domingo, 7 de maio de 2017

GRAVITANDO EM TORNO DE DEUS

OS VALORES DE ALTA SIGNIFICAÇÃO

Nunca é demais insistir-se na vivencia dos valores éticos superiores, muito importantes na vida humana, chamados de virtudes, substituindo aqueles vindos das experiências anteriores, conhecidos como vícios.

Os valores éticos superiores considerados sentimentos do coração, as virtudes e os outros que são resultado das heranças evolutivas primárias, que continuam predominando na conduta.

Na obra indiana Bagavad Gita, são apresentados como familiares das duas raças: a pandava e a kuru. Parentes entre si, vivendo no país dos sentimentos em vigília constante. Porque os pândavas  que são as virtudes são menos numerosos, devem destruir os kurus que são os vícios  e são mais abundantes, por pertencerem aos fenômenos do processo de crescimento, que continuaram dominantes, embora já não necessários.

Desde os momentos da razão, deveriam ser substituídos naturalmente, abrindo espaço para as realizações da consciência e do bem.

Embora, fixados nos instintos do ser, expressam-se com facilidade, gerando mecanismos de culpa e de sofrimento, que dificultam o avanço racional do Espírito para a liberdade.

Na obra citada, o mestre Krishna recomenda ao discípulo Ardjuna que os mate, destruindo-os pela raiz através da batalha que deve ser travada no campo da consciência.

Considerando-se as conquistas do moderno pensamento psicológico, diante do qual o esforço de crescimento nunca se basea em qualquer forma de destruição e morte, mas sim em transformação e em aprimoramento, não há dúvida que o esforço feito para a superação dos vícios manifeste-se na sua substituição pelas virtudes.

Os hábitos perversos instalados no comportamento são fixações dos atos não pensados, que se transformaram em uma segunda natureza, que a boa educação pode corrigir.

Todas as construções do comportamento se fixam como hábitos que pode-se classificar em doentios e saudáveis. Os doentios são responsáveis pelos desequilíbrios, pela insensatez, pela perturbação, gerando problemas e  sofrimentos. Os saudáveis respondem pela harmonia, o crescimento interior, a autorrealização, a paz...

Conforme o ser inteligente vivencia o prazer e a dor, dispõe dos instrumentos hábeis para a escolha de bem-estar, responsável pela saúde e pela alegria de viver.

As virtudes são importantes recursos que desenvolvem os sentimentos de nobreza adormecidos no imo do ser, já  os vícios produzem morbo que agride o organismo em todas as suas expressões.

Automatizando-se, um ou outro, logo apresentam-se os resultados na constituição psicofísica do indivíduo, tornando-o gentil e equilibrado ou inseguro e violento.


As virtudes são os pensamentos de amor e de paz, que se transformam em hábitos de solidariedade de respeito por si mesmo e pelo próximo, enquanto os vícios se apresentam como agressão e autodefesa, em contínuo mal-estar e indiferença pela vida dos outros.

Nesse capítulo, o conhecimento sobre os objetivos essenciais da vida humana tem papel preponderante, contribuindo para o desenvolvimento dos  edificantes em detrimento dos que conspiram contra a felicidade.

Deixando de ser fenômenos teologais, as virtudes tem qualificação psicoterapêutica, trabalhando a produção de monoaminas responsáveis pela preservação do sistema imunológico e, em consequência, pela saúde do individuo. Já os vícios proporcionam a produção de maior quantidade dessas substancias que se transformam em fatores de desarmonia na estrutura das defesas orgânicas, abrindo espaço para a instalação de doenças.


Todos os grandes guias da humanidade conheciam essas particularidades produzidas pelo pensamento e transformadas em hábitos de vida.

Jesus, como Psicoterapeuta transcendental, sabia que o Espírito é a fonte de energia, produzindo de acordo com a sua inclinação para a sublimação ou permanência no estágio de primarismo.

Assim também compreendeu o apóstolo Paulo, quando ensinou: Pensai nas coisas que são de cima e não nas que são da Terra, conforme Colossenses, capítulo3, versículo2, se referindo às de natureza espiritual, enquanto na marcha material.

Todas as coisas más procedem de dentro e contaminam o homem – disse o Mestre, conforme Marcos, no capítulo9 versiculo23.

Substituindo-se o verbete dentro pelo pensamento e teremos a escolha do que distingue o bem falar, o bem proceder.

Nenhum ser normal, pode viver sem pensar, sendo a sua vida uma panorâmica de ideias e construções mentais que caracterizam o estágio em que transita no mundo.

Assim, conforme os pensamentos – hábitos mentais – serão  as condutas a se expressar inevitáveis.

As virtudes, assim como os vícios, são aprendidas, fixando-se em decorrência da repetição que sejam ou não praticadas.

Allan Kardec, seguindo o caminho de Jesus, traduziu o pensamento dos bons Espíritos, explicando que a moral, conforme a resposta a questão 629 de O Livro dos Espíritos, é a regra de bem proceder, isto é, de distinguir o bem do mal. Funda-se na observação da lei de Deus.

É a escolha dos pensamentos e atos saudáveis, porque tem origem divina, e os vícios tem procedência animal, que tiveram uma finalidade em determinado momento evolutivo, mas que não devem continuar fazendo parte do processo libertador.

Centradas na fé, na esperança e na caridade, essas virtudes são os sentimentos puros do ser, que refletem a Divindade da qual todos procedem.

A humildade, a perseverança, os deveres enobrecidos, capitaneados pelo amor, exornam o Espírito e o ajudam a conquistar a harmonia.

Toda filosofia ética-moral do Evangelho de Jesus encontra-se fixada nos valores enobrecedores, que promovem o indivíduo e o alçam à conquista do reino do Céus.

Herdeiro do primarismo por onde passou, conservam as fixações do instinto, a permanência do caráter violento e perturbador, que foi muito importante em determinado tempo, auxiliando-o a conquistar a inteligência. Mas, porque caminha em direção da angelitude, torna-se urgente vivenciar os valores nobres, que irão ajudar a eliminar as paixões negativas, transformando-as em sentimentos sublimes, no caminho ascensional para Deus.
Texto de Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Franco, no livro, Libertação do Sofrimento, trabalhado por Adáuria Azevedo Farias.

O7/05/2017

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