quinta-feira, 2 de março de 2017

    GRAVITAR EM TORNO DE DEUS

A Crença em Deus

Deus encontra-se tão profundamente entranhado no ser humano que, dificilmente, o mesmo pode afastar-se da Sua presença.

Criado simples e ignorante, o Espírito carrega no íntimo o psiquismo divino que o originou, a fim de fazê-lo desenvolver-se até atingir a glória celeste que lhe está destinada.

A crença em Deus é, fenômeno natural, genético, de que ninguém é destituído.

Manifesto em todo a Sua obra, o Pai Criador antecede-a e sucede-la-á, quando venham a ocorrer as alterações e o fim dos ciclos que constituem a relatividade dos tempos...

Atribuir-se tudo que existe, na sua harmonia e ordem, resultante do acaso, é conceder-lhe uma superinteligência que soube organizar e manter o Universo como o conhecemos.

Ademais, considerar-se que o Evolucionismo  explica toda a complexidade do milagre da vida, sem a necessidade do  Criacionismo ou da presença de um Autor,  é oferecer-lhe uma transcendência que se assemelha à própria Divindade.

Duas alternativas,se encontram em antagonismo, que resulta mais da interpretação de conteúdos do que de legitimidade factual, pode ser resolvido o impasse através da associação de ambas as teorias.

O Psiquismo Divino concebeu e elaborou a vida, graças a um programa que se concretizou no processo evolucionista, etapa a etapa, com os intervalos correspondentes ao período da morte, em que o psiquismo continuou experimentando continuidade evolutiva, voltando em formas primitivas que se fizeram cada vez mais complexas, até atingir as expressões superiores nos animais evoluídos, culminando no ser humano.

Essa possibilidade não deve ser descartada, quando se pode constatar o autografo de Deus no genoma após decodificado, no qual se encontra toda a história dos diversos seres nos seus estranhos códigos responsáveis pelas informações contidas especialmente em cada célula do corpo humano, num conjunto de três bilhões de letras...

A fundamentação criacionista de que Deus tudo fez, conforme o relato bíblico do Genesis 1 e 2, negando a evolução e concedendo ao Universo a jovem idade de apenas  10.000 anos, é ingenua e improcedente, quando as pesquisas mais seguras demonstram que a sua idade é superior a 14 bilhões de anos  a partir do momento da Grande explosão...


Os exageros de alguns religiosos criacionistas chegam ao ponto de atribuir ao Universo a idade de apenas 4004 anos antes do nascimento do Cristo, quando Deus o teria criado, conforme concluiu o bispo Ussher, calculo que resultou das suas pesquisas sobre as notícias genealógicas por ele encontradas em O Velho Testamento.

Sob outro aspecto, atribuir às manifestações inorgânicas a possibilidade de se transformarem em orgânicas, adquirindo sensibilidade, instinto, emoção, raciocínio, inteligencia, é também uma proposta audaciosa, cheia de lacunas e mutações inexplicáveis numa visão exclusivamente darwinista, que passou a ser considerada materialista.

A harmonização das duas correntes de pensamento faculta a possibilidade real da manifestação do psiquismo, que também evolve com a complexidade das moléculas através das quais se manifesta.

Nessa identificação,  a crença em Deus, sem desprezar o fenômeno do evolucionismo, torna-se  natural, concebendo-se que Ele próprio estabeleceu esse processo como o mais adequado para a ocorrência da vida na Terra, conforme a conhecemos.



Sir Isaac Newton, admirado cientista inglês que descobriu a Lei da gravitação universal, tinha fé religiosa expressiva, escrevendo mais sobre interpretações de textos bíblicos e religiosos do que científicos.

Galileu, descobrindo três das luas de Júpter e optando pelo heliocentrismo, que constatou com observações demoradas através de telescópio que construiu, manteve todo o tempo a sua fé em Deus e na Sua intervenção na Criação, mesmo quando perseguido pela Inquisição e outros adversários...

Nicolau Copérnico, que igualmente descobriu o sistema heliocêntrico, manteve inabalável a sua fé em Deus, sem tal ação o Universo não poderia ter surgido.

Mais recentemente, Sir James Jeans, respeitado astrônomo físico inglês, confessou o seu teísmo e a sua concepção em torno do Espírito com valor e convicção científica.

Inúmeros estudiosos da genética e da física quântica, assim como de algumas das neurociências e da biologia molecular, cientistas médicos e cosmonautas, declaram-se teístas, mantendo comportamento religioso e vinculando-se a algumas das existentes doutrinas espiritualistas...

Na sua aceitação de Deus, não descartam a Sua interferência no Evolucionismo, como parte da sua programação desde o início.

Ao conceber e realizar os primeiros pródromos da vida, também organizou o processo evolucionista, para que, procedentes da mesma matriz, as expressões variadas crescessem, logrando o objetivo por Ele estabelecido, todas derivadas do mesmo germe.

É um conceito lógico e real, porquanto somente Ele tem o poder de propiciar o hálito vital, retirando do nada as primeiras vibrações que constituíram as complexas organizações moleculares, de onde se originaram os microrganismos, bases estruturais de todas as formas conhecidas.

Essa paternidade original propicia a fraternidade que deve haver entre todas as espécies e formas de vida, ensejando a solidadriedade necessária para a sobrevivência geral sobre os impositivos dos fatores mesologicos, filogenéticos, as mutações, as adaptações e o desenvolvimento das potencialidades que lhes jazem adormecidas...

A própria Divindade, dotando o ser humano de inteligencia, faculta-lhe penetrar nas Leis que governam a vida, para melhor harmonizar-se com as mesmas, respeitando-as e ampliando os horizontes do seu entendimento.

Graças a essa compreensão, percebe ser preciso superar os impulsos agressivos e destrutivos que lhe remanescem do largo processo da evolução, sublimando as aspirações que se orientarão no sentido da plenitude.

A crença em Deus é,  uma bússola de segurança para a autoconquista, saindo, pouco a pouco, dos instintos grosseiros para alcançar os sentimentos de elevação, que trabalham pela paz e o progresso.

Se tivesse compreendido o mecanismo evolucionista, se ele já existisse em seu tempo, Santo Agostinho teria interpretado melhor os conteúdos na narrativa bíblica da Criação, encontrando respostas sábias para as suas interrogações, tendo em vista a dificuldade que enfrentava para entendê-la, conforme narrada no Genesis I e II...

Cada vez que o ser humano decifra as incógnitas existentes na Terra e no Universo, mas descobre perfeitamente desenhado o autógrafo de Deus na Sua obra gloriosa, de maneira que não ficam dúvidas a esse respeito.

Assim sendo, a crença em Deus não significa necessariamente uma vinculação com qualquer religião convencional ou o individuo encontrar-se submetido aos dogmas e liturgias tradicionais, mas aceitá-LO na mente e no coração, de forma que a filiação natural seja coroada de fé e gratidão no Seu inefável amor.



Jesus O designava como Pai, ensinando-nos a todos a respeitá-LO, amá-LO e seguirmos na Sua direção.

João evangelista propunha-Lhe a denominação Amor, por melhor significar-Lhe a realidade.

...E os Espíritos da Codificação espírita com muita sabedoria sintetizaram a sua definição, informando que Deus é: A inteligencia suprema e a Causa primeira de todas as coisas...

Texto de Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Franco, no livro, Libertação do Sofrimento, trabalhado por Adáuria Azevedo Farias. 02/03/2017.




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