraternidade que devem sempre haver entre todos.

Israel naqueles dias, respirava ódio, suspeitas fundadas e não justificadas, traição, aparentemente abandonado por Deus, como havia ocorrido no passado, durante a servidão no Egito e na Babilônia ou nos períodos em que esteve seviciado por outros povos que lhe atravessaram as fronteiras frágeis...

Foi nesse clima espiritual de ódio e de opressão, que Jesus nasceu, e com Ele começou a era do amor, demonstrando que a sua força muda a direção moral do planeta e dos seus habitantes, sem a necessidade da agressividade, do crime, da astúcia e da morte...

Erguendo-se na montanha, exaltou, como nunca ocorreu antes nem voltaria acontecer outra vez, os pobres e os oprimidos, os fracos e os miseráveis, os perseguidos e os mansos, desde que se resolvessem abraçar a justiça, o bem, o amor, nas inesquecíveis estrofes da sinfonia das bem-aventuranças.

Nesse momento, o amor de Deus alcançou as multidões que se sentiam desprezadas e esquecidas, e a Sua voz salmodiou com esperanças e consolações através de Jesus, em favor de todos considerados como rebotalhos, sendo que alguns deles nem sequer constavam nas anotações do Livro dos Vivos...

Não era, um amor piegas ou exaltado, mas um sentimento de ternura infinita e de solidariedade constante, de forma que desaparecesse a distancia que os separava dos outros cidadãos respeitáveis, dos eleitos por Deus...

Não se concentrou apenas nessa diretriz, indo mais além, insistindo no convite ao respeito e ao afeto pelos inimigos, malfeitores, perseguidores, dando origem a uma visão psicológica especial jamais antes percebida.

Nesse amor aos ingratos e perversos, aos insanos pela inveja e insensatos, Jesus demonstrou a excelência do sentimento que felicita aqueles que o possui, tornando-o realmente feliz, embora sendo a vítima, e por isso mesmo..

O inimigo é um enfermo da alma, é alguém perdido em si mesmo, que não se respeita e, por isto, se detesta, incapaz de vencer a mesquinhez em que se esconde e a inferioridade moral de que se dá conta, transferindo essa desdita para o outro, aquele que lhe é melhor, que considera acima do seu patamar evolutivo, satisfaz-se em malsiná-lo, infelicitá-lo, perseguindo-o com fúria animal...

Bem compreendido e amado, o inimigo transforma-se em benfeitor daquele que lhe sofre a insânia.

Primeiro, porque se faz mecanismo de resgate dos erros passados cometidos contra a vida, que lhe pesam negativamente na economia moral-espiritual. Depois, por que sabe que o adversário vigia-o, segue-o, destila vibrações deletérias na sua direção, que somente assimila se sintonizar com as mesmas, revidando-as com o mesmo sentimento.

Assim vigiado, ouve a catilinária das acusações que lhe são feitas e averigua a sua legitimidade ou não, corrigindo-se naquilo que precisa e não considerando o que não tenha fundamento.

Sem afligir-se com a injustiça, alegra-se por que pode compreender o estágio em que o inimigo se encontra e os motivos por que o persegue.

O amor aos criminosos é de alta magnitude pelo sentido de compaixão de que o acompanhar, refrigerando a alma que o preserva.

Importante teste de autodescobrimento, que coroa os esforços íntimos pela paz e pela felicidade de todos, começando pelo adversário.


Ninguém antes deu ao amor a gloria que merece, por ser a alma do Universo no pulsar do pensamento divino, senão Jesus.

Unindo todos os seres sencientes, o amor expande-se para todas as coisas, mesmo as inertes, trazendo alegria de viver e razões para lutar.

Pela sua extraordinária qualidade moral, Jesus viveu-o e fez-se o Amor-não-amado, que nunca cessa de amar.

Esforça-te com, o amor, em qualquer situação, quando as outras técnicas de comportamento falharem, e nunca mais deixarás que ele enfraqueça na tua mente e no teu coração.
Texto de Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Franco, no livro, Libertação do Sofrimento, trabalhado por Adáuria Azevedo Farias. 11/04/2017





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