domingo, 3 de maio de 2015


Rejubilar-se
O júbilo, a jovialidade vem da conquista da saúde psicológica, consequente da harmonia entre o físico, o emocional e o psíquico.
O Pai generoso alegra-se (rejubila-se) com o filho que volta, não considerando a sua deserção, tida por leviandade da juventude, do período de imaturidade e incerteza, quando ainda existem as inseguranças da infância e as perspectivas da idade adulta, sem definição da personalidade.
É natural que, nessa busca do herói, da identificação do eixo ego-self, ocorram essas impressões de insucesso, que levam à maturidade, à inquietação e ao aprendizado, necessários ao processo de crescimento interior, desde que o conquistador esteja disposto a refazer caminhos, a reconquistar-se, superando a sombra e não se permitindo fixar na culpa.
Toda viagem interior, assim como  quando se viaja para fora, é uma aventura importante, sendo que, as sucessivas camadas de experiências negativas que fortalecem o eu-inferior, demoníaco, criam dificuldades emocionais, dando espaço a conflitos infantis, como  fugas para a lamentação, as queixas, a necessidade do colo materno.
O júbilo (alegria) deve estar no coração de todos os indivíduos, mesmo que enfrente situações embaraçosas ou difíceis, por trazer claridade mental, enquanto a sisudez, a mágoa, o autodesprezo podem ser considerados como revides do eu infeliz punindo o malsucedido.
Rejubilar-se (alegrar-se) na comunhão com as propostas da vida, na convivência com as pessoas e a Natureza, consigo mesmo, é dever psicológico derivado da harmonia que se consegue pelo esforço e autoidentificação de valores.
A atitude do Pai misericordioso em relação ao filho arrependido deve ser lição de comportamento que os indivíduos devem ter em relação aos que estão em dificuldades de qualquer tipo, ajudando, sem exigências descabidas, sem arrogância de triunfador diante da queda do outro, mas de forma edificante e estimuladora.
Quando se censura o outro pelo comportamento infeliz, em consequência das suas ações incorretas, deve-se considerar que o tombado espera ajuda e não somente repreensão, corrigindo-se o erro, quando possível, sem criar-lhe conflito de inferioridade que o podem empurrar para situações mais sofridas e difíceis.
Entre muitos seres humanos existe uma tendência natural para a tristeza, que se transforma em melancolia e contribui para o desinteresse pela vida, para a falta de visão da beleza que há em toda parte.
Esses pacientes trazem de reencarnações passadas alguma culpa que se transformou em autopunição, trabalhando para que não tenham alegria, inconscientemente por crerem que não a merecem. Predomina-lhes, no comportamento, a sombra com a sua carga de negativismo, de punição...
A vida humana é como um hino cantando a grandeza do Uno em toda parte, convidando a desenvolver os valores adormecidos, do deus interno esperando o despertar.
Todos os seres humanos estão comprometidos com o Universo, tendo um importante trabalho a desempenhar em qualquer situação que esteja.
A harmonia é resultado de muitos fatores, alguns diversos que se unem, formando um conjunto de equilíbrio.
Equilíbrio interior não quer dizer paralisia, falta de colisões, ao contrário, as colisões favorecem o encontro da situação ideal, depois dos choques inevitáveis dos processos em ação.
Nesse aprendizado para alcançar-se a integridade, é preciso ocorrer o perfeito entendimento do Self pela consciência, a identificação das polaridades antes em conflito e oposição, apesar das novas aparições que se transformam em materiais novos a integrar.
Sempre se está crescendo durante toda a vida, em cada fase conseguindo-se novas contribuições para o enriquecimento da vida psicológica.
Só assim é possível rejubilar-se (alegrar-se) consigo mesmo, quando cada qual descobre a riqueza interior que vai acumulando, a maneira como supera as crises que surgem e as situações desafiadoras.
Cada etapa da vida tem as suas imagens arquetípicas, os seus comportamentos e as suas conquistas, trabalhando para a vitória sobre o respectivo período que se vivenciam.
O Pai misericordioso rejubila-se (alegra-se) com o retorno do filho, mas não esquece de atrair também o outro filho, o ciumento e vingativo, que se nega a entrar em casa, evitando participar da festa de alegria (jubilo), significando o eu-demoníaco.
Mas, o amor, do Pai, desmascara-o, enfrenta-lhe a persona doente, e demonstra que está contente por tê-lo e que se alegra (rejubila) por conviver e beneficiar-se da sua presença.
Por isso, um cabrito que lhe desse para usufruir com os amigos não tinha sentido, para aquele que lhe dava tudo, por isso falou: E tudo quanto é meu é teu...
A vida é um poema de alegrias (Júbilos).
Alegrar--se (rejubilar-se) com tudo e com todos é passo feliz para a individuação.
Texto estudado a partir do livro Em Busca da Verdade, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Pereira Franco.

Publicado em 03/05/2015.

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