sábado, 10 de junho de 2017


GRAVITANDO EM TORNO DE DEUS

As Lutas Abençoadas

Compreende-se que os realizações que nobilitam o ser humano exijam esforço e desgaste. O combustível que sustenta a chama também se esgota, à medida que colabora para que exista a claridade.

O organismo é sustentado pela energia que se consome na mesma medida em que é utilizada.

Tudo são trocas no Universo, como fenômeno natural das transformações a que estão sujeitas.

Por isso a vida, em contínuas alterações.

Com relação aos seres humanos, tais transformações são consequência da forma como são aplicadas as forças  recebidas para o ministério da evolução.

Qualquer esforço produz cansaço e, se não for administrado, traz mal-estar e desequilíbrio.

Podem-se então organizar as atividades compatibilizando-as com as resistências e a capacidade interior de cada um.

Veja-se que nas atividades do Bem, apesar do prazer da realização, experimente-se os efeitos desagradáveis do uso das energias. Mantendo a mente em equilíbrio, porém, renovam-se as forças com facilidade, causado pela sintonia com os dínamos geradores de vida, no mundo transcendental.

Embora seja comum encontrar pessoas abnegadas que se dedicam à solidariedade e aos serviços de edificação, reclamando de dificuldades, de incompreensões, de problemas, como se essas ocorrências não fossem esperadas.

O preço da realização é a contribuição pessoal de quem se candidata ao empreendimento. Quando espera compreensão e apoio, mesmo que inconsciente, deseja retribuição, pelo reconhecimento. Mas quando se está inspirado pelo sentimento de amor e de abnegação, não lhe pesam as cargas de aflição que inevitavelmente ocorrem.

Qualquer movimento altera a ordem em vigor, porque nada repousa no Universo. O mais frágil ou fraco reflete no lado contrário do local em que teve origem, conforme a qualidade e a força de emissão da onda.

Esse movimento altera a estrutura do planeta e da Humanidade que o habita, mantendo o ritmo a que tudo se submete.

É natural que, ocorram também, entre as criaturas, os reflexos emocionais, sociais e mentais, produzindo os efeitos   correspondentes.

Enquanto viger os estágios inferiores do processo de desenvolvimento moral e espiritual dos seres humanos, as lutas serão inevitáveis.

Não importa se os esforços sejam nobres; aliás, por isso mesmo,  irão alterar o meio ambiente e aqueles que o habitam, provocando reações equivalentes às suas necessidades.

Toda vez que se impõem as necessidades de transformação moral em qualquer seguimento da sociedade, logo se levantam as forças dominantes habituadas ao desequilíbrio, tentando obstaculizar a marcha do progresso.

É inevitável que sejas chamado às lutas abençoadas da construção do mundo melhor pelo qual todos desejamos, sofrendo dificuldades e acrimonia.


Não desesperes nos empreendimentos dignos e nas realizações edificantes porque enfrentas empecilhos e incompreensões.

Paga o justo preço de transformar a sociedade para mais feliz, começando o trabalho em ti mesmo, através da alegria de viver, da maneira saudável de enfrentar os obstáculos, de persistir no bom combate.

O caminho da edificação é longo e cheio de obstáculos, que devem ser retirados gentilmente.

Enquanto outros reclamam, sê tu aquele que louva.
Diante dos que se rebelam, permanece em paz.
No desencanto dos imediatistas, que esperam alterações miraculosas e sem esforço pessoal, persiste com calma, nem avançando demais nem recuando com precipitação.

Cada passo deve ser dado com segurança, tornando-se base para os futuros empreendimentos.

Narra uma história sufi que um rei dedicado ao seu povo, sentindo-se incompreendido, resolveu testar o comportamento geral de forma muito especial.

Com alguns servos, em um amanhecer ainda em sombra, mandou colocar uma grande pedra na curva de uma estrada muito movimentada.

Terminado o serviço e vestido com simplicidade, disfarçando a majestade, ficou, a regular distancia, observando as reações dos viajantes.

Logo cedo, apareceram alguns cavaleiros que iam a caça. Surpresos com o inusitado na estrada, passaram a reclamar com azedume, referindo-se à negligencia administrativa e ao desinteresse do rei pelos seus governados.

Veio uma carruagem em alta velocidade e, defrontando o impedimento, o cocheiro freou o veículo em tempo, desviando-o, enquanto praguejava, revoltado.

Um grupo militar em exercícios físicos, correndo, surpreendido pela pedra na curva, esbravejou, acusando os responsáveis pela manutenção da via, seguindo adiante com revolta...

Assim passou todo o dia. Cada pessoa que defrontava o obstáculo, reclamava, referia-se às autoridades, mas não fazia nada de proveitoso.

Ao cair da tarde, desencantado, o rei preparava-se para mandar retirar o impedimento, quando notou uma camponesa que vinha caminhando com a enxada ao ombro e, surpreendida com a pedra no caminho, parou, meditou, e comentou em meia voz: - Que estranho! Nunca havia notado esta pedra aqui! É muito perigoso.

Deixando a enxada à margem, tentou empurrar a pedra volumosa para o outro lado, o que conseguiu a muito esforço.

Quando ia aplanar a terra, percebeu uma caixa de ferro embaixo e uma nota que dizia:

“Este é um presente para quem removeu a pedra. Enquanto alguns reclamam, e nada fazem, merece premio aquele que se preocupa em evitar desastres sem queixar-se ou irritar-se”.

Desse modo, todo aquele que se dispõe a servir nunca deve reclamar das dificuldades que defronta, cabe-lhe o dever de melhorar o caminho para todos quantos veem depois.



Abraçando o ideal de construir o bem onde te encontres, permanece paciente e otimista.

Escolhestes o serviço a que te dedicas, não tens motivos de reclamação nem queixumes.

Entregas-te ao ministério do auxílio porque te sentes feliz com isso, portanto disposto a contribuir por um mundo melhor.

Não te canses de amar, nem te negues de servir. A verdadeira felicidade pertence a quem trabalha e semeia luz pelo caminho em sombras.

Jesus, o Celeste Servidor, até hoje continua ajudando as criaturas humanas a encontrar o rumo da libertação, sem  azedume ou desencanto, embora a ingratidão de quase todos para com Ele...

Texto de Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Franco, no livro, Libertação do Sofrimento, trabalhado e editado por Adáuria Azevedo Farias. 10/06/2017.

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