Gravitando em torno de Deus
CURAS
APARENTES E CURAS REAIS
A
cura, no que se refere às diversas enfermidades sempre merecem reflexões que levem
a boa direção da saúde.
Quando
a doença se instala no organismo, é uma advertência de que algo não está bem,
seja no equilíbrio físico, emocional ou psíquico, merecendo cuidados que podem
ser tomados de forma que a saúde seja reconquistada.
Diante
da constituição tão delicada em que se apresentam os órgãos, há uma interdependência
entre eles, que são os conteúdos mentais e emocionais do ser humano.
Qualquer
distúrbio que surja em uma área, logo se reflete noutra, mais ou menos
correspondente sob o ponto de vista vibratório.
Na
raiz profunda, das enfermidades, encontra-se uma necessidade de recomposição
moral do Espírito, esperando refazimento emocional, reajustamento interior,
renovação de conduta.
Seja
desgaste das peças que constituem os
órgãos vitais ou estresse gerando
aflições, os procedimentos terapêuticos devem estruturar-se em requisitos da
harmonia do conjunto e não somente na
especificidade do problema.
Compreende-se
que o paciente recorra a cura, para liberar-se da dor, da ansiedade, da insatisfação ou desconforto de outra natureza.
É
necessário, considerar a cura do ponto de vista espiritual e não apenas dos
processos fisiológicos.
A
recuperação da saúde, nem sempre constitui benção conseguida em razão da
maneira como será aproveitada na sucessão dos dias.
Os
abusos a que muitas criaturas se entregam, respondem aos problemas que surgem
no corpo ou na emoção.
Não
havendo mudança dos hábitos, uma transformação de conduta para melhor, surgirão
outros problemas ameaçadores e de consequências imprevisíveis.
É
comum por parte de muitas pessoas que se recuperam de doenças graves, que
consideram a necessidade de desfrutar a vida com avidez, querendo compensar o tempo perdido com a doença.
Esse
raciocínio infantil leva a comportamentos extravagantes que implicarão em outras
formas de doenças ou recidivas mais graves.
A
cura real só é considerada quando o indivíduo tira proveitos demorados da experiência
vivida, fazendo programas de saúde que encontrem dificuldade para instalação de
novos desajustes.
Para
que essa finalidade seja atingida, é preciso se entender a mensagem subliminal
do desconforto vivido, significando a fragilidade do corpo e a
indestrutibilidade do Espírito, o vazio de muitos prazeres e o valor de outras
conquistas que trazem bem-estar e alegria de viver.
Esse
efeito vem do interior para o exterior da criatura, sob a forma de compreensão
do sentido existencial e do esforço que fará para preservar o equilíbrio
indispensável à manutenção da harmonia, na saúde.
Natanael bem Elias, o paralítico que desceu pelo telhado na casa de
Simão Pedro, em Cafarnaum, que se recuperou totalmente da enfermidade que o
aprisionava no leito, não seguiu Jesus; entregou-se às desperdício, que lhe trouxeram
outros males, caindo naà morte inevitável.
O
cego Bartimeu, de Jericó, que rogou o socorro de Jesus para a escuridão em que vivia,
recuperou a vista, deixou-se arrebatar pelo júbilo, mas não acompanhou o
Mestre, seguindo adiante, na busca das atividades normais, até o momento que a
morte o arrebatou.
Dos dez leprosos que tiveram as
feridas cicatrizadas, só um voltou
para agradecer ao Divino Médico, mais sensível do que os ingratos que se foram
com pressa. Apesar disso, esse que veio não ficou. Após expressar
reconhecimento, também foi na busca dos prazeres, sucumbindo, tempos depois, na
morte.
A mulher hemorroíssa, que teve o
fluxo de sangue detido, exaltou o
Mestre alegremente, mas voltou às suas origens, desaparecendo no tempo e sendo
consumida também pela morte.
O endemoniado gadareno, que recuperou a lucidez mental sob o comando de
Jesus, que o liberou da Legião de Espíritos infelizes que o atormentavam,
louvou o Benfeitor inesperado, mas continuou na mesma cidade onde foi
espezinhado e perseguido, mais tarde devorado pela morte.
O cego de nascimento, que teve aberto os olhos para a luz do dia,
enfrentou a fúria dos sacerdotes confirmando o prodígio realizado por Jesus; mas,
ficou, ali mesmo, desfrutando das comodidades, sem se animar a seguir o
Messias, não evitando o destaque, outras doenças e a morte.
O jovem epiléptico, portador de
obsessão, a pedido de seu pai conquistou
a saúde com a expulsão do Espírito imundo
que o atenazava, nem ele nem seu genitor acompanharam o Senhor, após o importante
favor recebido, avançando no tempo até que a morte o alcançou.
Muitos
foram aqueles que receberam do Amigo Incomum as bênçãos da saúde, da paz, da
alegria de viver; nenhum deles O seguiu,
sendo, por fim, libertados pela morte, que alcança a todos.
A
saúde real é a que nada interrompe, que não se consome em situação alguma. Acompanha
o indivíduo além da morte, onde desperta
em claridade imortal.
Maria de Madalena, porém, portadora
de forte enfermidade da alma,
recebeu de Jesus a cura real e deu-se-Lhe totalmente, sendo por Ele homenageada para
anunciar a Sua ressurreição e quando a morte lhe chegou, subiu ao infinito em
luz.
A mulher adultera, a quem Ele
impediu de ser lapidada pelos perseguidores,
renovou-se e, acompanhando-O por algum tempo, partiu para longes terras, onde
ergueu um lar para os infelizes como ela o foi. Arrebatada pela morte, continuou
no ministério de compaixão e amor em nome dEle.
Zaqueu, o desditoso cobrador de
impostos, que sofria de atrofia dos sentimentos nobres, ao vê-lo passar e deixando-se tocar pela Sua
ternura, recebeu-O no lar, curou-se da cobiça, dos males da alma e, sem O
esquecer, partiu para outra cidade, onde abriu um albergue para os sofredores,
homenageando-O. Ao falecer, recebeu multiplicados os dons que ofereceu aos
irmãos do caminho.
Todos
que receberam a cura real para as mazelas do Espírito renovaram-se e se tornaram
devotados ao bem, lutando, incansavelmente, pela preservação da saúde plena.
Em qualquer processo, de
enfermidade, a busca da cura deve ser
acompanhada do interesse pela conquista dos valores do Espírito, agente de acontecimentos perturbadores.
O esforço para a recuperação da
saúde é fator básico para conquistar a
paz, de modo a enfrentar
quaisquer situações menos agradáveis com equilíbrio e alegria existencial.
É
impossível a vida humana sem as ocorrências que lhe dizem respeito. Portanto, é sabedoria escolher a iluminação interior,
para entender todos os acontecimentos e vivenciá-los de modo útil para o
crescimento espiritual.
Assim,
doença e saúde são duas constantes da existência física, pedindo cuidados
específicos para proporcionar os tesouros da evolução de que todos necessitam.
Texto de Joanna de
Ângelis, psicografado por Divaldo Franco, no livro, Libertação do Sofrimento,
trabalhado por Adáuria Azevedo Farias. 09/03/2017
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