sábado, 3 de março de 2018


“GRAVITANDO EM TORNO DE DEUS”

RELACIONAMENTOS AFETIVOS

O instinto gregário que predomina nos animais e especialmente no ser humano, que nasceu para viver em grupo, formando greis e a humanidade, leva-o aos relacionamentos da sua existência.

A ascensão em isolamento é uma agressão ao processo evolutivo marcado por  sofrimentos desnecessários.

Em alguns casos a solidão traz reflexões profundas, servindo de pano de fundo para os registros superiores da vida.

Mas o afastamento da sociedade, para servir a Deus, é uma fuga, talvez inconsciente, dos relacionamentos responsáveis pelas experiências do convívio, da solidariedade, tentando evitar conflitos e desgastes normais na vivencia com o outro.

A proposta de sabedoria de Jesus refere ao amor ao próximo como fundamental para o salto emocional para o amor a Deus.


Desenvolver a afetividade é imposição do processo de elevação do Espírito.

No início são os impulsos da libido,  decorrentes do instinto,  responsável pela multiplicação da espécie. Conforme o ser humano se eleva, sua complexidade cresce, culminando na abnegação, na renuncia, no sacrifício até da própria existência.

As criaturas precisam de relacionamentos afetivos, mesmo nos primeiros reinos da evolução...

Desde a simples escolha  dos parceiros, nos tempos primários em que os caprichos masculinos predominavam, a união sexual foi uma das razões fundamentais para o bem-estar dos grupos sociais.

Aos poucos, com o  discernimento emocional e o surgimento dos princípios éticos e morais, querendo-se equilibrar as funções do sexo distante da promiscuidade e dos múltiplos relacionamentos, surgiu a monogamia como um estágio em que o sentimento de amor passou a predominar, sobre a libido desordenada.

A disciplina sexual tornou-se importante no  equilíbrio comportamental e espiritual da criatura humana.

Com isso, a família passou a ser  fator indispensável de socialização da criatura terrestre.

Mesmo quando o egoísmo ainda predominava nos relacionamentos, a família abria o leque da afetividade com todos os seus membros.

A união, dos parceiros tornou-se uma necessidade  do progresso social, mas, como a cultura ainda fosse asselvajada, a mulher tornou-se vitima das paixões sórdidas, colocada em plano inferior, impondo-lhe penalidades perversas, quando cometia um engano que desagradasse o parceiro caprichoso.

A culpa  imposta pelo mito da Criação, tornando-a responsável pela deserção do homem no paraíso, fê-la inferior e, portanto, subalterna, amada, mas em plano de secundário de significado.

Com a evolução do pensamento filosófico, psicológico e sociológico, aos poucos a mulher conquistou o seu lugar de importância no relacionamento afetivo, na construção e condução da família, trazendo-lhe os mesmos direitos dados ao homem.

A liberdade buscada pela mulher, depois das humilhações milenárias e da submissão absurda através dos tempos, acabou sendo conquistada, mas hoje correndo o risco, de queda na libertinagem que infelizmente a espreita...


Os relacionamentos afetivos são muito importantes para o  crescimento do ser humano, que busca a fraternidade universal como necessário ao progresso a que se submete.

Enquanto perdurar o vício mental do relacionamento egóico e pessoal, a relação afetiva estará condenada ao fracasso.

Há uniões programadas no mundo espiritual, antes do mergulho carnal, em que os futuros parceiros se comprometem a estar juntos, contribuindo para o bem-estar da humanidade.

Mas á maioria das parcerias, resultam de interesses imediatistas, de sensações de prazer, de necessidades biológicas e emocionais, sem  responsabilidade.

Nesses casos, são rápidas e frustrantes, porque cada um se encontra mais interessado em si do que no outro,   causando lamentáveis transtornos emocionais e sociais.

Quando são pessoas psicologicamente maduras e responsáveis, o amor predomina na busca do parceiro, eleito pelos valores internos, pela sintonia espiritual, formando relacionamentos felizes.

Nesses casos, os valores éticos predominam e ajudam a superar as dificuldades de entendimento entre os que se unem, sem perderem  suas características, sem impor ao outro apenas o que lhes convém.

Quando ocorre assim, a família estrutura-se em bases seguras de respeito e  amizade entre os seus membros, tornando-se modelo de sustentação do grupo social.

Firmados ou não compromissos legais ou religiosos da união, sempre prevalece o amor.

Quando não há o amor nos sentimentos e nas mentes, a jornada é difícil e cheia de ocorrências perturbadoras, os relacionamentos são rápidos e tumultuados, porque o prazer do sexo passa rápido, e novos interesses se instalam nos indivíduos  sem compromisso com os valores emocionais do outro.

Todo relacionamento afetivo que mantém dois indivíduos em união merece o maior respeito, por propiciar a harmonia dos parceiros que se sentem compensados pelas sensações do prazer e principalmente pelas elevadas emoções da afetividade.

O afeto une as criaturas, umas às outras, permitindo também a troca de hormônios psíquicos,  realmente responsáveis pela harmonia e saúde integral de todos os seres humanos.

Nessas uniões felizes sempre há a preocupação de repartir júbilos com o outro, e compartir as alegrias vindas deles.


Quando buscares parcerias afetivas, não esqueças de contribuir com aquele que escolhes como companhia, considerando que não tens o direito de ferir os sentimentos do teu próximo, de quem se te afeiçoa e confia, entregando-se em totalidade.

O uso que fizeres da tua atividade construirá o teu futuro de bênçãos ou de solidão, mesmo que acompanhado, num tormentoso vazio existencial, que tipifica a sociedade de hoje.

A união dos sexos sob as luminosas bênçãos do amor é o sublime instituto em que se constrói a família, síntese essencial da grande humanidade.

Texto de Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Franco no livro, Ilumina-te. Trabalhado e editado por Adáuria Azevedo Farias. 02/03/2018.

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