GRAVITANDO EM TORNO DE DEUS
A FELICIDADE POSSIVEL
A ambição natural do ser humano é a
conquista da felicidade.
Mas
o conceito, de felicidade, difere de indivíduo para outro, assim como
ocorre com as diferentes escolas do pensamento filosófico, quando abordam a
mesma questão.
Repassando-se
os princípios das várias correntes de
escolas que estudaram a felicidade, como o hedonismo, o cinismo, o
estoicismo, o idealismo, o espiritualismo, o utilitarismo, o existencialismo, o
pessimismo, para citar apenas algumas, vemos
que a questão felicidade varia de conceito!
Variando conforme os níveis da
evolução dos grupos humanos, percebe-se que
predominam o utilitarismo e o existencialismo, reduzindo a vida física ao fenômeno biológico, suas sensações e
prazeres, que passariam a ser fundamentais na conquista do bem-estar sem
problemas.
Uma
analise dessa escolha mostra a inconsistência de tal aspiração, considerando que a organização física está sujeita
a situações de insegurança e transformações, mudanças de contexto e acontecimentos
inevitáveis.
Tais
alterações transformam-se em dificuldade
para manter um programa de satisfações plenas, de sensações prazerosas.
Os sentimentos são os veículos
emocionais que expressam a
realidade do ser humano, mesmo que nem perceba
o que lhe ocorre.
Nascendo no cerne do Espírito,
traduzem-se conforme o nível de evolução,
que se exterioriza na maneira de conviver com as outras pessoas e consigo
mesmo.
Quando entorpecidos pelos
interesses imediatistas, sobrecarregados pelas toxinas dos desejos mais
grosseiros, mostram-se
perturbadores, agressivos, muitas vezes asselvajando os seus portadores, ou
refletindo o primitivismo que os caracteriza.
Nos indivíduos que vivenciam os
níveis elevados de consciência,
as aspirações apresentam-se com formulação ético-moral relevante, na qual os
sentimentos são de solidariedade e afeição, humanitarismo e compaixão, que promovem o progresso capaz de libertar os que sofrem os efeitos das correntes
em que se encontram prisioneiros.
O seu conceito de felicidade difere muito
dos que dão primazia ao egoísmo e tudo que a ele se refere.
O espiritismo, convidando a
reflexão em torno do ser integral,
como Espírito imortal que é, traça diferentes
contornos e conteúdos sobre a felicidade.
Situada
a vida carnal entre o berço e o túmulo, não a limita a esse curto tempo, mas
dilata-o, considerando a anterioridade e
a sobrevivência do Espírito à morte, o inevitável acontecimento de que
ninguém foge, ampliando os horizontes de
felicidade.
Com
essa visão da realidade, elimina muitos fatores que se apresentam como desdita,
infelicidade, como os sofrimentos de
qualquer natureza, a morte, a saudade, demonstrando
que todos esses fenômenos são passageiros ante a grandeza da vida em si mesma.
O
importante não são as satisfações que se fruem, mas deixam insatisfação e
ansiedades por novas experiências. Essa ocorrência frustrante trabalha pela
inquietação do ser e da constante busca de sensações mais fortes.
A felicidade é de fácil conquista e
deve ser tentada continuamente.
Não
é resultado do que se pode acumular e desfrutar, mas do estado interior de cada
um, resultado das aspirações mais elevadas
e dos sentimentos harmonizados com a vida.
Se a felicidade fosse o gozo
seguido, teria se fixado na
organização fisiológica propiciadora de sensações.
As sensações tem caráter efêmero e
insatisfatório, produzindo cansaço
e tédio, transformando-se em mal-estar.
A felicidade constitui-se do
bem-estar que deflui da consciência de paz,
fruto natural dos pensamentos edificantes que levam aos atos retos e
dignificadores.
Aquele
que pensa com elevação de propósitos enriquece-se de energias saudáveis,
adquirindo o hábito de manter-se em equilíbrio emocional, favorecendo-lhe o
comportamento social edificante.
Nesse
sentido, não buscar a posse do que se consegue deter, transforma-se em limite
satisfatório para evitar preocupação
desnecessária, escravização aos
recursos acumulados, avareza e desconfiança.
Daí,
a amizade se estende generosa, produzindo um clima de alegria em relação às
demais pessoas, porque o ser humano é
essencialmente um animal biopsicossocial de origem espiritual, que precisa conviver com o outro, ao seu lado trabalhar pelo progresso pessoal, resultando
no desenvolvimento comunitário.
E assim, surge-lhe o
espontâneo prazer de servir, de ser
útil, de ter o tempo preenchido com preocupações não desgastantes.
A
felicidade desconhece o medo de perdê-la, porque, não
tendo uma conotação física, desenvolve-se
no plano da estesia, da emoção elevada,
da satisfação de estar-se bem consigo mesmo.
O
belo, o honesto, o pacificador que se apresentem de qualquer tipo,
constitui-se, sem dúvida, fator de felicidade.
É preciso ter em mente
que a vida na Terra não é uma viagem fascinante ao país da fantasia, nem é, por
enquanto, o formoso oásis que muitos desejam para transformar em colônia de
férias e de inutilidade.
O
nosso abençoado planeta é bela escola de aprendizagem e de crescimento
interior, na qual as experiências são multifacetadas com alegrias,
tristezas, tensões, ansiedades e sorrisos, que devem ser administrados com
sabedoria.
Por isso se pode ser
feliz mesmo no sofrimento, por
compreender-lhe a finalidade superior que é a lapidação das arestas morais
defeituosas para que sejam trabalhadas as áreas que irão refletir a luz da
sabedoria em forma de paz.
Pensa-se, sem
fundamentação real, que os lugares, as
situações, os recursos amoedados são essenciais para a felicidade. Sério
engano. Eles podem criar condições de alegria, de exibicionismo, de lazer, de ócio,
pois, se o indivíduo não estiver em
harmonia íntima consigo mesmo, ao seu próximo e a Deus, onde quer que se
encontre vai carregar sempre as preocupações e os conflitos que lhe pesam
na consciência.
Apesar de que, muitos
indivíduos que ainda se encontram nas faixas exclusivas da organização
fisiológica, sem maiores aspirações, refestelam-se nos sentidos e acreditam que os excessos a que se permite,
os gozos que frui, são os tesouros da felicidade.
Logo, porém, alargam-se-lhes
os prazeres, sutilmente surge o vazio
existencial que os empurra aos comportamentos viciosos e entorpecentes como
forma de fuga para lugar nenhum.
A
felicidade é constituída de pequenas ocorrências, delicadas emoções, sutis
aspirações que se convertem em realidade, construções internas que facilita ou permite a paz interior.
Pergunte-se aos
gozadores se eles estão felizes, satisfeitos com a vida, e com certeza
responderão que se encontram saturados, cansados, desinteressados praticamente
de tudo.
Assim, consciente das
muitas bênçãos que tens recebido da vida, especialmente se dispões de um corpo harmônico
e saudável para aplicar-lhe as forças para o desenvolvimento intelecto-moral,
amando e servindo sem cessar. Mas, se te encontras com algum limite orgânico, com
sofrimento de qualquer natureza, agradece a Deus a honra de resgatar os erros e
adquirir o necessário equilíbrio para a felicidade que logo chegará.
Texto de Joanna de
Ângelis, psicografado por Divaldo Franco, no livro, Libertação do Sofrimento,
trabalhado e editado por Adáuria Azevedo Farias. 02/06/2017.
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