sábado, 24 de fevereiro de 2018

“GRAVITANDO EM TORNO DE DEUS”


TROPEÇOS

A criatura humana traz grande desafio no seu mundo íntimo, que se expressam como conflitos, aspirações, sentimentos controvertidos, necessidades reais e imaginárias.

Desenvolvendo-se através das muitas reencarnações, amplia inevitavelmente o campo dos ideais, superando, aos poucos, a estreiteza do comportamento do qual procede, buscando assim ampliar o entendimento da vida e do universo.

Mesmo ligado às situações difíceis do primarismo de que se vem libertando, compreende a grandeza e o significado existenciais, buscando a autorrealização, trazidos pelos sentimentos de amor que ainda lhe são   limitados...

Como a ave sem penas ainda que quer voar, sente que precisa conquistar o espaço que a fascina e teme no momento diante da impossibilidade de fazê-lo.

Inconscientemente sabe que está destinada à glória solar e quer conquista-la, mas demora-se, nos  limites do ego dominador que a faz sofrer.

A persona que afivela à face, buscando lugar de destaque na sociedade, se preocupa apenas de imitar os vencedores de momento, vivendo modelos que tem projeção passageira, em mudanças contínuas que perturbam, afastando-se da realidade  imortalista.

Enquanto assim age, no jogo  dos prazeres sem profundidade emocional, o Espírito tem dificuldade de esforçar-se para a resolver os problemas reais como: a transformação moral para melhor, a ascensão pela conquista de patamares existenciais mais importantes, o desenvolvimento mental e a dedicação ao exercício da legítima fraternidade.

A caminhada terrestre é  um processo de aprendizagem enriquecedora por propiciar bênçãos que se transformam em harmonia íntima e compreensão do significado da reencarnação.

Mesmo com a preservação da vida e a sua manutenção, com o trabalho digno, às vezes desgastante, a mente deve estar sempre fixa nos valores transcendentais, harmonizando os deveres imediatos da sobrevivência material com os da sua fatalidade transcendental.

A correria diária não deve ser o único motivo das lutar evolutivas, mas um meio para se atingir o objetivo de ordem espiritual.

É nesse momento, quando o ser se resolve pela vivencia iluminativa, que surgem os tropeços na tentativa de dificultar a conquista visualizada em forma de plenitude.

Vivendo uma cultura social imediatista e utilitarista, os significados espirituais e morais são considerados de pequena ou nenhuma importância e são, deixados em segundo plano transferidos para quando a morte se aproximar ou a dor se aproximar ou mesmo a dor se apresentar como modeladora de novos sentimentos.

A juventude e, às vezes a idade adulta são aplicadas no atendimento as coisas sem sentido ou valor, sendo surpreendido por acontecimentos inevitáveis da realidade, do passar do tempo e das oportunidades perdidas...

Remorso, revolta, desconforto interior surgem, e afligem demasiadamente, como efeitos naturais dos comportamentos insanos.

O ser humano necessita realizar o autoencontro, buscando desmascarar-se, vivendo a sua realidade, sem o sofrimento de imitação daqueles que lhe parecem felizes, mas nem sempre o são.

Há muito equivoco no mundo.

Aparência e realidade são manifestações diferentes da vida.
A necessidade da fusão do ego e sua manifestação externa no si-mesmo é inadiável.

Só nesse esforço é possível compreender-se o significado da vida carnal e os recursos que se dispõe para alcança-lo.

Alguns simples exercícios podem ajudar na luta contra tais dificuldades.
O silencio periódico é de vital importância para conquistar os tesouros íntimos. Com o aquietamento interno, o tumulto pernicioso cede lugar à clareza para a análise indispensável  do que se é, do que se faz necessário para a vitória, e dos significados existenciais.

Despojar-se das cargas de aflições é outro recurso importante, porque traz a valorização do que realmente tem sentido ante o que se atribui qualidade e significado.

O ser humano envolve-se demais com as coisas, as situações e o que chama valores imprescindíveis à sua realização.

Perdido na insensatez e no consumismo, acumulando lixo de luxo, agarra-se aos interesses que os preservam, afastando-se dos reais objetivos da jornada.

Sem se perceber, o tempo passa, e, quando mergulha no intimo, se percebe vazio, sem sustentação moral e emocional para os enfrentamentos com a consciência, com o porvir...

Nesses momentos, surgem os transtornos depressivos, em que os medos e inseguranças apropriam-se-lhe com vigor e o desconsertam.

Os primeiros anos da vida física são os modeladores da fase de desgaste orgânico, quando a maturidade e a velhice são alcançadas, levando a reflexões inevitáveis.

Nas primeiras fazes  da existência de aprendizado e de educação dos hábitos espirituais  superiores, os esforços para superar os tropeços trazem bem-estar e alegria de viver.

O ser exterior conciliando-se com a sua realidade, no transcurso da existência torna-se compensador pelas satisfações que vem das conquistas alcançadas.

Os sentimentos e as ansiedades acalmam-se, proporcionando a tranquilidade que se tornam estímulo para contínuas ascensões em direção da imortalidade.

Desaparecem os conflitos que trazem desequilíbrios e atormentam o ser, reduzindo as possibilidades de uma vida iluminada.


Por que, na vida de todos os trabalhadores do bem, os tropeços são sempre desafiadores?

Por se viver ainda na Terra o período das provas e das expiações, em que predominam as ilusões e os encantamentos da irresponsabilidade.

A medida que são vencidos, num crescendo a partir das pequenas dificuldades, as resistências do lutador tornam-se cada vez mais fortes e a sabedoria que se lhe instala trazem-lhe as técnicas possíveis para ultrapassar todos os obstáculos na vitória sobre si mesmo.

Texto de Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Franco no livro, Ilumina-te. Trabalhado e editado por Adáuria Azevedo Farias. 24/02/2018.

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