sábado, 4 de agosto de 2018


GRAVITANDO EM TORNO DE DEUS
O INCONSCIENTE COLETIVO E A GRATIDÃO

Ante algumas tomadas de decisões, é difícil o ser consciente escolher qual a melhor. Porque o inconsciente coletivo encontra-se sobrecarregado de medos, lembranças afligentes, impulsos não controlados toda herança do primarismo ancestral, mesclando as experiências gerais com as pessoais. Resultado da sombra (lado desconhecido do ser)presente em todas as criaturas.

Na alegria, na tristeza, na harmonia e no desconserto, os grupos sociais podem compartilha-las em razão do inconsciente coletivo, o que explica os acontecimentos dolosos ou felizes que ocorrem ao mesmo tempo em diferentes partes da Terra. Por causa disso é que, em qualquer período, a sombra coletiva emerge do inconsciente coletivo – transmitida que é individualmente de pais para filhos, ao mesmo tempo de um para outro grupo -, transformando-se em calamidade social. Os vícios sociais, como: fumar e beber, as extravagancias sexuais e o uso de drogas aditivas que invadem a sociedade, os modismos dos jogos de videogame, entre outros, contagiam as massas, como resultado do inconsciente coletivo, possibilitando à sombra participar do fenômeno. Ocorre de forma inconsciente e, por isso, manifesta-se automaticamente na sociedade, após surgir no indivíduo.  As sociedades são estruturadas por acontecimentos e métodos pedagógicos de conduta infantil, quando se aprende a fazer a diferença entre o que é bom e o que é mal, conforme a cultura e a ética de cada grupo. Se a questão da sombra fosse identificada desde a infância, quando se ensinaria a descobrir os impulsos que vem dela, fazendo o educando compreender a sua fragilidade, os erros, desculpando-se e corrigindo-se, esclarecendo que há sempre variações no comportamento, ora para o bem, ora para o mal, seriam mais fáceis as condutas favoráveis à sociedade e a tudo que a ela se lhe vincula.

A sombra ocorre no inconsciente coletivo pelo que se chamaria energias contrárias que caracterizam os terroristas, os criminosos mas também os bons cidadãos: Hitler e Churchill, Alarico e Santo Agostinho...Em realidade, a aversão e animosidade que se sustentam no exterior nascem no íntimo no qual se tornam aliados. Como se fosse preciso a presença de um opositor, um inimigo, para que se mostre a pessoa que se é. Nas lutas,  mais sangrentas ou perversas, nas perseguições sociais sutis ou públicas é que surgem os heróis, os santos, os mártires, por causa do lado sombrio que há em todos.

O inconsciente coletivo (onde contém toda herança espiritual da evolução da humanidade, nascida novamente na estrutura cerebral de cada indivíduo) , registrou todo o processo da evolução do ser, a partir de quando o córtex cerebral se desenvolveu abrindo assim espaço para as funções exteriores, dos conhecimentos abstratos, dos valores transcendentes como o amor e a misericórdia, o perdão e a caridade, a alegria e a compaixão desvelando o self. As energias contrárias favorecem o surgimento da sombra ( face escura do ser, portanto desconhecida, são pois as experiências não vivenciadas, as circunstancias ainda não conhecidas, que se apresentam como insucessos, os abusos os desgastes, a que se entregou tornando-a densa porque necessita de diluir-se através de outras atitudes compatíveis com as conquista da inteligência e do sentimento) que, em razão do seu lado oposto, esquece a gratidão, criando embaraços para vivenciá-la, causado pela prepotência que vem do primarismo na escala evolutiva.

Numa análise mais cuidadosa percebe-se que a evolução do ser humano é mais resultado da sua mente do que do seu cérebro físico, querendo dizer que o self lhe é preexistente, encontrava-se adormecido enquanto preparava os equipamentos para se desvelar, momento em que os impulsos éticos e as conquistas iluminativas transcendem a capacidade física.

A gratidão é uma experiência moral, não cerebral, do self, não do ego, pois o primeiro tem origem divina e o segundo é de natureza humana. Herdam-se os sentimentos – egóicos, geradores da sombra – como os sublimes fomentadores do self. Quando se odeia alguém, experimenta-se a sombra desconfiada de que o outro é que o odeia e quer prejudicá-lo. Que em mecanismo de defesa nasce, então, a animosidade. Quando se expressa o amor, o córtex proporciona bem-estar orgânico, ampliando as possibilidades de crescimento do self,  dando lugar a saúde.

Somente através do amor é que o sentimento da gratidão e da vida pode manifestar-se, e vivenciado por alguém vai influenciar as futuras gerações por desenhar-se ou insculpir-se no inconsciente coletivo, destruindo o império dominador da sombra.

As pessoas que ainda se encontram no comportamento sensorial, fisiológico, a medida que despertam o self – o ser espiritual, o ser imortal, o Eu profundo -, veem o mundo à sua volta de maneira completamente diferente ao que viam antes, dominado por luminosidade grandiosa, por belezas nunca vistas, por harmonia ainda não observada, pela brisa perfumada, alterando a realidade anterior da paisagem sombria, sem vitalidade, dominada por odores pútridos e por seres humanos que parecem animais estranhos... Isso só ocorrerá se for possível superar os limites da sombra no inconsciente coletivo desconhecido, gerador de conflitos,  como culpa e vergonha, julgamento, transferência, projeção, separação, através dos quais o self debate-se sem poder ou sem conseguir vivenciar a plenitude, indispensável à coragem para os enfrentamentos e à conscientização de que todos são frágeis e erram, não se apoiando nas bengalas do desculpismo e do acanhamento, pois o processo de evolução é feito de sucessos e de insucessos, não se permitindo os julgamentos hediondos e originados no complexo de inferioridade, desprendendo-se das paixões inferiores às quais se prende.

Logo depois, conscientizando-se da necessidade de iluminação, o paciente terá que se desprender dos julgamentos de si mesmo e dos outros, dedicando-se a (re) construção dos equipamentos emocionais, deixando de refugiar-se na projeção da sua imagem nos outros, dando a cada um o direito de ser feliz ou desventurado conforme escolha, sem inveja nem ciúme, sem mágoa nem amargura.

Nesse momento, novas forças morais são conquistadas, e o paciente entra em contato com os sentimentos superiores, não separando, mas descobrindo a própria arrogância mascarada de humildade, a defensiva persistente para estar agora a favor e não  contra, bem idealizando as demais criaturas com as imagens fortes da bondade divina.

Logo que se vai diluindo a sombra, os preconceitos, os ciúmes, e as inseguranças abrem espaço para a ternura, a amizade, surgindo os pródromos da gratidão a tudo e a todos, até àquilo que, desagradável, é necessário no campo da experimentação das emoções.

 O hábito da projeção leva à paranoia que se disfarça, escondendo a ansiedade asfixiante e profundamente enraizada no comportamento psicológico.

Não basta querer o bem, é preciso viver o bem, aspirar pela paz, abrindo-se à paz, porque toda vez quando se combate a guerra, o mal, na realidade se é (interiormente) o que se está apontando em posição contrária, projetando a sombra, o negativo oculto do comportamento.

A projeção e a separação normalmente se dão as mãos e agridem aos outros, quando se narram acontecimentos constrangedores que eles praticaram, dando a impressão de se estar aconselhando, orientando. Inconscientemente ou não, está-se realmente é censurando, embaraçando a pessoa, desforçando-se da sua superioridade, que lhe é atribuída.

Tem aí a inveja papel importante, por ser filha da sombra ou sua promotora também, sente-se um prazer especial de expor o outro, à censura, apontando suas falhas.

Um dos primeiros passos para desmascarar-se a sombra é reconhecer, a negatividade  que há em si, aceitando a presença mas não conivindo com a sua existência.

Evitar a queixa que busca conquistar compaixão e solidariedade, utilizando-a como autojustificativa para continuar na conduta doentia, discernindo em torno dos valores possuídos com critério, é passo decisivo na construção básica da gratidão.
A gratidão que se deve ter à vida, em que todos nos encontramos.

O uso da compaixão é um recurso importante para dar direito aos outros de se comportarem conforme estão, como uma forma gratulatória de encarar a vida, porque o ato de a vivenciar em relação ao próximo também é uma maneira de beneficiar-se.

A consciência ou superego está sempre vigilante e é preciso ouvir-lhe a argumentação especialmente quando alguém se envolve em autojustificação. Ela tem o valor independente de diluir as máscaras e mostrar o erro em que se encontra, como também avaliar com acerto o procedimento. Sem compaixão, empurrando o ser para possuí-la em relação ao outro, permitindo sintonia com a misericórdia, com Deus.

Quando se exerce, a compaixão, a consciência aprova e compadece-se também, autossuperando-se e vitalizando self.

Na (re) construção dos equipamentos emocionais devem-se abrir canais para a presença da gratidão, exercitando-a sem cessar e não deixando que o inconsciente coletivo crie obstáculos, tornando-a  impossível.  
Texto de Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Pereira Franco no livro, Psicologia da gratidão. Trabalhado e editado por Adáuria Azevedo Farias. 04/08/2018.

Um comentário:

Shirley Suely disse...

Parabéns pelo excelente material. Estamos desenvolvendo um estudo nessa mesma linha de pensamento, se quiser olhar e nos dar dicas...
ceufeatitudedeamor.blogspot.com
abraços,
Shirley