GRAVITANDO EM TORNO DE DEUS
As Lutas Abençoadas
Compreende-se que os realizações
que nobilitam o ser humano exijam esforço e desgaste. O combustível que
sustenta a chama também se esgota, à medida que colabora para que exista a
claridade.
O organismo é
sustentado pela energia que se consome na mesma medida em que é utilizada.
Tudo são trocas no
Universo, como fenômeno natural das transformações a que estão sujeitas.
Por isso a vida, em
contínuas alterações.
Com relação aos seres
humanos, tais transformações são consequência da forma como são aplicadas as
forças recebidas para o ministério da
evolução.
Qualquer esforço produz
cansaço e, se não for administrado, traz mal-estar e desequilíbrio.
Podem-se então organizar
as atividades compatibilizando-as com as resistências e a capacidade interior
de cada um.
Veja-se que nas
atividades do Bem, apesar do prazer da realização, experimente-se os efeitos desagradáveis
do uso das energias. Mantendo a mente em equilíbrio, porém, renovam-se as
forças com facilidade, causado pela sintonia com os dínamos geradores de vida,
no mundo transcendental.
Embora seja comum
encontrar pessoas abnegadas que se dedicam à solidariedade e aos serviços de
edificação, reclamando de dificuldades, de incompreensões, de problemas, como
se essas ocorrências não fossem esperadas.
O preço da realização é
a contribuição pessoal de quem se candidata ao empreendimento. Quando espera
compreensão e apoio, mesmo que inconsciente, deseja retribuição, pelo
reconhecimento. Mas quando se está
inspirado pelo sentimento de amor e de abnegação, não lhe pesam as cargas de
aflição que inevitavelmente ocorrem.
Qualquer movimento
altera a ordem em vigor, porque nada repousa no Universo. O mais frágil ou
fraco reflete no lado contrário do local em que teve origem, conforme a qualidade
e a força de emissão da onda.
Esse movimento altera a
estrutura do planeta e da Humanidade que o habita, mantendo o ritmo a que tudo
se submete.
É
natural que, ocorram também, entre as criaturas, os reflexos emocionais, sociais
e mentais, produzindo os efeitos correspondentes.
Enquanto
viger os estágios inferiores do processo de
desenvolvimento moral e espiritual dos seres humanos, as lutas serão inevitáveis.
Não importa se os esforços
sejam nobres; aliás, por isso mesmo, irão alterar o meio ambiente e aqueles que o
habitam, provocando reações equivalentes às suas necessidades.
Toda
vez que se impõem as necessidades de transformação moral em qualquer seguimento
da sociedade, logo se levantam as forças dominantes habituadas ao desequilíbrio, tentando
obstaculizar a marcha do progresso.
É inevitável que sejas
chamado às lutas abençoadas da construção do mundo melhor pelo qual todos desejamos,
sofrendo dificuldades e acrimonia.
Não desesperes nos
empreendimentos dignos e nas realizações edificantes porque enfrentas
empecilhos e incompreensões.
Paga o justo preço de
transformar a sociedade para mais feliz, começando
o trabalho em ti mesmo, através da alegria de viver, da maneira saudável de
enfrentar os obstáculos, de persistir no bom combate.
O caminho da edificação
é longo e cheio de obstáculos, que devem ser retirados gentilmente.
Enquanto outros
reclamam, sê tu aquele que louva.
Diante dos que se
rebelam, permanece em paz.
No desencanto dos
imediatistas, que esperam alterações miraculosas e sem esforço pessoal, persiste com calma, nem avançando demais
nem recuando com precipitação.
Cada passo deve ser
dado com segurança, tornando-se base para os futuros empreendimentos.
Narra uma história sufi que um rei dedicado ao seu povo,
sentindo-se incompreendido, resolveu testar o comportamento geral de forma
muito especial.
Com alguns servos, em
um amanhecer ainda em sombra, mandou colocar uma grande pedra na curva de uma
estrada muito movimentada.
Terminado o serviço e
vestido com simplicidade, disfarçando a majestade, ficou, a regular distancia,
observando as reações dos viajantes.
Logo cedo, apareceram
alguns cavaleiros que iam a caça. Surpresos com o inusitado na estrada,
passaram a reclamar com azedume, referindo-se à negligencia administrativa e ao
desinteresse do rei pelos seus governados.
Veio uma carruagem em
alta velocidade e, defrontando o impedimento, o cocheiro freou o veículo em
tempo, desviando-o, enquanto praguejava, revoltado.
Um grupo militar em
exercícios físicos, correndo, surpreendido pela pedra na curva, esbravejou,
acusando os responsáveis pela manutenção da via, seguindo adiante com
revolta...
Assim passou todo o
dia. Cada pessoa que defrontava o obstáculo, reclamava, referia-se às
autoridades, mas não fazia nada de proveitoso.
Ao cair da tarde,
desencantado, o rei preparava-se para mandar retirar o impedimento, quando
notou uma camponesa que vinha caminhando com a enxada ao ombro e, surpreendida
com a pedra no caminho, parou, meditou, e comentou em meia voz: - Que estranho!
Nunca havia notado esta pedra aqui! É muito perigoso.
Deixando a enxada à
margem, tentou empurrar a pedra volumosa para o outro lado, o que conseguiu a
muito esforço.
Quando ia aplanar a
terra, percebeu uma caixa de ferro embaixo e uma nota que dizia:
“Este é um presente
para quem removeu a pedra. Enquanto alguns reclamam, e nada fazem, merece
premio aquele que se preocupa em evitar desastres sem queixar-se ou irritar-se”.
Desse
modo, todo aquele que se dispõe a servir nunca deve reclamar das dificuldades
que defronta, cabe-lhe o dever de melhorar o caminho para todos quantos veem
depois.
Abraçando
o ideal de construir o bem onde te encontres, permanece
paciente e otimista.
Escolhestes o serviço a
que te dedicas, não tens motivos de reclamação nem queixumes.
Entregas-te ao
ministério do auxílio porque te sentes feliz com isso, portanto disposto a
contribuir por um mundo melhor.
Não te canses de amar,
nem te negues de servir. A verdadeira felicidade pertence a quem trabalha e
semeia luz pelo caminho em sombras.
Jesus, o Celeste
Servidor, até hoje continua ajudando as criaturas humanas a encontrar o rumo da
libertação, sem azedume ou desencanto,
embora a ingratidão de quase todos para com Ele...
Texto de Joanna de
Ângelis, psicografado por Divaldo Franco, no livro, Libertação do Sofrimento,
trabalhado e editado por Adáuria Azevedo Farias. 10/06/2017.
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