domingo, 6 de maio de 2018



“GRAVITANDO EM TORNO DE DEUS”
CONSCIENCIA DE DEVER

Com muita sabedoria, os Espíritos nobres responderam a pergunta de Allan Kardec a respeito de aonde se encontram inscritas as leis de Deus, informando que estão na consciência.

A conquista da consciência pelo ser a foi um dos mais importantes momentos do processo da evolução antropológica.

Saindo do instinto e dos seus impulsos automáticos, a inteligência desabrochou e surgiu o discernimento, logo a razão pode identificar os objetivos existenciais, compreendendo as funções que lhe dizem respeito e atingindo o voo da imaginação em torno de algumas questões em torno de difíceis significados, alcançando quase as abstrações.

Lentamente foi surgindo a consciência lúcida, capaz de tomar conhecimento da realidade, selecionando os valores edificantes daqueles que se caracterizam pela perturbação e pelo sofrimento, aprofundando-se na constatação do comando da transcendência e da percepção objetiva, cósmica...

Alcançado o estágio de ser pensante,  o Espírito faz-se responsável pelas suas ações, por já ser capaz de distinguir o bem do mal, o que o promove e o que o rebaixa moralmente, nascendo-lhe o senso de responsabilidade.

A partir desse momento, a consciência o induz ao cumprimento dos deveres estabelecidos pelas leis sociais e, principalmente, por aquele que tem sido padrão através dos últimos milênios exarada por Moises: o Decálogo.

Dada a severidade de que se constitui, Jesus amenizou-a, propondo a lei de amor através da qual mais facilmente se pode adquirir a paz interior e avançar-se no rumo do conhecimento desenvolvendo os incalculáveis tesouros da inteligência.

Desde o Código de  Hamurábi até as modernas leis que reconhecem os direitos humanos e trabalham contra qualquer tipo de exploração da mulher e do homem e, buscam eliminar os hediondos preconceitos de raça, de credo, de nascimento, de classe, de penalização de morte, a lei de amor atinge o auge, dando-lhes o toque de compaixão e de misericórdia quando a severa balança da justiça impõe a aplicação austera dos impositivos estabelecidos e de caráter punitivo.

As leis humanas buscam estabelecer regras de convivência saudável dos indivíduos com eles mesmos, suas famílias, a sociedade, dando espaço ao clima de respeito e de trabalho que proporcionam o progresso e propõe a harmonia de todos.

Sempre que desrespeitadas, trazem dispositivos de punição ou de reeducação do infrator, proporcionando-lhe o soerguimento moral e social, assim como o reequilíbrio para prosseguir no conjunto das demais pessoas.

As leis divinas estabelecem a harmonia cósmica, estendendo-se aos grupos humanos de forma que a fraternidade e o dever sejam responsáveis pela conquista dos direitos de todos.

Sem a lei de amor, a recuperação dos equivocados, a disciplina dos rebeldes, o desenvolvimento dos mais primitivos e perversos que ainda se encontram nas faixas primárias da evolução, seria muito mais difícil.

Respeitar todas as leis é dever do cidadão que deseja a ordem e o desenvolvimento da comunidade em que se encontra localizado.


A reta consciência do dever é o estágio de amadurecimento psicológico do ser humano que descobre o objetivo primordial ou principal da existência na Terra e labora no atendimento de todas as responsabilidades que lhe dizem respeito.

Percebe, por exemplo, que a reencarnação é oportunidade sublime na edificação de si mesmo, da autoiluminação, da constituição digna da família universal, de aprendizagem do bem inefável.

As alegrias vindas dessa conscientização transformam-se em bênçãos que passam agora a estimular e aumentar o desejo de mais servir, tornando-o um exemplo vivo de fé robusta e de ação libertadora.

Quanto mais a consciência aprofunda o autoconhecimento, mais fáceis se tornam os esforços para a conquista da plenitude, do que Jesus chamou o reino dos céus de cada um.

Não é indispensável esperar a desencarnação para fruí-lo, pois, encontrando-se em germe durante a jornada humana, amplia-se e enche-se de harmonias siderais que prosseguem após a desencarnação, quando a morte liberta o encarcerado na matéria.

O sentimento de gratidão acompanha sempre o a consciência do dever, por permitir o entendimento do significado da oportunidade concedida ao empreendedor, que se esforça por aproveitá-lo com sabedoria e valorização da oportunidade.

Essa consciência do dever não pode ser transmitida, por ser resultado das reflexões em torno da existência terrena, da sua transitoriedade, das ilusões anestesiantes e passageiras, da escolaridade que representa, proporcionando o conhecimento integral da vida.

Os vários comportamentos morais e espirituais da sociedade, percebe-se os diferentes níveis de consciência em que se encontram os seus membros, mas todos caminhando, inevitavelmente, para a conquista do mais elevado.

Nesse sentido, a reencarnação é o recurso valioso de que se utilizam as divinas leis, propiciando a mudança de estágio em que todos se encontram, podendo galgar outros degraus mais elevados e felicitadores.

Aqueles que, não se interessam pelas conquistas mais profundas e preferem as experiências sensoriais, os prazeres imediatos, o letargo da consciência do dever, também são convidados pela vida à mudança de comportamento, porque a lei de progresso é inevitável.

O ser humano está destinado à sublimação, apesar de vivenciarmos no momento  inquietações e desafios que domina a sociedade aturdida, extravagante e consumista.

Ninguém poderá fugir do impositivo da evolução, que faz parte do esquema projetado por Deus para todos os Seus filhos.

Indispensável, portanto, cada um com sabedoria, utilizar, desde já, das possibilidades  ao alcance, trabalhando as anfractuosidades, as protuberâncias, as imperfeições do caráter abrutalhado, esmar ou avaliar os sentimentos e aspirar pela individuação.

Se a tua consciência aponta o caminho da harmonia pelo trabalho e pela renuncia dos insultos e suas propostas, não temas prosseguir estoicamente, resignado ante o sofrimento.

Compreendido ou caluniado, avança com coragem, vencendo-te a ti mesmo e ampliando os horizontes das tuas aspirações na direção do Mestre incomparável que te serve de guia, e modelo de toda a humanidade.

Nunca desistas de fazer o bem, embora perseguido e mal afamado.

Numa sociedade onde os deveres de consciência ainda não são respeitados, e os subornos, as concordâncias indignas se colocam onde não deveriam estar, que sejas aquele que age com retidão e vive obedecendo aos postulados das leis divinas, respeitando ainda aquelas que são humanas.

Texto de Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Pereira Franco no livro, Ilumina-te. Trabalhado e editado por Adáuria Azevedo Farias. 06/05/2018.

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