Gravitando
em torno de Deus
INDIFERENÇA
ESPIRITUAL
Muitas pessoas se
encontram engessadas em conduta materialista, embora se encontrem vinculadas a algumas
religiões, que mantém indiferença pela vida espiritual.
O conceito de
imortalidade do Espírito lhes parece como
algo distante e só para meditar, mas o seu comportamento continua vinculado ao
hedonismo utilitarista, distante dos ensinos doutrinários aos quais se vinculam
na crença que professam.
Deixam-se arrastar pelo
contínuo das ilusões, supondo-se inatingível pelo sofrimento e credoras de
todas as mercês concedidas por Deus.
Periodicamente, em
automatismo de fé, participam dos credos a que se filiam, sem aprofundarem os
conceitos que os constituem, que, certamente, dar-lhes-iam diferente visão da
realidade.
Quando surpreendidas
pelos fenômenos naturais dos sofrimentos, se revoltam ou deixam-se dominar pelo
ressentimento, crendo-se vítimas da injustiça divina, que parece as haver esquecido,
como se, em alguma momento, se lembrassem da sua existência. Se permitissem as
reflexões a seu respeito, seria bem diferente a forma de conduzir-se,
compreendendo que a existência física tem caráter educativo e renovador, e não
uma representação no festival da alegria sem-fim.
Algumas trazem bons
sentimentos, que os não aprimoram com o exercício da caridade, não fazendo o
mal, mas também não operam nas ações do bem, o que lhes dá uma postura de
neutralidade, sem que percebam que a ausência da ação do bem já é um grande mal...
Outras são indiferentes
a quaisquer apelos em favor da renovação moral, optando a conduta a que se
aferram, como se estivessem longe do bem e do mal ou acima de ambos, como uma
exceção.
Outras querem aproveitar
o tempo no prazer, considerando a brevidade das forças físicas, para depois
arrepender-se profundamente por não terem utilizado melhor do patrimônio das
horas para a cultura, para a beleza, para as realizações e as experiências nobres.
Muitas se distanciam de
qualquer doutrina espiritualista, como se vivessem superado a necessidade de
integração no pensamento cósmico, não se preocupando com as necessidades
internas que, no futuro, se transformam em vazio existencial.
Entre uma convivência
espiritual e um divertimento, escolhem o divertimento, às vezes, gracejando em
relação ao primeiro.
Presunçosas, fingem
saber tudo e aparentam ter superado as questões de ordem espiritual, que lhes
parecem ultrapassadas.
Uma ou outra vez,
estiveram em uma reunião destinada ao tema, e logo se afastam, considerando-o
desnecessário, diante da vontade de desfrutar as horas em algo mais imediato.
Algumas, quando
conduzidas por amigos interessados no seu despertamento para uma conferencia ou
debate, um estudo ou conversação em torno da vida-além-da-vida, demonstram mau
humor, cochilam, mantém ar de zombaria na face, demonstrando o enfado que
preferem não disfarçar.
Essa conduta mostra o
primarismo da sua sensibilidade emocional em relação ao seu futuro espiritual,
não se preocupando em saber se o terão ou não...
Vivem satisfeitas com o
pouco que conseguiu ou atormentadas pelo muito que gostarão de amealhar para
abandonar com a desencarnação.
Mas ninguém foge, de si
mesmo, do processo da evolução, e chega o momento em que despertarão, talvez em
situação dolorosa, começando a busca do tesouro que as enriquecerá de
plenitude...
Espíritos que se
comportam indiferentes à fé religiosa, lamentavelmente, não possuem estrutura
emocional para os grandes embates que a vida apresenta a todos no curso da vida.
Normalmente, quando essas ocorrências aparentemente negativas surgem, tornam
pessimistas, pela falta de hábito de confiar e de lutar para conseguir as realizações
em plano superior, ou desesperam-se, arrojando-se agressivamente contra, complicando
mais a situação que os desafia.
São mais fáceis de
tombar diante dos testemunhos do que aqueles que aprenderam a confiar na
proteção divina e vinculam-se a Deus através do pensamento, nEle haurindo força
para continuar a batalha evolutiva.
Sem o conforto da
oração, os primeiros insistem nos pensamentos perturbadores, enquanto os outros
renovam-se na comunhão pela prece com a Divindade, que os fortalece de energias
e de paciência para os enfrentamentos, favorecendo-os com alegria através da
qual solucionam as questões mais urgentes com mais facilidade.
A fé religiosa, mesmo
quando ingênua, transforma-se em ponte de
luz que permite ao crente alcançar os píncaros da Espiritualidade, fruindo
de paz e de esperança.
Toda religião, é
precioso método pedagógico para o Espírito entender-se e compreender a
finalidade existencial da sua jornada, desde que não se permita o fatalismo,
que é doença da alma.
Quando o fanatismo se
expressa na conduta religiosa, é o indivíduo que, portador de transtorno de
conduta emocional, desrespeita o direito do próximo, como ocorre em outros
segmentos e condutas na sociedade. Encontramo-lo na política, na filosofia, na
arte, nos mais diversos setores da atividade humana.
O Espiritismo, como
religião com fundamentos lógicos e racionais sempre propõe o amor como recurso para
o entendimento das ocorrências e mecanismos de solução das mesmas, ampliando o leque
das propostas filosóficas para possibilitar a harmonia interior que estimula ao
crescimento intelecto-moral.
Ninguém vive no mundo
sem dificuldades, que são instrumentos de crescimento espiritual para todos.
A
segurança na fé religiosa ou numa conduta ética otimista e humanitária é
elemento fundamental para se alcançarem as metas dignificadoras que devem ser
conquistadas.
Entendemos, que não é a
fé na religião que dignifica ou que salva o individuo de si mesmo, dos seus
males, e sim a vivencia das suas
diretrizes e a experiência iluminativa
necessária.
A crença em Deus é
indispensável para a completude individual, para o estado numinoso do ser
humano.
Nem todos concordam com
esse conceito, e alguns dirão, como Nietzsche ou Laplace, respectivamente, com arrogância que Ele já deveria estar aposentado ou não
ter sido necessário para elaborar a sua tese, no que se equivocaram
lamentavelmente.
Outros cientistas e
investigadores confessaram que sem Ele nada poderiam ter conseguido, deixando
um rastro luminoso de esperança e de bem-estar nos corações.
Semeia luz na treva e
grão de amor no solo dos corações.
Nunca poderás avaliar
realmente o que sucederá depois que assinalares o teu caminho com as mensagens
de iluminação e de ternura após percorrê-lo.
Muitos, que são
indiferentes hoje, provavelmente virão pela mesma senda e encontrarão os teus
sinais, recolhendo-os com interesse, porque outro será o momento das suas
vidas, marcadas por outras disposições e necessidades.
Iguais a ti, que ontem
negavas a fé religiosa ou caminhavas distraído e agora estás desperto, eles
também terão oportunidade de acordar, desengessando-se da indiferença e
abrindo-se à convicção libertadora que os fará felizes.
Texto de Joanna de
Ângelis, psicografado por Divaldo Franco, no livro, Libertação do Sofrimento,
trabalhado por Adáuria Azevedo Farias. 05/03/2017
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